CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A PESQUISA CIENTÍFICA

A pesquisa científica marca o elemento de criatividade no ambiente acadêmico, pois configura uma resposta positiva ao processo de ensino e extensão. É notório o fato de o pesquisador não se limitar a reproduzir o conhecimento, mas, antes, analisar a viabilidade de suas próprias conjecturas. Nele, portanto, estão presentes qualidades de um artista, pois precisa ser intuitivo para que possa despertar novas idéias ou desvendar novos aspectos da realidade.
Através da pesquisa, o racional se alia ao imaginário na tarefa de provocar e responder. A pesquisa requer entusiasmo, o que a faz depender também do elemento emotivo. A própria seleção do objeto de investigação exige do inquiridor que, de alguma maneira, esteja envolvido com ele, daí a importância da empatia para o desvendamento do mundo. Precisamos ainda de dedicação e perseverança, ou seja, de uma vontade resoluta. A firme vontade, porém, depende de uma personalidade imaginativa. Conforme Gaston Bachelard, “imaginação e vontade são dois aspectos de uma mesma força profunda. Sabe querer quem sabe imaginar”[1]. Constatamos, desse modo, que a pesquisa caracteriza a UNIVERSIDADE, mas é caracterizada pela INTEGRALIDADE.
A investigação científica feita pelos alunos também revela a sua autonomia, manifestando-os como co-produtores do conhecimento e tirando-os de uma posição de passividade para levá-los a uma atitude de ação. Ela é uma resposta da universidade para a sociedade, uma prestação de contas com os financiadores do ensino público.
Precisamos fomentar em todo o corpo universitário o espírito de pesquisa. Para alcançar esse fim, não podemos deixar de falar da “imaginação criadora”. Bachelard explicou que a imaginação parte do “real” para ir além dele[2]. Ela não se satisfaz em perceber, mas busca uma moldura ideal que confira sentido ao percebido. Imaginar é ausentar-se do presente para tornar a ele e enriquecê-lo. Os neuróticos, prisioneiros do imediato, incapazes de abertura imaginativa, não terão vocação para a pesquisa. Precisamos de verticalização, de “asas”, de sublimação discursiva, pois o impulso vital é o impulso da pesquisa, é o impulso hominizante.

Glauco Barreira Magalhães Filho
    Professor da Faculdade de Direito da UFC
    Coordenador do Curso de Direito da FAMETRO
    Coordenador (fundador) do CEDIC (Centro de Estudos de Direito Constitucional)
    Mestre em Direito Público
    Doutor em Sociologia
    Doutor em Teologia
    Doutor em Ministério
    Pós-graduado em Teologia Histórica e Dogmática
    Livre Docente em Filosofia do Direito
    Membro da Academia Cearense de Letras Jurídicas



[1] O ar e os sonhos. Trad. Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 112
[2] Op. Cit., p. 3


 

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