CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sábado, 28 de janeiro de 2012

CURSO "Apologética Cristã e a Secularização"

O Curso “Apologética Cristã e Secularização”, promovido pelo Instituto Pietista de Cultura, é mais do que oportuno, tendo em vista o presente momento que a igreja vive no mundo.
           A secularização tem uma face positiva e uma face negativa. Na sua face negativa, ela reduz a religião a uma questão de preferência pessoal, algo que se limita à intimidade individual, um aspecto da vida privada. Desse modo, a fé fica desabilitada para se expressar na esfera pública. O discurso, cujo pano de fundo é teológico, não deve sequer entrar em pauta de discussão. Os temas que são objetos de legislação, bem como as decisões políticas importantes se subtraem a qualquer consideração teológica. Na vida acadêmica, o discurso da fé é considerado “herético”.
Quando o cristão se deixa levar por essa ideologia secular, ele começa a viver em dois mundos. Em um deles, ele é o crente sob a autoridade da Bíblia, mas, no outro, ele ignora os valores do evangelho. A hipocrisia intelectual se torna institucional.
           Em meio a esse ambiente hostil, como é possível uma apologética cristã? Como é possível defender a fé e os valores do Reino de Deus?
           A apologética cristã se insere em duas tradições: a pressuposicional e a evidencialista. Cremos que as duas não precisam se excluir. Toda forma de defender a fé é bem vinda se compatível com as Sagradas Escrituras. O desafio, porém, é a apologética da apologética. Como seremos ouvidos em uma sociedade secularizada?
            Essa é a grande temática do curso que o Instituto Pietista de Cultura oferece em 3 DVS.

O Curso “Apologética Cristã e Secularização” foi ministrado pelo Reverendo Glauco Barreira Magalhães Filho em 2011 através de várias palestras. Caso você deseje adquirir os DVDs ou participar de nossos próximos cursos, visite o blog do Instituto Pietista de Cultura:

http://institutopietistadecultura.blogspot.com/

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CONTRA O HOMOSSEXUALISMO POR AMOR AOS HOMOSSEXUAIS


            “A próxima grande heresia será simplesmente um ataque à moralidade, especialmente à moralidade sexual... A loucura do amanhã não está em Moscou, mas em Manhattan” (Chesterton, há a mais de 80 anos atrás).

            As grandes civilizações do passado (grega, romana, etc) perderam o seu brilho cultural e caíram politicamente através da promiscuidade sexual. Spengler e Kierkegaard já anunciaram há muito tempo o declínio da Europa atual em razão da frouxidão moral e do abandono da herança cristã. O mais chocante, todavia, para os que vivem nesses tempos de degradação ética é ver os aplausos dados para o homossexualismo, ao mesmo tempo em que os que combatem essa prática são chamados de intolerantes e homofóbicos.
Algumas pessoas dizem que atacar a homossexualidade é atacar os homossexuais, mas os drogados não acham que estão sendo atacados quando as drogas são combatidas, assim como os adúlteros não negam a distinção entre o adúltero e o adultério. Não adianta aqui o homossexual dizer que o homossexualismo não é uma prática, mas, sim, uma identidade sexual (inseparável da personalidade), pois os pedófilos, psicopatas e estupradores também poderiam reivindicar o mesmo argumento em seu favor. De igual modo, não é aceitável a posição daqueles que dizem que a homossexualidade é uma doença, pois uma doença deve ser tratada e é abominada até mesmo pelo doente. Muitos hoje consideram o alcoolismo uma doença, o que não os impede de fazer todo o esforço para o debelarem.
Embora nunca tenha sido provado que exista uma predisposição genética para o homossexualismo, a existência de tal predisposição não justificaria a prática, assim como a predisposição para o descontrole emocional não justifica a impaciência ou a agressão. Há em todos nós predisposições pecaminosas e instintos brutais (já que somos filhos de um Adão caído), mas eles devem ser objeto de disciplina e vigilância.
            O conceito que qualquer homossexual tem de si mesmo não pode ser maior do que um verdadeiro cristão tem dele. Para um crente evangélico, um homossexual é um ser criado à imagem e semelhança de Deus, alguém por quem o Filho de Deus se encarnou e deu a sua vida. O que aflige o cristão é ver o homossexual, dotado de tanta de dignidade pela criação e pelo plano salvador de Deus, corrompendo o seu corpo e alma em uma prática tão degradante.
            Na Europa Ocidental e Central, assim como na América do Norte, a maioria das infecções do vírus da AIDS deve-se ao homossexualismo. De acordo com a UNAIDS (braço da ONU para AIDS), a AIDS prolifera de modo alarmante entre os homossexuais. O Ministro da Saúde da Índia, Ghulam Nabi Azad, preocupado com o problema da AIDS, lamentou a existência do homossexualismo em seu país, considerando-o um mal trazido do Ocidente. Em 04 de julho de 2011, durante uma conferência feita pelo ministro sobre o vírus HIV, ele declarou:

            “Infelizmente, essa doença chegou ao nosso país também, onde um homem faz sexo com outro homem, o que é completamente não natural e não deveria acontecer, mas acontece”.

            Assim como acontece com o fumo, o governo deveria desestimular a prática homossexual. Obviamente, o fumante não tem a propaganda contra o cigarro como uma ofensa pessoal, mas, sim, como uma preocupação legítima do Estado e da sociedade para com a sua saúde e vida.
            As estatísticas (evitarei citá-las para não ficar cansativo, mas posso dar a fonte aos interessados) provam que há uma promiscuidade compulsiva associada à prática homossexual. Ligada à promiscuidade compulsiva, difunde-se o uso de drogas para intensificar o êxtase sexual. Há forte ligação entre o homossexualismo e a depressão, bem como um aumento das taxas de suicídio entre os que praticam a sodomia.
Estudos mostram uma predominância da tendência à pedofilia entre os homossexuais de sexo masculino.
Os homossexuais alarmam a sociedade com o número de gays assassinados, mas omitem o fato de que a maioria dos homossexuais é morta por outros homossexuais em crimes passionais.
 Lembramos ainda que a prática homossexual masculina tem sido destrutiva para o corpo humano, pois o corpo não é anatomicamente adequado para uma relação entre dois homens.O homossexualismo entre homens aumentou o número de problemas causados à próstata, além de provocar úlceras, fissuras, incontinência crônica e diarréia. Inúmeras doenças sexualmente transmissíveis se propagam assustadoramente entre homossexuais (AIDS, gonorréia, sífilis, infecções bacterianas e doenças parasitárias), sem falar nas infecções virais (herpes, hepatite A e B) e verrugas anais.
            A expectativa de vida de um homem homossexual é de 45 anos, mas, se incluir os que morreram de AIDS, cai para 39 anos.
Recentemente, na França, em um breve momento de lucidez, houve uma votação decisiva na Assembléia Nacional, sendo rejeitada a legalização do “casamento homossexual”. Antes disso, durante o mês de janeiro, o Conselho Constitucional (o mais alto tribunal da nação) já havia rejeitado a constitucionalidade do “casamento” homossexual. Michel Difenbacher do Partido da União por um Movimento Popular (UMP) disse: “Somos contra a homofobia, mas não queremos alterar a imagem e a função do casamento”. Christian Vanneste e Brigette Bareges, também do UMP, foram mais claros. Vanneste chamou as uniões sodomitas de “aberrações antropológicas”, enquanto Bareges perguntava retoricamente: “Por que não também casamento com animais ou poligamia?”. Até Nicolas Sarkozy, o presidente da França, que tinha um histórico de aceitação social da homossexualidade, se opôs ao projeto de legalização do “casamento” homossexual. A Corte de Cassação da França, antes das decisões recentes, também já havia anulado casamento entre homossexuais. A França também é contra a adoção de crianças por uniões homossexuais (pacto civil, pois não há casamento). As pesquisas de opinião revelam que o povo francês não aprova a adoção por homossexuais.
Para concluir, aprendamos uma lição com o Dr. Robert Spitzer, um famoso professor de psiquiatria da Universidade de Colúmbia em Nova York. Ele ajudou a excluir a homossexualidade da lista de doenças mentais da Associação Psiquiátrica Americana em 1973. Em uma pesquisa publicada depois disso, o Dr. Sptizer causou muito alvoroço por sugerir que os homossexuais podem mudar sua orientação sexual. Ele descobriu que 78% dos homens e 95% das mulheres que voluntariamente se submeteram a uma terapia psiquiátrica restauradora relataram uma mudança em sua sexualidade. Dos 143 homens e 57 mulheres participantes, 66% dos homens e 44% das mulheres obtiveram o que ele considerou como “um bom desempenho sexual”.
            A pesquisa do Dr. Spitzer fez aparecer muitos opositores, que se apressaram a acusá-lo de fundamentalista, mas ele já declarou que é um “judeu ateu” e que está apenas interessado na descoberta científica.
            O Dr. Spitzer disse: “Minha conclusão é que a porta está aberta [...]. No início de minha pesquisa, eu estava completamente cético. Para mim, o homossexual – nascido assim ou que ficou assim, não importa – era de fato homossexual, e considerar a inclinação dele uma questão de escolha era um erro. Porém, se eu encontrasse uma única pessoa disposta a mudar sua orientação sexual, a porta estaria aberta, e a mudança de orientação sexual seria possível”. O Dr. Spitzer encontrou os que mudaram. A porta está aberta!

            Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
            Doutor em Sociologia e Professor da UFC



segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TEORIA DOS VALORES JURÍDICOS

A obra "Teoria dos Valores Jurídicos" do Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho foi publicada pela Editora Mandamentos (BH) em 2006 e esgotou em 2008. O autor a considera como sendo a sua principal obra. Nela, ele enfrenta o relativismo ético contemporâneo e defende, com argumentos filosóficos, a imutabilidade dos valores morais básicos. Como repercussão da obra, o autor fez palestras sobre o tema "Teoria dos Valores Jurídicos" na Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) em abril de 2009, na Faculdade Estácio/FIC (2009), na Faculdade Católica Rainha do Sertão (2009), bem como proferiu várias outras palestras com títulos que projetavam o mesmo tema, como foi o caso da palestra "A Ética e a Crise dos Valores" na Associação dos Rondonistas do Ceará (Projeto Rondon) em 2006.
          Segue o texto da 4a Capa do Livro:

A obra trata de dois importantes assuntos, sendo o primeiro considerado pelo foco sociológico, e o segundo, a partir de uma perspectiva filosófico-argumentativa. A abordagem inicial traz uma análise das causas da crise ética no mundo atual. Nessa oportunidade, é examinada a maléfica influência de certos pensadores, cujas teorias ocasionaram uma onda de ceticismo e relativismo ético. É percebido, então, que a ascensão de tais posições termina por resultar na erupção da força como critério de ordem para o caos, ensejando o trágico advento de tendências totalitárias no Estado. A segunda parte desse trabalho é uma apologia dos valores clássicos, bem como da possibilidade de apreendê-los na sua validade metafísica, uma vez que seja superado o cinismo e a indiferença. A conclusão é desafiadora e esperançosa para aqueles que reconhecem o homem como sendo possuidor de uma dignidade que o faz superior aos demais animais, não apenas quantitativa, mas, acima de tudo, qualitativamente.

         A Editora Del Rey tem publicado algumas obras esgotadas da antiga Editora Mandamentos. Se você quer ver publicada novamente a obra "Teoria dos Valores Jurídicos", entre no grupo dos que tem "pressionado" com e-mails a Editora Del Rey para republicá-la.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CRER OU NÃO CRER? EIS A QUESTÃO

                          Foto do Prof. Glauco Filho e de Glauco Neto na Capela Wesley em Londres



O neo-ateísmo em ascensão apela para os velhos postulados do empirismo como argumento para negar a existência de Deus.  A tese empirista estabelece que o conhecimento verdadeiro somente é possível quando encontra apoio na experiência. Os defensores dessa perspectiva não percebem que ela própria se coloca além de toda verificação empírica. O que queremos dizer é que a afirmação de que toda verdade precisa de justificação é uma crença filosófica, não uma verdade que se possa constatar por testes empíricos. Também é uma crença filosófica a ideia de que a única justificação possível é a empírica. Na realidade, a experiência interna parece mostrar-nos o contrário, pois os matemáticos não recorrem à experiência sensorial para estabelecer os seus resultados. As verdades matemáticas, entretanto, se mostraram historicamente muito mais confiáveis do que as “verdades” tidas por empíricas. Santo Agostinho dizia que o fato de nossa mente ser capaz de captar verdades imutáveis não sensoriais (axiomas matemáticos) provava que existia em nós uma alma distinta do corpo, bem como evidenciava a existência de um mundo de verdades eternas e imateriais, do qual temos participação.

            Por outro lado, ninguém dispõe de tempo e vigor para submeter todas as informações a testes. Muitas crenças científicas dos cientistas são aceitas pelo testemunho de outras pessoas sem que nunca o cientista que as endossa tenha feito experimentos pessoais para comprová-las. Não adianta, portanto, acusar de irracionais os crentes evangélicos, alegando que creem sem comprovação empírica, uma vez que os cientistas acreditam em muitas coisas pelo testemunho de outros cientistas. É, desse modo, que os crentes também confiam no testemunho de encontros com Deus relatados pelos profetas, bem como na narrativa dos livros sagrados acerca dos grandes milagres de Deus na história.

            Blaise Pascal (1623-1662), um grande filósofo, cientista e inventor disse que, ao crermos no Deus de Abraão temos tudo a ganhar e nada a perder. Temos aqui a chamada Aposta de Pascal: Se acreditarmos, o pior que pode acontecer é termos perdido tempo (caso Deus não exista), mas podemos ganhar o paraíso (caso Deus exista). Se não acreditarmos, o melhor que pode acontecer é não termos perdido tempo (caso Deus não exista) e pior que pode acontecer é a danação eterna (caso Deus exista). Obviamente, Pascal não esperava que a verdadeira devoção a Deus viesse desse raciocínio calculista, mas o mantinha para zombar da soberba dos incrédulos.

            De acordo com William James (1842-1910), a fé em Deus é mais do que legítima, uma vez que resulta de uma opção viva, forçosa e momentosa.

Uma opção é viva quando é significativa para vida. Dela dependerão as nossas escolhas, hábitos, decisões e preferências. Obviamente, essas coisas não serão as mesmas para um crente e para um incrédulo.

Uma opção é forçosa quando evitá-la já implica tomar partido. Desse modo, ser agnóstico (suspender juízo sobre a questão) é aderir a um ateísmo prático.

Finalmente, a questão é momentosa quando não é banal, mas de suprema importância.

            Ser ateu é desafiar uma intuição universal e permanente na história. Recomendo a todos que leiam a Bíblia de coração aberto e Deus dará testemunho de si mesmo em Sua Palavra!



            Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

Membro do NERPO (Núcleo de Estudos de Religião, Política e Cultura) da UFC e Pesquisador do Grupo de Pesquisa "Filosofia dos Direitos Humanos" (UFC) – Ambos cadastrados no CNPQ



CAPA DO LIVRO "TEOLOGIA E IMAGINÁRIO"

TEOLOGIA E IMAGINÁRIO (A mais nova publicação do Rev. Glauco Filho)

No período primitivo e pós-apostólico da igreja cristã, muitos gigantes intelectuais se levantaram desde Paulo até Agostinho para evidenciar a superioridade do evangelho sobre a filosofia greco-romana. O fervor apologético produziu obras que até hoje arrebatam leitores piedosos. Na Idade Média, a teologia foi a rainha das ciências, o modelo para a compreensão do mundo. A Reforma, por sua vez, sendo um profundo movimento espiritual, não apenas colocou a Bíblia na mão do homem comum, mas também o inflamou com o zelo de estudá-la.
            Foi o liberalismo teológico do final do século XIX e início do século XX que tirou a vitalidade da teologia, procurando acomodá-la a uma mentalidade cientificista, que agora está sendo criticada pelos filósofos pós-modernos. O liberalismo encontrou oportunidade porque o fervor teológico já tinha sido apagado pela rotina e pelas incursões da política de Estado nas controvérsias religiosas.
            No século XX, Karl Barth e Francis Schaeffer foram pensadores cristãos que, apesar das discordâncias, ousaram falar sobre o mundo da perspectiva teológica em lugar de falarem da teologia sob a perspectiva mundana. Foi, porém, C. S. Lewis, um professor de literatura, que retomou o modo agostiniano e medieval de fazer teologia. A sua grande contribuição foi a redescoberta do papel do imaginário para o pensamento religioso. Isso significa que falamos do transcendente comparando com o que conhecemos no mundo sensível. A nossa linguagem religiosa tem um “déficit” em relação à realidade a que se refere. Essa lacuna é suprida por uma variedade de metáforas e analogias em relação de complementaridade. Essa é razão de Jesus ser tanto o “LEÃO” como o “CORDEIRO”.
A linguagem teológica está comprometida com a verdade (adequação do pensamento com a realidade), mas também com a normatividade (o imperativo que nasce do indicativo – ex.: “devemos ser santos porque somos santos”) e, acima de tudo, com a impressão poética arrebatadora. Jonathan Edwards dizia que a verdadeira religião consiste em santos afetos. Ele sustentava que uma pregação não deveria ser acompanhada com caneta e papel (como um estudo bíblico), pois o seu objetivo era deixar impressões mais do que sistematizações. O Dr. M. Lloyd-Jones disse que a pregação era “razão eloqüente” e “lógica em chamas”.
Há um “caminho mais excelente” no modo de fazer teologia. Identificar esse caminho é a proposta desse livro!


Glauco Barreira Magalhães Filho é Mestre em Direito Público (UFC), Doutor em Sociologia da Religião (UFC), Doutor em Teologia (Ethnic Christian Open University) e Livre Docente em Filosofia (UVA). É professor universitário (UFC/UNIFOR), Diretor do Instituto Pietista de Cultura (IPC) e pastor da Igreja Batista R. Moriá em Fortaleza-Ce. É autor de livros nas áreas de Direito, Filosofia e Sociologia. No campo teológico, além de diversos artigos, escreveu “O Imaginário em As Crônicas de Nárnia” (Mundo Cristão), “Lições das Crônicas de Nárnia” (Abba Press), “Teologia do Fogo” (Moriá Ed.) e “Manifesto contra o mundanismo” (Moriá Ed.)    


domingo, 15 de janeiro de 2012

LANÇADA A 4a EDIÇÃO DE "HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO"

                                          Foto do Prof. Glauco Filho em seu escritório

A Editora DEL REY lançou a 4a. edição do livro "HERMENÊUTICA E UNIDADE AXIOLÓGICA DA CONSTITUIÇÃO" do Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho. Em 2011, a obra completou 10 anos de existência no mercado editorial. Segue o texto da 4a. capa do livro:

O livro Hermenêutica e Unidade Axiológica da Constituição trata da hermenêutica jurídica sob os aspectos filosófico, científico, histórico e ético. A obra inicia pelo exame da origem dos termos hermenêutica e interpretação, bem como pelo estudo da passagem da hermenêutica do campo teológico para o campo das ciências do espírito. São consideradas as duas principais correntes filosóficas que trataram da hermenêutica. A primeira, defendida por Scheleiermacher e Dilthey, vislumbrou-a em suas dimensões metodológica e epistemológica. A segunda, representada por Heidegger e Gadamer, situou o seu objeto no plano ontológico e existencial. Destacam-se as influências dessas perspectivas na interpretação do Direito, o que possibilita fazer a distinção entre hermenêutica jurídica tradicional e nova hermenêutica constitucional. De um ponto de vista histórico, são examinadas as condições através das quais a hermenêutica ingressou no Direito como método científico, enquanto, por meio do estudo das Escolas Jurídicas, é traçada a evolução dos cânones tradicionais de interpretação. O ceticismo de Kelsen e as postulações do neo-jusnaturalismo são objetos de avaliação e confronto. São analisadas as relações entre hermenêutica e argumentação, bem como a interação entre hermenêutica e teoria dos valores.
            No estudo da nova hermenêutica constitucional, a fórmula do Estado Democrático de Direito é apresentada como pré-compreensão da Constituição material, assim como é salientado o papel do círculo hermenêutico na interpretação dos direitos fundamentais. A Constituição é compreendida por meio de uma dialética entre ser e dever ser. Os princípios de interpretação especificamente constitucional são contrastados com os cânones da hermenêutica tradicional. Por fim, é colocado o importante problema da unidade axiológica da Constituição, cujos fundamentos podem ser encontrados nos princípios da dignidade da pessoa humana (fundamento material) e da proporcionalidade (fundamento formal), sendo o primeiro determinante da unidade, e o segundo, o seu operante.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

                                     Prof. Glauco Filho na Universidade de Durham (Reino Unido)

O MUNDO GLOBALIZADO E O DECLÍNIO DA EUROPA E DOS EUA


                Oswald Spengler, um crítico firme do nazismo e do racismo, escreveu uma obra intitulada O Declínio do Ocidente, na qual deixou claro que a Europa, depois de ter chegado ao seu auge cultural, começou a descer a ladeira. Entre as razões para o referido declínio estava a valorização da quantidade em detrimento da qualidade, o conformismo e o gosto incessante por novidades frívolas. Para Spengler, essa situação produziu uma impossibilidade prática de concentração nas pouquíssimas coisas que são realmente essenciais, bem como uma ausência de verdadeira paixão.

                Embora o papismo, tenha sido muito prejudicial ao verdadeiro cristianismo, a glória conquistada pelo continente europeu é impensável sem o cristianismo e, particularmente, sem o protestantismo (a diferença entre o norte e o sul da Europa comprova isso). É uma pena que a “europeização” do mundo globalizado esteja acontecendo através de um povo que abandonou os valores que lhe deram grandeza. Os países de terceiro mundo, portanto, não estão imitando os costumes e as ideias que elevaram a Europa, mas, sim, as práticas a tem corrompido moral, cultural e economicamente. Se fôssemos inteligentes, nós buscaríamos saber o que engrandeceu a Europa ao longo da história em vez de  imitarmos acriticamente a sua aparência contemporânea.

                Alguns chegam mesmo a sugerir que o  desenvolvimento do Brasil depende de sua "habilidade" para seguir a frouxidão moral da Europa hodierna. Assim, não faltam os que querem a institucionalização da sodomia, do aborto e das drogas. No âmbito da filosofia, defende-se o relativismo quanto aos valores e o ceticismo quanto à verdade. A cosmovisão cristã é falsamente considerada “autoritária” e a perspectiva bíblica é a anatematizada pelos inquisidores universitários.

                O segredo do progresso norte-americano encontra-se nas seguintes palavras presentes na Declaração de Independência: “Consideramos que estas verdades são auto-evidentes, que todos os homens são criaturas iguais, que todos são dotados pelo seu Criador de certos direitos iguais, entre os quais estão o direito à vida, à liberdade e à prossecução da felicidade”. Na época dessa declaração, a noção de felicidade não se ligava ao consumismo, mas à sabedoria prática que procura a maximização do ser com um mínimo de dependência das coisas temporais. Segundo Leo Strauss, entretanto, a nação americana já não tem essa fé, sendo poucas as pessoas que hoje afirmariam a “auto-evidência” dos valores mencionados. Não é de admirar, portanto, que os EUA também estejam  em crise.

                Leo Strauss lembra que os alemães começaram a abandonar a noção de uma lei natural (jurídica e moral) universal no final do século XIX e início do século XX. Eles, então, passaram a inclinar-se para o historicismo com o seu consequente relativismo. O resultado disso foi testemunhado pela história: o triunfo da força e o autoritarismo nazista.

                Fulton J. Sheen constatou com discernimento o fato de que os aliados venceram a guerra militar contra o eixo, mas perderam a guerra ideológica. A democracia venceu o totalitarismo (nazismo, fascismo), mas perdeu o seu próprio fundamento axiológico. Agora, ela não passa da ditadura da minoria (dos experts da “ciência”, dos técnicos e dos pseudojuristas), a legitimidade (a priori) tornou-se legitimação midiática (a posteriori) e os direitos humanos perderam o seu conteúdo moral. O pensamento relativista do historicismo alemão encontrou herdeiros no pós-guerra através da filosofia francesa e da ciência social norte-americana.

                A realidade é que a ciência pode ser inventiva quanto aos meios, mas ela não define critérios para distinguir os objetivos justos e legítimos dos objetivos injustos e ilegítimos. A ciência é instrumental, nasce para servir a todos os interesses e poderes. No campo genético, testemunhamos um abuso da ciência na “produção” de embriões para manipulações investigativas. Ao lado disso, quando inúmeros desses embriões “produzidos” são simplesmente descartados, nós presenciamos um genocídio coletivo e herodiano de inocentes, o qual é tão grave como os genocídios que aconteceram na Alemanha nazista e na África.  Há quem defenda que a ciência tem a missão de satisfazer as nossas necessidades, mas eles esquecem que precisamos de um padrão para distinguir  necessidades genuínas e verdadeiras de necessidades imaginárias e artificiais.

                O niilismo também não é solução. Dizer a cada um que eleja os próprios princípios não conforta ninguém por muito tempo. Se os princípios de nossas ações resultam da escolha cega, deixaremos de acreditar neles, pois eles não merecem a devoção de nosso coração e acabam com a nossa noção de responsabilidade. Como disse Leo Strauss, “estamos, então, na posição de seres que são sóbrios e sensatos quando se trata de questões triviais e que jogam como loucos quando são confrontados com questões sérias”.

                Precisamos voltar ao fundo de nós mesmos e redescobrir as digitais do criador em nosso ser mais íntimo. Necessitamos relembrar a lei moral que Deus inscreveu em nossa consciência. Devemos olhar outra vez para Jesus como o referencial. Acima de tudo, admitamos as limitações de nossa razão e busquemos auxílio na revelação divina em Jesus Cristo e na Escritura Sagrada. O evangelho transforma o homem e o homem transformado transforma a sociedade!



                Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

O autor foi Coordenador dos Cursos de Direito da Faculdade Gama Filho e da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, Vice-Coordenador do Curso de Direito da Universidade Federal do Ceará, Membro do Conselho Ensino Superior da OAB/Ce, Membro da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB/Ce. Atualmente, é Coordenador do Curso de Direito da Fametro, Diretor do Instituto Pietista de Cultura e Conselheiro da Associação Moriá de Educação Cristã.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

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                                  Rev. Glauco Filho na Universidade de Oxford (Inglaterra)

CRISE NO ENSINO UNIVERSITÁRIO





                A invenção da televisão provocou o surgimento da chamada “sociedade do espetáculo” (Guy Debord), a qual se difundiu e se intensificou pelo surgimento da internet. Nessa sociedade, há uma supremacia do parecer sobre o ser, pois as pessoas partem do pressuposto de que “a imagem é tudo”. Assim, se uma empresa consegue vender o seu produto por uma avançada técnica de marketing, ela é parabenizada independentemente da qualidade real daquilo que apresenta. A astúcia é homenageada, não a sinceridade.

            Essa sociedade do simulacro, por certo, se encantaria com as técnicas de Satanás no Éden. Ele tomou a forma do animal mais belo do campo (a serpente passou a ser rastejante e repugnante por uma maldição divina somente após a queda do homem), alimentou a curiosidade de Eva pela fala articulada em uma criatura irracional e criou toda uma ilusão sobre os benefícios do fruto proibido. Enfim, ele vendeu o seu produto. Para uma cultura da imagem e do marketing, ele seria considerado formidável independentemente do desastre resultante do pecado.

            Os jovens de hoje não têm mais heróis em quem se espelhar. Eles cultuam as celebridades, projetando os seus sonhos no sucesso delas. As energias psiquícas que deveriam servir a luta contra a corrupção e a decadência moral são perdidas pelos jovens em jogos eletrônicos através dos quais eles forjam as suas pseudobatalhas.

            O culto à imagem é também o culto do movimento e do entretenimento. As pessoas que perdem o dia na internet (inventando perfis, conversando asneiras em redes sociais, etc.) ou na TV a cabo (mudando de canal a cada cinco minutos) não estão preparadas para a leitura intensa e a pesquisa disciplinada. O resultado é a existência de inúmeras crianças hiperativas, incapazes de concentração nos estudos. Para tornar a aprendizagem “interessante” a uma geração inquieta, o entretenimento passou a ser um método. A educação utiliza imagens em movimento, os alunos levam tablet para a sala de aula e os professores devem produzir um show para ganhar os alunos.

            Nesse contexto, os bons professores, que tem amplo conhecimento adquirido pelo hábito de estudo, mas que ainda continuam a prestigiar a oralidade (lembremos que Deus criou o mundo pela Palavra), são substituídos pelos falsos educadores, incompetentes e superficiais, que escondem a sua ignorância em slides projetados através de Data Show e dinâmicas de grupo.

            O entretenimento na educação começou no ensino lúdico das crianças (algo recomendado pelo próprio Lutero para os pequenos), mas houve uma propagação da infantilização para o ensino médio e, finalmente, a situação alcançou as universidades. Agora, temos alunos viciados em estímulos mecânicos, incapazes de desenvolver um estudo solitário. Os novos discentes não conseguem mais ler sequer um livro até o fim.

            As instituições de ensino superior criaram formas de aprovar pessoas sem méritos acadêmicos através de pontuações gratuitas em atividades de “entretenimento educacional” ou do sistema de correção de provas com questões “abertas”, onde qualquer coisa escrita (ainda que incongruente com a pergunta ou auto-contraditória), pode ser considerada parcialmente certa.

            Alunos que não podem ser reprovados e filhos que não podem ser disciplinados numa sociedade relativista e amoral é o início do fim de tudo que é honrado e digno.

            No passado, enquanto os pagãos prestigiavam os ídolos, os antigos hebreus reverenciavam a palavra divina. Os “deuses” gregos eram cheios de vícios, mas o Deus de Israel estabeleceu preceitos morais elevadíssimos. O cristianismo antigo deu ordem moral ao caos gerado pela queda do império romano através da evangelização e conversão dos bárbaros. A Reforma protestante, através da imprensa, promoveu a leitura da Bíblia e a alfabetização dos povos, trazendo grandeza cultural e econômica para os Estados Unidos e para o norte da Europa.

            O cristianismo evangélico clássico ainda tem um grande papel a desempenhar na educação!

                                   Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

Professor do Curso de Direito (Graduação, Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Professor da UNIFOR, Professor da ESMEC (Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará) e da ESMP (Escola Superior do Ministério Público), Coordenador do Núcleo de Assessoria Jurídica Comunitária (NAJUC) da UFC, Coordenador do Centro de Estudos de Direito Constitucional (CEDIC) da UFC, Membro do Núcleo de Estudos de Religião, Política e Cultura (NERPO) da UFC, Professor da Faculdade Teológica Unida de Fortaleza (FTU-for), Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Teologia Histórica e Dogmática da FAERPI.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

                          Foto do R ev. Glauco Filho na "Casa do Reformador John Knox" na Escócia

A Inevitabilidade de Deus

O blog "cristianismo e universidade" parte do pressuposto de que a teologia ainda é a rainha das ciências, pois as pressuposições acerca das verdades últimas sempre estarão presentes como condição de todo o pensamento. O homem, criado por Deus, em suas teorias e em sua prática, parte inevitavelmente de um parâmetro absoluto admitido ou oculto. Aqueles que não estiverem prontos para reconhecer o absoluto em Deus irão absolutizar algum aspecto parcial da realidade, seja ele o fator econômico (Marx), o Estado (nazismo), a linguagem ou a historicidade (como tem sido comum atualmente acontecer nas ciências humanas). Admitindo-se que só a Deus pertence com propriedade a condição de ser absoluto, temos que reconhecê-lo no ponto de partida, discutindo o melhor caminho para o conhecimento de Seu ser e vontade. Por outro lado, para não divinizarmos a razão, temos que aceitar, em sentido pascaliano, as suas limitações, bem como apelar para revelação que Deus deu de si em sua Palavra.
Deus não é um “tapa-buracos” para as nossas necessidades práticas, nem é apenas uma “hipótese de encerramento” para o pensamento teórico. Ele é o fundamento de tudo, é o Ser que não pode não ser, mais próximo de nós do que nós de nós mesmos.

Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
Mestre em Direito Público (UFC), Doutor em Sociologia (UFC),
Doutor em Teologia (Ethnic Christian Open University)
Livre Docente em Filosofia (UVA)
Especialista em Teologia Histórica e Dogmática (FAERPI)
Pastor da Igreja Batista R. Moriá (Fortaleza)
Diretor do Instituto Pietista de Cultura (Fortaleza)
Professor da Universidade Federal do Ceará
Membro da Academia Cearense de Letras Jurídicas