CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





terça-feira, 30 de abril de 2013

RESUMO DA PALESTRA DE RECEPÇÃO DOS ALUNOS DA UFC (CAMPUS DO PICI) FEITA PELO PROFESSOR GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES FILHO


EU FIZ A MINHA ESCOLHA. E AGORA?
                A alegria de passar no vestibular é algo inesquecível, porque ela combina o sucesso de um esforço com o resultado de uma escolha. Tal esforço não se trata de um empreendimento para sair de uma situação dolorosa imposta por força maior, nem de uma luta para atender a uma necessidade inexorável. Antes, revela o êxito de uma concentração de energias para alcançar uma meta livremente escolhida.
                Após a conquista e passado o primeiro semestre da Faculdade, a euforia inicial do aluno é transformada em um novo desafio: a conclusão do curso. Nos últimos semestres, mistura-se o alívio de estar chegando ao fim com a ansiedade de conseguir um emprego e entrar no mundo da concorrência.
                Quando ponderamos essa sucessão de escolhas, bem como outras que virão, como casamento, investimentos e outras coisas, sentimos que a vida parece estar se desenrolando em meio a uma incógnita. A reflexão ampla que contempla o todo também leva a mente para o assunto que todos querem evitar: a morte. O que virá depois da morte? Poderemos fazer escolhas sucessivas depois da morte? De que adiantarão todas as escolhas feitas em vida se o fruto de todas elas murcha com a morte?
                Todos nós ouvimos falar de pessoas que entraram em depressão depois de sua aposentadoria. Isso aconteceu porque elas firmaram toda a sua vida em sua profissão e, ao perdê-la, sentiram-se vazias. Pessoas que ocuparam grandes posições, ao saírem de seus cargos e da vida pública, sentiram-se desesperadas ao notarem que toda homenagem que recebiam dependia da efêmera posição ou cargo que ocupavam.
                Não estou aqui desprezando o êxito no vestibular, a escolha profissional ou o seu exercício, mas estou mostrando que essas coisas precisam se inserir na moldura de uma escolha mais importante que atribua sentido a tudo. Deve haver uma escolha fundamental cujo resultado tenha a ver com a vitória contra e apesar da morte. Eu me refiro a uma decisão que faça a eternidade perpassar as nossas escolhas profissionais transformando a profissão em vocação, a alegria em ações de graça e o trabalho em missão. Estou falando de algo que traga a sensação de dever cumprido no final e que faça as construções feitas no tempo serem engolfadas pela eternidade.
                O apóstolo Paulo é um bom exemplo para o que estamos falando. Após a sua conversão ao evangelho de Cristo, ele se sentia realizado não apenas profissionalmente, mas integralmente como pessoa: “Pela graça de Deus sou o que sou” (I Coríntios 15: 10). Ele também morreu com a sensação de dever cumprido: “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada” (II Timóteo 4: 7-8).
                Paulo era um homem culto e bem situado socialmente em Israel, além de gozar também de cidadania romana. No entanto, ele percebeu que, apesar das escolhas bem sucedidas na vida, a sua força vontade era impotente para resolver o problema da vida espiritual:
                “Porque, bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço” (Romanos 7: 14-15).
                Toda essa luta de Paulo mencionada acima foi com apenas um pecado: a cobiça ou concupiscência (Romanos 7: 7). Ele descobrira que podia mudar o seu comportamento, mas não o seu coração. Podia negar a culpa, mas ela entrava novamente pelas portas do fundo em sensações de vazio, angústias existenciais, neuroses e depressões. Um dia, porém, Paulo conheceu o evangelho. Descobriu que Jesus pagou o preço da redenção na cruz, expiando a nossa culpa mediante o seu sangue. Ele entendeu que Jesus, como homem justo, poderia morrer representativamente pelos injustos na cruz, bem como que, sendo Deus, poderia atribuir valor infinito e universal ao seu sacrifício. Paulo também compreendeu que Jesus ressuscitou ao terceiro dia para nos vincular a ele em sua vida ressurreta. A vida de Jesus, quando comunicada ao nosso coração pela fé, triunfa sobre as más inclinações que nos assediam.
                Paulo entregou o seu coração, ou seja, a sede de suas decisões, a Jesus, ao aceitá-lo como Senhor para tê-lo como Salvador. À luz dessa escolha todas as outras foram vistas como insignificantes.
Assim como as leis antigas são reinterpretadas à luz de uma nova ordem de valores quando é promulgada uma nova Constituição, os talentos, a profissão e a vida como um todo recebem um novo referencial após a conversão a Cristo. Do mesmo modo como certos alimentos só revelam o seu gosto com a adição de sal, a nossa vida com tudo que ela implica só ganha sabor permanente depois que Cristo entra nela. Após isso, há segurança, certeza e paz:
                “... Porque EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO, E ESTOU CERTO DE QUE É PODEROSO PARA GUARDAR O MEU DEPÓSITO ATÉ ÀQUELE DIA” (II Timóteo 1: 12).
                Faça a escolha das escolhas. Entregue a sede de suas decisões a Jesus Cristo. Nele, reside a moldura que dá sentido a vida e reverte o poder da morte!
Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho
Mestre em Direito
Doutor em Sociologia
Livre-Docente em Filosofia do Direito
Professor da Faculdade de Direito da UFC (Graduação, Mestrado e Doutorado)
 

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