CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





domingo, 5 de novembro de 2017

CHARLES SPURGEON E A CONTINUIDADE DOS BATISTAS DESDE ANTES DA REFORMA PROTESTANTE

            




Charles Spurgeon costumava se identificar com os batistas particulares, os quais vinham dos puritanos. Episodicamente (principalmente mais próximo ao fim da vida), contestou algumas ênfases calvinistas, entrando em tensão com os seus colegas e se aproximando em algumas convicções dos batistas gerais. Entre os batistas gerais, existiam grupos provenientes de anabatistas europeus que traçavam uma linha antecedente de comunidades fiéis desde os apóstolos até eles próprios. Em alguns momentos, Spurgeon se sentiu membro da família mais ampla dos batistas e reconheceu a existência dessa linha de continuidade apostólica. Segue o trecho de uma de suas pregações sobre o assunto:


“Reflitam primeiro no fato de que a Igreja existe. Que maravilha! É talvez o maior milagre de todas as eras Deus ter uma igreja no mundo... Sempre uma Igreja! [...] Quando a Roma papal descarregou sua astúcia maligna ainda mais furiosa e engenhosamente; quando assassinos cruéis caçavam os santos por entre os Alpes, ou os atormentavam nas terras baixas; quando os albigenses e os waldenses derramavam seu sangue nos rios e tingiam de carmesim a neve, ela continuava viva, e nunca esteve em estado mais sadio do que quando foi imersa em seu próprio sangue... A nossa sucessão apostólica percorre linha ininterrupta; não por meio da Igreja de Roma; não vinda das mãos supersticiosas de papas feitos por sacerdotes, nem de bispos criados por reis (que envernizada mentira é a sucessão apostólica daqueles que tão orgulhosamente se gabam dela!), mas, sim, por meio do sangue de homens bons e fiéis que jamais abandonaram o testemunho de Jesus; por meio dos lombos dos verdadeiros pastores, dos laboriosos evangelistas, dos mártires fiéis e de honoráveis homens de Deus, traçamos a nossa linha de ascendência até aos pescadores da Galiléia, e nossa glória é que, pela graça de Deus, perpetuamos a verdadeira e fiel Igreja do Deus vivo, na qual Cristo habitou e habitará até quando o mundo se despedaçar”[1] 

Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho




[1] Apud  MURRAY, Iain. O Spurgeon que foi esquecido. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: PES, 2004, p. 50-51

Nenhum comentário:

Postar um comentário