Caderno de cultura do jornal Valor Econômico destaca livro da MC
Livro de Glauco Magalhães Filho é citado em reportagem sobre C.S. Lewis
Por: DA Assessoria de Comunicação
O jornal Valor Econômico publicou, em seu caderno de cultura (2-4/12, ed. 272), uma longa matéria sobre o filme O leão, a feiticeira e o guarda-roupas, que compõe As crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis. A reportagem destacou a efervescência da produção literária em torno da obra do escritor norte-irlandês, especialmente entre as editoras cristãs. Glauco Magalhães Filho, autor de "O imaginário em As crônicas de Nárnia", lançado pela Mundo Cristão no início de dezembro, foi entrevistado para a matéria de Marília de Camargo César. "O livro de Glauco Magalhães Filho trata, em sua primeira parte, do valor da imaginação humana em contraposição ao racionalismo", escreve Marília. Ela fez menção ainda à autobiografia de Lewis, Surpreendido pela alegria, também publicado pela Mundo Cristão.
Fonte: http://www.mundocristao.com.br/noticiasdet.asp?cod_not=33
O imaginário na literatura fantástica de C.S Lewis
Em entrevista, autor da MC fala sobre a literatura fantástica do escritor irlandês
Estreou na sexta (9/12), o filme O leão, a feiticeira e o guarda-roupa (clique aqui para visitar o site oficial), produzido pela Disney em parceria com a Walden Media. Baseado no segundo livro da série As crônicas de Nárnia e com um investimento de US$ 150 milhões em dois anos de produção, a película promete uma divulgação sem precedentes da obra do escritor cristão C. S. Lewis.
Dentre tantas qualidades como intelectual, Lewis notabilizou-se por sua predileção pelo imaginativo. Poeta, filósofo, apologista cristão, escritor, professor e crítico literário, C. S. Lewis, através da literatura fantástica, procurou transmitir valores cristãos utilizando imagens oriundas da mitologia grega e nórdica, bem como dos contos de fadas.
A seguir, confira entrevista com Glauco Magalhães Filho, autor de O imaginário em As crônicas de Nárnia, destaque no caderno de cultura do jornal Valor Econômico, que a Mundo Cristão acaba de lançar. Glauco, 34 anos, é advogado, mestre em Direito e possui diversos livros jurídicos publicados. Apaixonado pela obra de Lewis, apresentou uma reflexão criativa e bem fundamentada sobre este que é considerado um dos maiores escritores do século XX.
Qual foi o seu primeiro contato com a literatura fantástica de C.S. Lewis?
Durante a minha adolescência, em um período natalino, através da televisão, eu assisti em desenho chamado O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, uma das narrativas que integra As crônicas de Nárnia. Naquela oportunidade, fui cativado pela atmosfera mágica da história, a qual não se apartou jamais da minha memória.
Após a minha conversão à fé evangélica, conheci a obra teológica e filosófica de C. S. Lewis, passando a admirar sua capacidade de fazer uma apologia clara do cristianismo. Somente depois descobri a série dos livros As crônicas de Nárnia. Quando os li, tive a surpresa de reviver a minha alegria da infância. O fato de ter lido primeiro a obra filosófico-teológica de Lewis me permitiu compreender com nitidez o sentido mais profundo das crônicas. Percebi que a ficção de Lewis nos transmite através da literatura fantástica as bases fundamentais da fé cristã.
Como surgiu a proposta de escrever sobre o imaginário da literatura de Lewis?
As obras de C. S. Lewis já vinham sendo citadas nos meus livros de filosofia jurídica, Hermenêutica e unidade axiológica da constituição e A essência do Direito, antes do trabalho que agora desenvolvi sobre o seu pensamento. Na verdade, outro livro meu de caráter jurídico, Teoria dos valores jurídicos, a ser lançado, pressupõe a cosmovisão de Lewis sobre a existência de valores éticos imutáveis. O livro O imaginário em As crônicas de Nárnia é fruto de uma pequena mudança nos meus estudos sobre a imaginação humana. Eu vinha preparando um texto sobre a imaginação humana em seus reflexos na religião e na vida social, quando a alegre surpresa do anúncio do filme me fez mudar de direção, levando-me a considerar o imaginário literário na obra de C.S. Lewis. Os meus estudos sobre o imaginário antecederam a esse livro, mas uma vez que me dediquei a escrevê-lo, pude concluí-lo em aproximadamente dois meses.
Qual a sua expectativa em relação ao seu livro sobre a obra de C.S. Lewis?
O objetivo da obra é mostrar o valor positivo da imaginação humana, seja para representar o inefável por figuras ou para permitir ao crente acompanhar o tipo de linguagem inspirada da revelação. Na verdade, acredito que a nossa razão é muitas vezes inimiga da fé, afinal a fé olha para o impossível. Nessa hora, a faculdade humana que pode servir à fé é a imaginação. Ninguém se arrepende de seus pecados ou crê em Jesus como Salvador se Deus não operar nele por sua graça. Não haverá arrependimento se o homem não tiver consciência, e não haverá fé se o homem não tiver imaginação.
O livro pega carona no lançamento do filme O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Como você vê isso?
Acredito que o filme alimentará a curiosidade em relação à vida e obra de C.S. Lewis, ainda pouco conhecidas no Brasil. O imaginário em As crônicas de Nárnia tem a vantagem de não se limitar a ser uma interpretação teológica nem ser um simples estudo literário. Ele insere a obra de C. S. Lewis num escopo maior, o estudo do imaginário, tema que é um dos mais relevantes do momento.
Como Lewis orquestra sua ficção fantástica de forma que ela transmita valores cristãos?
Toda criança gosta de mágica e encanto. O mundo real parece muito esquisito para a ela, pois seus males parecem irremediáveis. A criança não consegue encontrar satisfação nas promessas de solução para o futuro; ela abomina o que chamamos de "processo histórico". Embora a "mágica" possa ser utilizada para o mal nas histórias criadas pela imaginação infantil, a "mágica boa" sempre triunfa sobre a má, e, sendo mágica, o faz com imediatez.
O Cristianismo tem uma solução "mágica" quando afirma que Jesus venceu o pecado e Satanás na cruz. Também quando esclarece que o cristão foi ressuscitado com Cristo e está abençoado com toda sorte de bençãos. No entanto, segundo o cristianismo, tais coisas que já existem para a fé num plano invisível ainda não se realizaram no plano visível, embora terão sua concretização no fim do processo histórico. O cristão transita entre o "sim" e o "ainda não", entre a "mágica" e a dura realidade através fé. Assim a "mágica" infantil traz lições preliminares de fé.
Os personagens mitológicos representam a vontade do homem primitivo de trazer sentido para uma vida árida. Eles são substanciações de forças da natureza e de sentimentos humanos. Eles não nos são úteis em suas histórias pagãs para ensinar sobre Deus, mas podem nos ensinar sobre o homem. Por outro lado, dentro de uma outra conjuntura, podem servir para alegorias nas quais se contêm lições cristãs. Eu diria aos que rejeitam de plano uma história pela aparência de seus personagens que é preciso aprender que a "Fera" vista por outro ângulo pode ser um lindo príncipe como descobriu a "Bela" na famosa história infantil.
A atmosfera a que nos conduzem as transfigurações expressas por C.S. Lewis nos enleva o espírito e nos conferem inegável paz interior por nos introduzir num mundo de luz e serenidade.
Dentre tantas qualidades como intelectual, Lewis notabilizou-se por sua predileção pelo imaginativo. Poeta, filósofo, apologista cristão, escritor, professor e crítico literário, C. S. Lewis, através da literatura fantástica, procurou transmitir valores cristãos utilizando imagens oriundas da mitologia grega e nórdica, bem como dos contos de fadas.
A seguir, confira entrevista com Glauco Magalhães Filho, autor de O imaginário em As crônicas de Nárnia, destaque no caderno de cultura do jornal Valor Econômico, que a Mundo Cristão acaba de lançar. Glauco, 34 anos, é advogado, mestre em Direito e possui diversos livros jurídicos publicados. Apaixonado pela obra de Lewis, apresentou uma reflexão criativa e bem fundamentada sobre este que é considerado um dos maiores escritores do século XX.
Qual foi o seu primeiro contato com a literatura fantástica de C.S. Lewis?
Durante a minha adolescência, em um período natalino, através da televisão, eu assisti em desenho chamado O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, uma das narrativas que integra As crônicas de Nárnia. Naquela oportunidade, fui cativado pela atmosfera mágica da história, a qual não se apartou jamais da minha memória.
Após a minha conversão à fé evangélica, conheci a obra teológica e filosófica de C. S. Lewis, passando a admirar sua capacidade de fazer uma apologia clara do cristianismo. Somente depois descobri a série dos livros As crônicas de Nárnia. Quando os li, tive a surpresa de reviver a minha alegria da infância. O fato de ter lido primeiro a obra filosófico-teológica de Lewis me permitiu compreender com nitidez o sentido mais profundo das crônicas. Percebi que a ficção de Lewis nos transmite através da literatura fantástica as bases fundamentais da fé cristã.
Como surgiu a proposta de escrever sobre o imaginário da literatura de Lewis?
As obras de C. S. Lewis já vinham sendo citadas nos meus livros de filosofia jurídica, Hermenêutica e unidade axiológica da constituição e A essência do Direito, antes do trabalho que agora desenvolvi sobre o seu pensamento. Na verdade, outro livro meu de caráter jurídico, Teoria dos valores jurídicos, a ser lançado, pressupõe a cosmovisão de Lewis sobre a existência de valores éticos imutáveis. O livro O imaginário em As crônicas de Nárnia é fruto de uma pequena mudança nos meus estudos sobre a imaginação humana. Eu vinha preparando um texto sobre a imaginação humana em seus reflexos na religião e na vida social, quando a alegre surpresa do anúncio do filme me fez mudar de direção, levando-me a considerar o imaginário literário na obra de C.S. Lewis. Os meus estudos sobre o imaginário antecederam a esse livro, mas uma vez que me dediquei a escrevê-lo, pude concluí-lo em aproximadamente dois meses.
Qual a sua expectativa em relação ao seu livro sobre a obra de C.S. Lewis?
O objetivo da obra é mostrar o valor positivo da imaginação humana, seja para representar o inefável por figuras ou para permitir ao crente acompanhar o tipo de linguagem inspirada da revelação. Na verdade, acredito que a nossa razão é muitas vezes inimiga da fé, afinal a fé olha para o impossível. Nessa hora, a faculdade humana que pode servir à fé é a imaginação. Ninguém se arrepende de seus pecados ou crê em Jesus como Salvador se Deus não operar nele por sua graça. Não haverá arrependimento se o homem não tiver consciência, e não haverá fé se o homem não tiver imaginação.
O livro pega carona no lançamento do filme O leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Como você vê isso?
Acredito que o filme alimentará a curiosidade em relação à vida e obra de C.S. Lewis, ainda pouco conhecidas no Brasil. O imaginário em As crônicas de Nárnia tem a vantagem de não se limitar a ser uma interpretação teológica nem ser um simples estudo literário. Ele insere a obra de C. S. Lewis num escopo maior, o estudo do imaginário, tema que é um dos mais relevantes do momento.
Como Lewis orquestra sua ficção fantástica de forma que ela transmita valores cristãos?
Toda criança gosta de mágica e encanto. O mundo real parece muito esquisito para a ela, pois seus males parecem irremediáveis. A criança não consegue encontrar satisfação nas promessas de solução para o futuro; ela abomina o que chamamos de "processo histórico". Embora a "mágica" possa ser utilizada para o mal nas histórias criadas pela imaginação infantil, a "mágica boa" sempre triunfa sobre a má, e, sendo mágica, o faz com imediatez.
O Cristianismo tem uma solução "mágica" quando afirma que Jesus venceu o pecado e Satanás na cruz. Também quando esclarece que o cristão foi ressuscitado com Cristo e está abençoado com toda sorte de bençãos. No entanto, segundo o cristianismo, tais coisas que já existem para a fé num plano invisível ainda não se realizaram no plano visível, embora terão sua concretização no fim do processo histórico. O cristão transita entre o "sim" e o "ainda não", entre a "mágica" e a dura realidade através fé. Assim a "mágica" infantil traz lições preliminares de fé.
Os personagens mitológicos representam a vontade do homem primitivo de trazer sentido para uma vida árida. Eles são substanciações de forças da natureza e de sentimentos humanos. Eles não nos são úteis em suas histórias pagãs para ensinar sobre Deus, mas podem nos ensinar sobre o homem. Por outro lado, dentro de uma outra conjuntura, podem servir para alegorias nas quais se contêm lições cristãs. Eu diria aos que rejeitam de plano uma história pela aparência de seus personagens que é preciso aprender que a "Fera" vista por outro ângulo pode ser um lindo príncipe como descobriu a "Bela" na famosa história infantil.
A atmosfera a que nos conduzem as transfigurações expressas por C.S. Lewis nos enleva o espírito e nos conferem inegável paz interior por nos introduzir num mundo de luz e serenidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário