terça-feira, 16 de julho de 2013

IDEOLOGIA DE GÊNERO X DEMOCRACIA

INTRODUÇÃO        

O primeiro movimento feminista defendeu direitos iguais entre homens e mulheres, principalmente na questão do voto, mas salvaguardava a plena consciência da identidade da mulher. O novo feminismo ou ideologia de gênero nega tanto a identidade masculina como feminina. A partir da idéia de “gênero neutro”, o sexo biológico é levado para a irrelevância, enquanto a “verdadeira” sexualidade se torna uma “construção social”.
Essa perspectiva passou a aglutinar militantes não só entre as mulheres, mas também entre homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais. Há uma negação completa da moralidade sexual tradicional e uma apologia da sexualidade polimorfa (eufemismo para “depravação generalizada”).
            Nessa nova conjuntura, é defendida a erotização precoce na adolescência, o aborto e, em esboço, a pedofilia com o consentimento do menor.
            Embora se apresentando como uma visão libertária, a ideologia de gênero é totalitária em dois sentidos. Em primeiro lugar, ela é totalitária porque quer abarcar todos os aspectos da vida pessoal e social, pretendendo criar uma nova antropologia. Em segundo lugar, porque ela não respeita a democracia.

IDEOLOGIA DE GÊNERO X DEMOCRACIA

            Os defensores da ideologia de gênero encontram resistência social na consciência moral do ser humano e no seu bom senso, e, por isso, buscam impor seu pensamento de cima para baixo. Um dos instrumentos para isso é a mídia.
            Os promotores do “gênero neutro” dominam os meios de comunicação. Chama a atenção de todos nós o fato de o discurso midiático ser quase homogêneo. Há uma defesa hegemônica nos meios de comunicação do aborto, do “casamento” gay, etc. Apesar disso, as estatísticas revelam que a opinião pública ainda não foi vencida em sua maioria pela ideologia de gênero.
            Outro lugar visado pelos defensores do “gênero neutro” é a escola. Através de leis, o poder de disciplina é subtraído dos pais para impedir que eles venham a dar formação moral aos filhos, enquanto a escola faz a lavagem cerebral com a ideologia de gênero.
            Outro instrumento autoritário é a pressão política. A África sofre hoje uma grande pressão da Europa e dos EUA para legalizar o “casamento” gay e revogar a legislação que desestimula a sodomia pública, enquanto a Polônia e a Ilha de Malta são pressionadas pela União Européia para legalizarem indiscriminadamente o aborto. Os novos marxistas não percebem que o imperialismo cultural é a nova face do imperialismo econômico.
            A COMISSÃO INTERAMERICANA DE MULHERES (CIM), que acompanha um programa criado pela OEA para promover a ideologia de gênero, disse em um documento:

            “A Comissão Interamericana de Mulheres (CIM)... considera que tais avanços só poderão materializar-se na medida EM QUE TENHAM CONTINUIDADE E SEJAM CONCEBIDOS COMO POLÍTICAS QUE DEVEM SER IMPLEMENTADAS TRANSVERSALMENTE.”

            Em outras palavras, a ideologia de gênero deve ser imposta. Se o poder executivo e o legislativo forem temerosos de fazê-lo, pelo constrangimento democrático, o poder judiciário passa a ser usado estrategicamente pelos ideólogos.
            Os direitos fundamentais foram pensados como limites ao poder, mas, agora, eles estão domesticados por ele. O que estamos vendo é a deturpação do conteúdo original dos “direitos” humanos para ampliarem o poder estatal (vassalo dos poderes econômicos globais). Nessa hora, atua o cínico ativismo judicial!


Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho  

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