INTRODUÇÃO
O primeiro movimento feminista defendeu direitos iguais
entre homens e mulheres, principalmente na questão do voto, mas salvaguardava a
plena consciência da identidade da mulher. O novo feminismo ou ideologia de
gênero nega tanto a identidade masculina como feminina. A partir da idéia de
“gênero neutro”, o sexo biológico é levado para a irrelevância, enquanto a
“verdadeira” sexualidade se torna uma “construção social”.
Essa perspectiva passou a
aglutinar militantes não só entre as mulheres, mas também entre homossexuais,
lésbicas, bissexuais e transexuais. Há uma negação completa da moralidade
sexual tradicional e uma apologia da sexualidade polimorfa (eufemismo para
“depravação generalizada”).
Nessa
nova conjuntura, é defendida a erotização precoce na adolescência, o aborto e,
em esboço, a pedofilia com o consentimento do menor.
Embora
se apresentando como uma visão libertária, a ideologia de gênero é totalitária
em dois sentidos. Em primeiro lugar, ela é totalitária porque quer abarcar
todos os aspectos da vida pessoal e social, pretendendo criar uma nova
antropologia. Em segundo lugar, porque ela não respeita a democracia.
IDEOLOGIA DE GÊNERO X DEMOCRACIA
Os
defensores da ideologia de gênero encontram resistência social na consciência
moral do ser humano e no seu bom senso, e, por isso, buscam impor seu
pensamento de cima para baixo. Um dos instrumentos para isso é a mídia.
Os
promotores do “gênero neutro” dominam os meios de comunicação. Chama a atenção
de todos nós o fato de o discurso midiático ser quase homogêneo. Há uma defesa
hegemônica nos meios de comunicação do aborto, do “casamento” gay, etc. Apesar
disso, as estatísticas revelam que a opinião pública ainda não foi vencida em
sua maioria pela ideologia de gênero.
Outro
lugar visado pelos defensores do “gênero neutro” é a escola. Através de leis, o
poder de disciplina é subtraído dos pais para impedir que eles venham a dar
formação moral aos filhos, enquanto a escola faz a lavagem cerebral com a
ideologia de gênero.
Outro
instrumento autoritário é a pressão política. A África sofre hoje uma grande
pressão da Europa e dos EUA para legalizar o “casamento” gay e revogar a
legislação que desestimula a sodomia pública, enquanto a Polônia e a Ilha de
Malta são pressionadas pela União Européia para legalizarem indiscriminadamente
o aborto. Os novos marxistas não percebem que o imperialismo cultural é a nova
face do imperialismo econômico.
A
COMISSÃO INTERAMERICANA DE MULHERES (CIM), que acompanha um programa criado
pela OEA para promover a ideologia de gênero, disse em um documento:
“A
Comissão Interamericana de Mulheres (CIM)... considera que tais avanços só
poderão materializar-se na medida EM QUE TENHAM CONTINUIDADE E SEJAM CONCEBIDOS
COMO POLÍTICAS QUE DEVEM SER IMPLEMENTADAS TRANSVERSALMENTE.”
Em
outras palavras, a ideologia de gênero deve ser imposta. Se o poder executivo e
o legislativo forem temerosos de fazê-lo, pelo constrangimento democrático, o
poder judiciário passa a ser usado estrategicamente pelos ideólogos.
Os
direitos fundamentais foram pensados como limites ao poder, mas, agora, eles
estão domesticados por ele. O que estamos vendo é a deturpação do conteúdo
original dos “direitos” humanos para ampliarem o poder estatal (vassalo dos
poderes econômicos globais). Nessa hora, atua o cínico ativismo judicial!
Dr. Glauco Barreira Magalhães
Filho
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