O papa Francisco errou: Muito
carisma e pouca mudança
Por Abner Ferreira
“Bem- aventurado aquele que não se condena a
si mesmo naquilo que aprova”. (Romanos 14.22)
Na postagem anterior, falei
sobre a manifestação das “vadias” que vilipendiaram objetos religiosos em plena
avenida durante a visita do papa Francisco e não receberam qualquer
punição. Pois bem, isto é fato, assim como é fato que não acredito na
proposta do papa como reformista católico, por não acreditar que ele tenha a
intenção de converter a instituição ao qual preside em uma igreja
cristocêntrica. É isto: não existe reforma na Igreja Católica até que haja
uma reforma teológica de seus ensinos e práticas. Mas isso não é nenhuma
novidade, há anos segue-se a linha do liberalismo teológico na instituição.
E enquanto analistas afirmam que a proximidade da
liderança católica com o povo poderá mudar a linha de crescimento religioso,
tirando os evangélicos da ponta, como os que mais crescem no país, eu avalio
que enquanto a Igreja Católica seguir esta linha teológica estará fadada ao
fracasso.
Antes que prossiga: os leitores — católicos,
evangélicos, agnósticos, ateus etc. — conhecem a minha opinião: O que não está
na Bíblia, cristianismo não é. E ponto! Pode parecer tautológico, mas igreja
cristã só é cristã se seguir os ensinamentos de Cristo, coisa que há tempos a
Igreja Católica não faz. Começando pela própria leitura da Bíblia, os líderes
católicos não motivam os fiéis a lerem o Livro Sagrada.
Vamos ver: alguém pode ser, por exemplo, espirita e
não acreditar nas doutrinas de Alan Kardec. Mas, por outro lado, nenhum
kardecista pode declarar-se discípulo de Alan Kardec se não estuda seus
ensinamentos. Ou: alguém pode declarar-se do Islã sem ler o Alcorão? Ou ainda:
alguém pode declarar-se budista sem acreditar em Buda? Logo, alguém que se
declara cristão e não segue os ensinamentos de Cristo, pode até ser católico,
mas não cristão. Destaco alguns das dezenas de ensinos que careceriam de uma
mudança urgente para a Igreja Católica voltar a ser uma Igreja Cristocêntrica:
A Mediação
Sim, é aceitável que o pontífice católico tem carisma
e uma humildade que não se vê entre muitos, mas isso não muda nada, pois quando
os valores morais da igreja são confrontados com os ensinamentos da Bíblia
torna-se nula qualquer ato de caridade ou bondade. Volto ao ponto.
Maria, como dizem os líderes católicos, não tem
qualquer função de mediação entre o homem e Deus. A Bíblia é bem clara: “há um
só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1
Timóteo 2.5).
É evidente que o papa é um representante de uma instituição, mas não a
expressão necessária da vontade de cada católico ou de milhares deles. Mas não
se concebe, uma vez que a ideologia da igreja torna-se herege, que as pessoas
sejam obrigadas a continuar no erro porque o papa não tem coragem de dizer que
isso ou aquilo é errado.
A homossexualidade é
pecado
Por exemplo, a questão gay, talvez a mais debatida nos
últimos anos entre líderes de diversas crenças. Não se concebe que o líder
católico titubeie sobre o tema por não ter coragem de contrariar – neste caso
não a maioria, mas a minoria – para não queimar o filme: a prática homossexual
é pecado. Não tem conversa! A Bíblia é clara: “Por isso Deus os abandonou às
paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no
contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso
natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros,
homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que
convinha ao seu erro” (Romanos 1:26-27).
Assim, que fique claro: A Bíblia é o manual dos cristãos e sendo assim, o que
ela diz que é pecado, é pecado. Ninguém representa, sozinho, o cristianismo. O
obvio: o cristianismo é Cristo e Ele mesmo se representa pela Sua Palavra.
Minha intenção não é criar polêmica porque essa não é
a meu propósito. Mas fazer apologia, esclarecendo o que é e o que não é
cristianismo. Nem tenho a intenção de apontar os erros e acertos do papa, pois
no meu ponto de vista ele já está errado por permanecer em práticas anti
bíblicas e instruir os fiéis a seguir suas práticas. Mas como líder cristão que
sou, devo alertar para as heresias nos ensinamentos católicos. Repito: igreja
cristocêntrica segue Cristo, não outro líder.
A Idolatria e o
culto a imagens
Quanto ao culto a imagens não precisava citar mais de
um versículo da Bíblia, apenas este: “Não fareis para vós ídolos, nem vos
levantareis imagem de escultura, nem estátua, nem poreis pedra figurada na
vossa terra, para inclinar-vos a ela; porque eu sou o SENHOR vosso Deus.”
(Levítico 26.1). Quer mais: “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque
está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” (Mateus 4.10).
Quem sabe ler direitinho já entendeu que a frase “não fareis para vós ídolos” é
essencialmente um mandamento contra a idolatria. Não só a idolatria a imagens –
prática comum entre os católicos – mas a adoração a personalidades, a pessoas,
a artistas, a líderes religiosos, etc.
No que concerne à mera encarnação da vontade dos
indivíduos, querendo o povo ou não, adoração de imagens é pecado condenado pela
Bíblia e a adoração a outro que não seja Deus é condenada por Cristo.
O Purgatório
Por fim, o falso ensinamento de que existe uma
“segunda chance”, pós-morte, para os indivíduos que não forem salvos, é mais um
falso ensinamento que deve ser rejeitado por Francisco se ele deseja realmente
converter o catolicismo em uma crença cristocêntrica.
Por mais chocante e estúpido que seja um conteúdo ou
outro – e me refiro a todos, já que os citados aqui são apenas alguns – não
existe maior arrepio do que este: a esperança de que o pecador pode permanecer
no pecado pois terá uma segunda chance após a morte. Mentira! O que Cristo
ensina é que existe apenas dois destinos: céu ou inferno. Não existe um
purgatório.
Mas cumpre notar: Francisco não corrigiu nenhum destes erros doutrinários, não
citou qualquer referência bíblica ou condenou qualquer prática.
Encerro asseverando a máxima: “Todo cristão deve ser
conservador e radical, conservador na preservação da fé e radical na sua
aplicação – John Stott”.
Tenho Dito.
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