AOS EVANGÉLICOS: Votei nulo na eleição por seguir a “Ética da Convicção” e
não a “Ética da Responsabilidade” (Quem quiser entender a diferença leia “Ciência
e Política: As duas vocações” de Max Weber). No entanto, creio na soberania de
Deus. Na Bíblia, muitas vezes, ouvimos falar de Deus dar maus governantes a um
povo como castigo pelos seus pecados (“Dei-te um rei na minha ira” – Oséias 13:
11). A impiedade dos homens faz merecer maus governantes, que fomentam mais
impiedade, até o mundo ficar “maduro” para um juízo mais severo. A igreja de
Cristo é a única que pode reverter esse ciclo do mal pela pregação
transformadora do evangelho. Durante esse período de eleição, eu vi muitos
evangélicos buscando esperança no lado oposto ao de Dilma. A melhor maneira,
porém, de a igreja evangélica ajudar a sociedade é sendo igreja (sal da terra e
luz do mundo). De que adianta se engajar ao lado do “menos pior” durante as
eleições e estar omisso durante todo o restante do tempo? O que vejo são
igrejas mundanas com pessoas se vestindo sensualmente, cultos convertidos em
entretenimento (com músicas impróprias, bailarinas e muito rebolado), pregações
terapêuticas (com ênfase no sucesso terreno e alívio de problemas temporais) e
tempo desperdiçado em programas de rádio (muita animação e pouca pregação verdadeira).
Precisamos de adoração reverente, santidade (na vida pessoal, familiar e
profissional), pregações sobre arrependimento e sobre a mensagem da cruz, bem
como mensagens contra a corrupção e a injustiça social. Enfim, necessitamos de
uma voz profética que chame as autoridades a sua responsabilidade para com o
Rei dos reis e Senhor dos senhores. Comentando sobre o salmo 82, Lutero disse: “Não
é subversivo criticar a autoridade, quando ocorre da maneira aqui descrita,
isto é, livre, pública e honestamente no ministério ordenado e através da
palavra de Deus. Ao contrário, é uma rara virtude, louvável e nobre, até mesmo
um serviço a Deus especialmente grande, como o salmo aqui o comprova”.
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