Centenas de católicos se reuniram neste
sábado (21) em uma igreja na pequena cidade chilena de Osorno para protestar
contra a nomeação do bispo Juan Barros, acusado de proteger um dos pedófilos
mais conhecidos do país.
A nomeação provocou a ira de muitos
paroquianos e questionou a promessa do Papa Francisco de acabar com o abuso
sexual na igreja.
Os críticos dizem que Barros tinha
consciência e ajudou a encobrir abusos do padre Fernando Karadima, cujo caso é
o mais polêmico entra as várias acusações de pedofilia dentro da Igreja
Católica no Chile.
Em 2011, Karadima foi considerado culpado
pelo Vaticano de abusar de meninos adolescentes por muitos anos. Liberado de
acusações criminais após a investigação contra ele ter naufragado por questões
técnicas, a igreja o castigou com a proibição de celebrar missas públicas.
Karadima foi mentor de muitos jovens
sacerdotes, incluindo Barros.
Juan Carlos Cruz, vítima de Karadima que
agora vive nos Estados Unidos, disse que Barros fazia o "trabalho
sujo" do sacerdote pedófilo, destruindo cartas de vítimas detalhando o
abuso, e que o bispo recém-nomeado estava presente quando os abusos ocorreram.
"Isso contradiz exatamente tudo o que
disse o Papa", afirmou Cruz à Reuters.
Muitos chilenos católicos repudiaram a
nomeação planejada.
O padre Alex Vigueras, superior provincial
da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e Maria no Chile, disse nesta semana
que a nomeação o deixou "atordoado".
Cerca de 30 padres e diáconos na área de
Osorno escreveram uma carta no mês passado ao núncio papal exigindo a renúncia
de Barros, e alguns políticos também questionaram a nomeação.
Barros tem procurado se distanciar de
Karadima e nega ter conhecimento dos abusos.
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