segunda-feira, 15 de junho de 2015

ATITUDE PARA COM DEUS (FÉ) E A ESFERA PÚBLICA

Um cristão bíblico dialogava com um ateu e um pseudocristão (“cristão” liberal) sobre se a atitude para com Deus (ou seja, a fé) deve influenciar nossos argumentos na esfera pública. O ateu disse que era contra toda interferência de premissas religiosas nas discussões existentes na esfera pública. O cristão bíblico perguntou por que deveria ser assim, já que Deus existe. O ateu furioso disse: “É claro que ele não existe”. O cristão bíblico, então asseverou: “Você percebe como sua atitude em relação a Deus, no caso, a incredulidade, influencia a sua opinião na esfera pública?”. Nessa hora, o pseudocristão (“cristão” liberal ) entrou no diálogo, dizendo: “Eu sou cristão, mas deixo a minha fé na esfera doméstica e íntima. Minhas posições na esfera pública independem de minha fé”. O cristão bíblico perguntou nesse momento ao liberal: “Então, você é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e do aborto?”. O liberal acenou afirmativamente. O cristão bíblico replicou: “Mas Deus condena na Bíblia tanto uma coisa quanto a outra”. O liberal reagiu: “O meu Deus não faria isso. Ele não impediria a felicidade das pessoas nem imporia a uma mãe o fardo de criar um filho não desejado”. O cristão bíblico, ao ouvir isso, pode, então, concluir: “Veja como sua concepção acerca de Deus influenciou a sua posição na esfera pública. A sua atitude para com Deus não ficou na esfera doméstica como havia dito. Resta discutir se ela está certa.” Uma pessoa que acompanhava o diálogo, falou: "Desculpem-me, mas gostaria de me intrometer. Eu acredito que Deus não interfere nas decisões de uma sociedade. Ele deixou isso para nós e, por isso, a religião não deve ter espaço na esfera pública". O cristão bíblico, porém, respondeu: "Epicuro disse, na Grécia Antiga, que Deus não se mete em assuntos humanos para não perturbar a sua própria felicidade, enquanto os deístas da modernidade diziam que Deus criou o mundo, pôs ordem e deixou o mundo caminhar sozinho, não havendo, portanto, a possibilidade de milagres. Não seriam todas essas posições, na verdade, concepções teológicas ou religiosas (apesar de equivocadas)? A nossa visão de Deus determina a nossa visão de nós mesmos e da sociedade. Se reconhecêssemos isso, teríamos discussões verdadeiramente frutíferas. Eu, por exemplo, defendo a visão bíblica de um Deus de amor, um Deus que não é desumano, isto é, desinteressado pelos assuntos do homem, mas, antes, pelo contrário, entrou na história humana para sofrer com e pelo homem. Poderíamos ignorar a sua Vontade quando falamos sobre o que é melhor para o homem? "
                                                                 

Glauco Barreira Magalhães Filho

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