Sempre critiquei a ênfase musical exagerada nos cultos e programações de certos círculos pentecostais. Muitos shows, muito exibicionismo, muito culto à personalidade do cantor. Agora, porém, quero criticar o outro lado: uma série de igrejas reformadas (ou não) que só valorizam palestras, estudos e teologia acadêmica. Em muitas delas, sente-se o ar da soberba e o desdém por outros segmentos. Não há espiritualidade nem contrição. Fala-se em oração, mas de um modo teológico (teórico), não prático ou experimental. Enquanto os recém ingressos em igrejas da Teologia da Prosperidade, logo ficam ambiciosos pelo discursos megalomaníacos de seus "pastores". Muitos recém-ingressos em igrejas "teologizadas" ficam vaidosos, achando que já sabem de tudo. Vejo pessoas se gloriando em Calvino e em Armínio, não em Cristo. Sei que a igreja deve ter louvor, mas esse deve ser reverente, fervoroso e angelical. Foi assim que Agostinho foi cativado pelo culto cristão. A música deve ter peso e majestade como disse Calvino. Também devemos ter pregações e estudos, mas deve ser a palavra viva e poderosa, cheia de unção do céu, como saia dos corações devotos de John Wesley, D. L. Moody e Finney. Como batista de origem anabatista, eu vejo a origem de meu povo antes da Reforma. Por isso, recuso-me a ser classificado como calvinista ou arminiano. Temos nossas próprias categorias teológicas, muito mais recheadas de termos bíblicos que de categorias sistemática criadas pelos modelos teóricos dos homens. Isso, porém, não me impede de aprender o que é bom com todos os lados do movimento evangélico. Acho que nossa ênfase atual não deveria recair tanto na música ou na teologia acadêmica, mas na oração e na santidade. Gostaria de ver divulgação de cultos de oração (com longo tempo de oração, não com promoção humana com o nome de oração) para todas as igrejas evangélicas orarem juntas por um avivamento, confessarem os seus pecados e buscarem santidade interna e externa (o que inclui também o abandono do consumismo, a simplicidade do vestuário e o amor cristão pelos mais pobres, pelos que estão na sarjeta, no abandono, na miséria do pecado...). É tempo de humilhação, não de soberba. É tempo de joelhos no chão, não de shows. Paulo foi identificado por Ananias como o que estaria orando. Não pela teologia, não por outra coisa, mas "Eis que ele está orando" (Atos 9: 11)...
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
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