No prefácio de seu livro “Como
ser um conservador”, Roger Scruton diz:
“Pois, na sua manifestação empírica, o
conservadorismo é um fenômeno mais especificamente moderno, uma reação às
vastas mudanças desencadeadas pela Reforma e pelo Iluminismo”.
Roger
Scruton diz defender a democracia parlamentar e as liberdades civis, mas
assevera que o seu conservadorismo é uma reação às vastas “mudanças
desencadeadas pela Reforma”. Como Scruton pode esquecer que o sistema
democrático-parlamentar inglês foi resultado da ação dos puritanos e uma conseqüência
da Revolução Gloriosa? Não sabe ele que ambas as ações foram protestantes?
As liberdades civis só foram definitivamente reconhecidas no Bill of Rights da Revolução Gloriosa. O lema da Revolução Gloriosa, por outro lado, foi “Pela Liberdade, Pelo Parlamento e Pelo Protestantismo”.
As liberdades civis só foram definitivamente reconhecidas no Bill of Rights da Revolução Gloriosa. O lema da Revolução Gloriosa, por outro lado, foi “Pela Liberdade, Pelo Parlamento e Pelo Protestantismo”.
Como
Roger Scruton pode juntar a Reforma com o Iluminismo, fechando os olhos para as
grandes diferenças entre um e outro? Não leu ele as obras de Francis Schaeffer,
que tão fundamentadamente distinguiu um e outro?
Lamento
que a falta de referenciais tenha levado alguns protestantes no Brasil a fazer
de Roger Scruton o seu ídolo. É claro que ele diz algumas verdades importantes,
mas a sua fundamentação última não é condizente com a fé protestante.
Dr. Glauco Barreira Magalhães
Filho
Realmente, dr. Glauco, Roger Scruton faz algumas críticas infundadas sobre o protestantismo. Me lembro de algo parecido no seu livro sobre Espinoza - quando eu tiver um tempo coloco aqui. Gosto de muita coisa que ele escreve, mas como cristão não recebo tudo do pacote. Abraço,
ResponderExcluirGrande abraço, Phylippe.
ExcluirRealmente, dr. Glauco, Roger Scruton faz algumas críticas infundadas sobre o protestantismo. Me lembro de algo parecido no seu livro sobre Espinoza - quando eu tiver um tempo coloco aqui. Gosto de muita coisa que ele escreve, mas como cristão não recebo tudo do pacote. Abraço,
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO Protestantismo teve seus erros de negligência e exageros, tais como o silêncio durante muito tempo sobre a escravidão e trafico de negros, a destruição de imagens sacras em igrejas romanistas - Schaeffer faz isso faz essa crítica em "Como Viveremos". Mas ele também diz que o Protestantismo nunca foi um movimento monolítico e que muitos homens dessa fé lutaram por questões como as citadas acima. Tece críticas severas ao Puritanismo mesmo elogiando a luta pelo sistema democrático-parlamentar. O Scruton falou a verdade, mas não ela toda. De fato o protestantismo com a ideia de libertação da igreja romana abriu as portas para outras ideias de negligencia de autoridades e revoluções, mesmo isso não tendo sido a ideia dos reformadores (acho que por isso o Scruton diz "mudanças >>desencadeadas<< pela Reforma e pelo Iluminismo").
ResponderExcluirBoa!
ExcluirFoi a Inglaterra protestante que teve um movimento conservador e a França católica que teve a Revolução Francesa.
ExcluirComo ser conservador e protestante? Não dá amigo, desculpa mais não dá. Quem ficou do lado do rei e da igreja era direita, quem ficou contra era esquerda, simples assim
ResponderExcluirEntão, os católicos são de esquerda, pois, na Inglaterra, ficaram contra os reis e a igreja oficial
ResponderExcluirIgreja oficial? Será? O que eu sei é que o Rei que você se refere queria separar da mulher feia e pegar uma mais novinha, como a Igreja se posicionou nos termos do Evangelho contra o Rei montou essa Igreja oficial aí...Nesse caso foi o Rei que virou a esquerda kkk
ResponderExcluirEsquerda e direita são posições políticas (por sinal, variáveis na história), não posição acerca da igreja. Perante a igreja, existe ortodoxia e heresia. Não quero discutir com você sobre essas questões, mas adverti-lo que as suas categorias estão confusas, JCosta.
ResponderExcluirSobre Henrique VIII e o Papa (com nenhum dos dois concordamos):
ResponderExcluirhttps://cristianismoeuniversidade.blogspot.com.br/2013/02/henrique-viii-o-papa-e-reforma.html
Não é o espaço ideal para isso, nem mesmo a questão pode ser focada pelo prisma da direita ou esquerda, nisso você está certo, agora o que vocês protestantes não entenderam na visav do Roger Scruton é que o protestantismo significa revolução ou mente revolucionária que se opôs a instituição igreja católica, desencadeando não somente resultados religiosos mais especificamente políticos como a fissura no poder moderador politpol da autoridade papal, a partir de debates religiosos. Isso foi um desastre para o mundo ocidental a partir de uma visão conservadora que repugna revoluções e preserva instituições! Seguindo os passos da relativização do poder papal e da sua autoridade teremos o movimento anti Eclesiástico e católico do iluminismo que vai desembocar na revolução francesa...por fim temos as influências de Lutero em karl Marx...ou seja, quando disse que não é possível ser conservador e protestante ao mesmo tempo, na trilha de Roger Scruton, não estou me referindo as pessoas, mais às idéias que o protestantismo trouxe com a sua revolução no sentido religioso. Se é revolucionário não tem como ser conservador, simples assim o raciocínio. Esse traço anti catolicismo vocês protestantes carregam até hoje, enquanto o conservadorismo, aqui no Brasil por exemplo, nas palavras de Roger Scruton está no catolicismo...
ResponderExcluirNa verdade não, o pensamento humanista que levou ao iluminismo, veio da própria igreja católica e sua escolástica, começando pelo nominalismo, e depois na renascença, a reforma foi contra esse aspecto, tanto que o debate Lutero e Erasmo, foi uma clara evidência da visão ortodoxa contra a visão racionalista e humanística que o filosofo de Roterdã apresentava, e o próprio Scruton se considera anglicano, de vertente protestante, isso não impede que ele tenha críticas ou até uma visão deturpada sobre o que foi a Reforma, como outros pensadores protestantes tiveram como Kikegaard e Voegelin, isso não faz dele "católico" faz dele pensante, já que o mesmo ja fez críticas ao bispado romano no seu livro sobre o anglicanismo, mesma igreja protestante que surgiu o pai do conservadorismo: Edmund Burke, e o segundo pai: Alexis de Tocqueville que apesar de ser catolico, no seu Clássico livro democracia na América, faz inúmeros elogios ao sistema puritano que permitiu criar uma maior liberdade e tradição que na Europa dominada pelas monarquias absolutistas católicas. "Preservar instituições", bem se você encherga a reforma protestante como uma revolução, então você não entendeu de fato o que foi a Reforma, que não só resgatou o cristianismo patristico, como trouxe mudanças graduais dentro no sistema cristão, inclusive no próprio catolicismo, dando mais liberdade intelectual ao ocidente onde jamais havia tido, se você defende o retorno supremo ao papismo, desculpe, você não é um conservador, é um reacionário.
Excluirhttps://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2016/03/nos-conservadores-somos-chatos-mas-tambem-estamos-certos.html
ResponderExcluirSe, para você, ser contra o catolicismo é ser revolucionário e se ser católico é pré-condição para ser conservador, temos o prazer de ser chamados de revolucionários nesse específico sentido.
ResponderExcluirLembro que Edmundo Burke (inspiração de Roger Scruton), T. S. Eliot, C. S. Lewis não eram católicos, mas anglicanos, embora sejam ícones do que os ingleses chamam de conservadorismo
ResponderExcluirSegundo os protestantes brasileiros, os anglicanos não são protestantes. Aliás, esse termo se quer existe consenso, até a igreja universal reivindica ser protestante. O termo correto seria revoltos.
ExcluirUnknown
ExcluirFumou maconha ou oq bobalhão?
Anglicanos se afirmam abertamente serem protestantes confessionais. Nos maiores grupos de apologética protestante que temos aki no Brasil é recheado de Anglicanos.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirA base intelectual não é dada pelos autores da preferência particular. Posso mandar ler mil e um autores que favorecem a posição que assumimos, mas não queremos resolver grandes problemas em pequenos comentários. Quem não cessa de repetir a mesma coisa revela insegurança, maximamente quem usa termos depreciativos.
ResponderExcluirA reforma não foi contra a "instituição" ou contra a "autoridade" em si, mas contra a apostasia da autoridade católica com sua instituição q chegou a vender salvação como indulgência. Lutero e Calvino eram reformadores e não revolucionários. Eles apelavam pela coerência com as Escrituras e não a uma obediência cega a instituições apóstatas. Defenderam o Estado e a igreja sendo submissos a Deus. Eles não se julgavam Santos no sentido de sem pecado, mas se autodeclaravam pecadores desgraçados dependentes da graça divina. Em relação a soteriologia bíblica, nem a direita ou esquerda propõem um caminho d salvação por Graça divina. A esquerda crê numa salvação escatológica política revolucionária. A direita se prende ao perigoso moralismo da justiça própria. Prefiro as pautas de direita pq ainda possuem mais vínculo com a moral judaico-cristã, mas sei q não podemos ser salvos a não ser pela perfeição de Jesus Cristo.
ResponderExcluirDisse tudo!
Excluir