CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





segunda-feira, 25 de abril de 2016

O PERSONALISMO SOCIAL NO PENSAMENTO ECONÔMICO DE JOÃO CALVINO

        

       O teólogo e economista André Biéler foi o maior especialista em estudos sobre o pensamento econômico do Reformador João Calvino. Ele ainda destacou-se como professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Genebra (Suíça). Em seu livro O HUMANISMO SOCIAL DE CALVINO, ele explicou a visão político-econômica do autor das INSTITUTAS:

         “É inegável que tal reabilitação da vida econômica teve consideráveis repercussões no desenvolvimento das sociedades protestantes. Todavia, não seria lícito responsabilizar Calvino pela quase divinização do trabalho e do dinheiro, visto ter ele clamado com vigor peculiar pela necessidade de sujeição de um e outro a Deus. Foi ele que pregou a solidariedade econômica entre homens e nações, a necessidade da circulação e redistribuição contínua das riquezas e a legitimidade das intervenções do Estado para regular a vida econômica. Se esses princípios tivessem sido respeitados, a evolução do capitalismo teria sido provavelmente muito diferente do que foi.
            Por certo, o senso de responsabilidade pessoal de Calvino não aceitaria jamais que o Estado se tornasse o dirigente exclusivo da economia. Mas também sua realista compreensão da ambígua condição do homem, solicitado ao mesmo tempo por Deus e por Mamon, não lhe permitia crer que a sociedade pudesse chegar a uma economia harmoniosa pelo simples jogo dos interesses individuais.
            É por isso que nos parece justo falar, a propósito da concepção que Calvino tinha da vida econômica, de um socialismo personalista ou, preferindo-se, de um personalismo social que busca o equilíbrio sempre renovado entre a proteção dos direitos e bens da pessoa, de um lado, e o respeito das necessidades do conjunto social, de outro”. 

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