O pesquisador sênior da Universidade de Sheffield, John
Holmes, afirmou que os chamados benefícios do álcool para a saúde podem ter
sido “substancialmente superestimados”. Atualmente, já se sabe que, no caso do
vinho, o que faz bem são as substâncias contidas na uva. E o suco puro não
fermentado carrega esses benefícios sem as desvantagens do álcool.
Na Bíblia, existem várias palavras que são traduzidas como
vinho ou bebida forte, como oinos, que tanto se refere ao vinho embriagante
como ao suco de uva; shekar, bebida embriagante; e tyrosh, vinho fresco
recém-espremido da uva, ou seja, o puro suco da uva. A Enciclopédia Judaica
informa que o vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat (vinho
de tonel). O livro de Lamentações (2:12) fala de um vinho (yaín) como alimento
de bebês de colo, e esse só poderia ser o puro suco da uva.
O hebraico yaín e o grego oinos são palavras genéricas que
representam todos os tipos de vinho, tantos os embriagantes quanto os não
fermentados. Logo, para identificar quando se trata de um ou de outro tipo de
vinho, deve se avaliar os contextos literário e social da época.
Só há um tipo de vinho recomendado na Bíblia, o tyrosh, o
puro suco da uva recém-espremida. Em Provérbios 3:10, tyrosh aparece como
símbolo de bênção e prosperidade: “E se encherão fartamente os teus celeiros e
transbordarão de vinho (tyrosh) os teus lagares.” Também em Deuteronômio 11:14:
“Darei as chuvas da vossa terra a seu tempo, as primeiras e as últimas, para
que recolhais o vosso cereal e o vosso vinho (tyrosh) e o vosso azeite.”
Todos os vinhos embriagantes e as demais bebidas fortes são
tidos como destruidores (veja, por exemplo, Pv 23:29-32) ou alvoroçadores (Pv
20:1; Ef 5:18), impróprios para o consumo daqueles que seguem a sabedoria e a
justiça (Pv 23:20, 31, 32 e Pv 31:4).
Quando às bodas de Caná, evento relatado em João 2, Cristo
não poderia ter produzido vinho alcoólico, cujo efeito sobre muitos dos
convidados, após beberem “fartamente” (palavra utilizada pelo próprio texto),
certamente seria aquele descrito em Provérbios. Ele estaria trazendo para Si,
em última instância, a responsabilidade pela intoxicação alcoólica daquelas
pessoas. Além disso, o Senhor não poderia contrariar o ensino que o Espírito
posteriormente transmitiria por meio de Paulo: “Não sabeis que sois santuário
de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o santuário
de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”
(1Co 3:16, 17).
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