domingo, 14 de agosto de 2016

João Calvino e a Expiação Universal



João Calvino, com respeito a Marcos 14: 24 (“Este é o Meu sangue da nova aliança, que é derramado por muitos”), disse: “A palavra ´muitos´ não significa uma parte do mundo, mas toda a raça humana” (João Calvino. Calvin´s New Testament Commentarires. Grand Rapids, MI: Wm B. Erdmans Publishing Co., 1994, vol. 3, p. 139)

Em comentário a respeito de I João 2: 2, disse Calvino:

“Cristo sofreu pelos pecados de TODO O MUNDO, e na bondade de Deus é oferecido a TODOS OS HOMENS sem distinção, sendo Seu sangue derramado NÃO SÓ POR PARTE DO MUNDO, MAS POR TODA A RAÇA HUMANA, pois, apesar de nada no mundo ser achado digno do favor de Deus, ainda assim Ele oferece propiciação para O MUNDO TODO, pois ELE CONVOCA TODOS SEM EXCEÇÃO para a fé em Cristo, que nada mais é do que a porta para a esperança”.

A citação acima de Calvino aparece mencionada na obra de Strong, que conclui:

“Embora em sua obra mais antiga, AS INSTITUTAS tivesse evitado declarações definidas de sua posição com relação à extensão da redenção, em sua obra posterior, os  COMENTÁRIOS, acedeu à teoria da expiação universal...”

Henry Clarence Thiessen chega a mesma conclusão sobre o pensamento de Calvino em sua PALESTRAS INTRODUTÓRIAS À TEOLOGIA SISTEMÁTICA.
Outro que tira a mesma conclusão é R. T. Kendall em seu artigo "A MODIFICAÇÃO PURITANA DA TEOLOGIA DE CALVINO".  Kendall assevera que Calvino cria na expiação universal, diferentemente de Beza (seu sucessor):

"Ele (Calvino) apontava para Cristo às pessoas pela mesma razão que Beza não podia fazê-lo: a questão da ´extensão´ da expiação. Calvino lhes indicava diretamente a Cristo, porque CRISTO MORREU INDISCRIMINADAMENTE POR TODAS AS PESSOAS. Beza não podia indicar Cristo diretamente às pessoas porque (segundo ele) Cristo não morreu por todos; Cristo morreu apenas pelos eleitos" (CALVINO E SUA INFLUÊNCIA NO MUNDO OCIDENTAL.  São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1990, p. 253)

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

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