PREFÁCIO - Teologia, Espiritualidade e Protestantismo
O que aprecio
nos escritos do Prof. Glauco é o modo em que foca seus vastos conhecimentos
históricos e teológicos nas áreas que o liberalismo tem provocado um
desmoronamento da fé ortodoxa.
Nesta obra de
verdadeira qualidade, há interesse louvável de persuadir os leitores a fincar
as estacas na verdade bíblica. Todos temos importantes lições a aprender
revendo a história da Igreja e da teologia nesses últimos 500 anos.
Creio que todo
leitor que se orgulha de conhecer a verdade que lhe trouxe a paz com Deus e a
segurança da salvação, aproveitará a leitura deste tratado ao saber algo sobre
o jansenismo,o pietismo, o puritanismo e o metodismo e várias outras raízes do evangelicalismo que
os missionários anglo-saxões implantaram no Brasil.
A discussão
sobre Deus ilumina muito bem o essencial no relacionamento que significa a
salvação eterna. Não é a infelicidade do homem que importa, mas o
relacionamento pessoal e íntimo com ele que é absolutamente prioritário. É o
amor de Deus e a dor da morte que nos forçam a buscar esse relacionamento,
aceitando pela fé o sacrifício de Cristo como nosso substituto, buscando a
reconciliação com Deus.
Unidade e
diversidade, que se encontram em todo lugar, têm sua fonte no Deus triuno que
existe numa só essência. Ele se revela na infinitude essencial e nas três
pessoas, Pai, Filho e Espírito. A discussão dos atributos de Deus será
revelador para o leitor. Nosso autor explica seu entendimento do relacionamento
entre o Calvinismo moderado com o Arminianismo de modo bastante criativo.
Também haverá muito para pensar sobre sua explicação acerca do inferno e a
doutrina bíblica do amor de Deus.
O ministério
do Espírito para nos capacitar na comunicação do evangelho têm destaque neste
livro. O autor prefere as posições de D.L. Moody, Charles Finney e Martyn Lloyd
Jones para explicar esse ministério. Favorece a posição do derramamento do
Espírito Santo como consciente e experimental. Ele aprecia a contribuição dos
avivalistas.
A inspiração
da Bíblia, bem com a inerrância das Escrituras, formam o fundamento do
pensamento do Professor. Creio que ele apresenta a veracidade da revelação
escrita no texto sagrado corretamente. É uma doutrina de suma importância, já
que, descartando a Bíblia, como poderíamos conhecer as mais importantes
verdades sobre Deus e a salvação? Sabiamente, nosso autor faz referência aos
problemas na Vulgata de Jerônimo que levou a Igreja Católica há 500 anos a se
opor ferrenhamente à tradução da Bíblia para o inglês por William Tyndale. Dr.
Glauco mostra como é necessário interpretar dentro do contexto histórico e
literário.
A justificação
pela fé foi redescoberta pelo reformador, Lutero. A singular importância dessa
doutrina não escapa da visão do autor. Sem dúvida, a paz com Deus é o galardão
que Deus dá para todos que abraçam esse ensinamento bíblico pela fé. O alicerce
da segurança da salvação depende da declaração de Deus que a morte vicária de
Cristo nos absolve de todo pecado.
Incentiva efetivamente uma vida piedosa cheia de gratidão.
Concordo
plenamente com a crítica aos sacramentos, às vestimentas, às relíquias e
rituais que supostamente oferecem a salvação aos “fieis”. Não é a Igreja que salva, mas o Senhor Jesus
Cristo. A simplicidade da fé evangélica
remove a dependência nos objetos e atos externos e a coloca no Deus vivo.
A discussão
sobre o batismo e Pedro no papel de “pedra” de fundamento para a Igreja, ficou muito convincente. O
meio público de declarar a quem pertencemos representa mais plenamente a
posição de Bíblia. Achei a discussão em torno da Ceia do Senhor bastante
iluminador. A esperança da vinda do Senhor não foi omitida porque ela teve
importante papel no estímulo à santidade e piedade.
Em fim, não
tenho a menor dúvida que todo o material neste livro será de grande proveito e
esclarecimento para todos que têm o interesse em lê-lo.
Portanto
recomendo-o, mesmo que haja um ou outro questionamento raro que venha à tona. O
estilo atrai e o conteúdo abençoa!
Russell Shedd, Ph.D.
A Deus toda a glória!
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