quinta-feira, 9 de maio de 2013

A ORDENAÇÃO MINISTERIAL DE MULHERES E O MOVIMENTO HOMOSSEXUAL

            O feminismo foi um movimento que quis acabar com as diferenças entre os papéis do homem e da mulher, principalmente no lar. Os seus símbolos foram os usos de calças (roupa masculina) e cabelos curtos pelas mulheres.
            Em nome da libertação das mulheres de seus deveres familiares, defendeu-se a transferência da missão de educar os filhos para o Estado, a contracepção e o aborto. O lesbianismo e a possibilidade de inseminação artificial anônima também foram festejados como instrumentos para a independência da mulher.
            Nos anos 70, o feminismo se fortaleceu com a ideologia de gênero para sustentar que as diferenças genitais eram menos importantes que a identidade sexual efetivamente escolhida. Essa última poderia estar contraposta ao sexo biológico.
            Pela argumentação assumida pelo feminismo, percebe-se que era só uma questão de tempo para ele se aliar ao movimento homossexual, o que se deu na década de 80.
As igrejas evangélicas inicialmente resistiram ao feminismo, mas quando o referido movimento remodelou certos padrões culturais da sociedade, muitas igrejas não “agüentaram” a pressão e assumiram também os novos parâmetros distorcidos. Assim, mulheres que se professavam cristãs começaram a usar roupas masculinas e cabelos curtos. A resistência intelectual ao feminismo ficou incoerente. Com o passar do tempo, muitas igrejas começaram a ordenar mulheres ao ministério pastoral, piorando ainda mais as coisas.Uma igreja, ao se tornar mundana nos hábitos, não podia manter a ortodoxia no plano dos pensamentos, pois são os hábitos culturais que definem a mentalidade da sociedade, ou seja, as estruturas de plausibilidade do pensamento certo e errado.
            Vale dizer que o mundanismo cultural atingiu todo o catolicismo, as “testemunhas de Jeová”, os “mórmons”, os “adventistas do sétimo dia” e os evangélicos. Desses grupos, nenhum tem focos de resistência, exceto os evangélicos.
A Bíblia não coloca a mulher como inferior ao homem, pois ambos são a imagem de Deus. Ela, porém, define papéis distintos para cada um. No lar, o homem, embora deva ouvir a mulher, tem a palavra final quando houver um impasse. Isso preserva a família do divórcio como solução. A liderança masculina, porém, deve seguir os princípios bíblicos e deve ter por objetivo defender a dignidade dos membros da família. Até uma feminista reprovaria um pai que não assumiu a defesa da família diante de um agressor externo.
Como o Deus da redenção é o mesmo da criação, a Escritura diz que um pastor (bispo) deve ser escolhido de acordo com o sucesso de sua experiência como cabeça do lar. Em nenhum momento, é defendida a possibilidade de uma mulher ser pastora (embora a Bíblia mencione mulheres pregadoras). Imagine: Caso uma mulher fosse líder da igreja a que pertencia o marido, quem deveria ter a liderança final no lar? Algumas igrejas (que ordenam mulheres) têm dado uma solução imoral para isso, promovendo a ordenação de casais (marido e mulher) e fazendo da igreja um feudo familiar.
É curioso observar como as mulheres que pastoreiam igrejas, sem que seus cônjuges também sejam pastores, adquirem hábitos masculinos no falar e no proceder. Elas mostram com isso reconhecerem estar exercendo uma tarefa masculina.
A hermenêutica crítica utilizada pelas “feministas evangélicas” para defender a ordenação ministerial de mulheres tem agora servido à causa homossexual. Para o feminismo “evangélico”, os papéis atribuídos às mulheres na Bíblia e a ausência de mulheres pastoras no período apostólico decorreram do preconceito de seus autores, os quais eram condicionados por sua época. Nessa hora, perguntamos para onde terá ido a doutrina da inspiração verbal das Escrituras.
Os homossexuais dizem que a Bíblia condenou atos homossexuais promíscuos de heterossexuais, mas os autores não conheciam o fenômeno da homossexualidade e a “realidade” da identidade de gênero. Eles têm citado abertamente os princípios hermenêuticos adotados pelas defensoras da ordenação de mulheres a seu favor.
Para a igreja se opor de modo coerente ao casamento homossexual e a “ordenação” de sodomitas ao ministério, ela não poderá aceitar a ordenação de mulheres e a ausência de distinções no traje e na aparência entre homem e mulher. De outro modo, a igreja trará em si a semente de sua derrota.
Não adianta a resistência intelectual sem resistência cultural. A ortodoxia cairá sem ortopraxia. A fé sem obras é morta!

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Doutor em Sociologia (UFC)
Doutor em Teologia (Faculdade Etnia)
Doutor em Ministério (FTML)
Professor da UFC

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