CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

A CRISE DE IDENTIDADE DO HOMEM PLURAL

            




As pessoas de nosso tempo vivem em uma “civilização nervosa” (G. Simmel), isto é, marcada pela pressa. Essa mobilização frenética, que faz atividades meditativas (como a oração) parecerem perda de tempo, tem sido causada pelas múltiplas possibilidades de vida proporcionadas pela tecnologia contemporânea.
            Como o homem sabe que vai morrer e não cultiva mais a esperança de uma vida depois da morte, ele pretende viver várias vidas simultâneas ou sucessivas. Assim, através das redes sociais, tem surgido o “homem plural” (Bernard Lahire), o qual assume várias identidades distintas. Alguém pode ser o recatado e severo pai de família em seu lar e ser o pedófilo devasso na internet.
            Podemos ver a figura do homem atual no assistente de canais de TV a cabo. A cada intervalo num filme, ele muda de canal para ver o outro. O temor de que possa estar perdendo um filme melhor enquanto assiste outro o leva mudar seguidamente de canal sem assistir nenhum filme de modo completo. Isso acontece pela multiplicidade de opções que lhe são oferecidas através da variedade de canais e de filmes.
            A mesma coisa se vê na tintura de cabelo. A variação constante da cor da tintura revela uma rejeição constante de identidades anteriores.
            As pessoas, insatisfeitas consigo próprias, vivem uma existência “líquida” (Baumann), permanentemente conversível e sem solidez. Dentro dessa conjuntura, depressão e patologias psicológicas têm se tornado constantes na sociedade.
            O problema também tem chegado na questão da sexualidade. Pessoas heterossexuais se tornam homossexuais para que possam experimentar duas opções sexuais em uma única vida. Outras multiplicam divórcios para que possam vivenciar várias realidades familiares. Há notícias de delegados e militares que, depois de uma vida máscula e de casamentos desfeitos, resolvem assumir uma identidade feminina, e, para isso, são submetidos a uma cirurgia para mudança da aparência sexual.
            A televisão, por sua vez, tem difundido essas novas identidades como algo que deva ser aplaudido, como uma manifestação de coragem. O que acontece, porém, não é coragem, mas covardia. Muitos tentam fugir de seus problemas assumindo novas identidades de modo sucessivo.
            O crente em Jesus é alguém que tem uma sólida identidade em Cristo, “a rocha dos séculos”. Ele não é TELEguiado, não é moldado pela cultura hegemônica (Romanos 12: 1-2). O crente em Jesus sabe que o que vale não é a quantidade de vidas, mas a qualidade da vida e a sua condição na eternidade. Ele aceita a sua sexualidade biológica, glorificando o seu Criador. O Redentor é o Criador. Deus nos redime, tirando as deformações que o pecado trouxe para a criação, não deformando ainda mais a criatura.
O cristão verdadeiro não é uma bolha de sabão transparente. Antes, é consistente, é uma casa edificada sobre a rocha. Somente um servo de Deus pode dizer: “MAS, PELA GRAÇA DE DEUS SOU O QUE SOU” (I Cor. 15: 10).

            “EIS QUE EU PONHO EM SIÃO UMA PEDRA DE TROPEÇO, E UMA ROCHA DE ESCÂNDALO; E TODO AQUELE QUE CRER NELA NÃO SERÁ CONFUNDIDO” (Romanos 9: 33)

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Graduado em Direito e Teologia
Mestre em Direito Público
Doutor em Teologia e Sociologia
Livre Docente em Filosofia

Doutor Honoris Causa

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