terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A QUESTÃO DO DÍZIMO

                                                            Rev. Glauco B. Magalhães Filho



            A precipitação de opiniões e as desinformações na internet dão promoção a vários pensamentos heréticos e infundados do ponto de vista histórico e bíblico. Os sabatistas, por exemplo, dizem que Constantino criou a guarda do domingo (apesar de muitos pais da igreja já se referirem a consagração do domingo desde o século II), os unicistas e arianos dizem que a doutrina da Trindade foi criada pelo Concílio de Nicéia (apesar de Teófilo e Tertuliano terem escrito sobre a Trindade já no século II). Os “judaizantes” de hoje dizem que os pais da igreja helenizaram o cristianismo e o afastaram de suas raízes judaicas após os apóstolos (apesar de o Novo testamento ter sido escrito em grego e Paulo e o Concílio de Jerusalém terem repudiado o movimento judaizante). Há quem diga que os livros do Novo Testamento só foram selecionados no Concílio de Nicéia (apesar de o Código Muratoriano do século II já definir os livros do Novo Testamento).
Agora têm aparecido aqueles que dizem que o dízimo foi criado pela Igreja Romana em um Concílio da primeira fase da Idade Média (apesar de já mencionada sua prática no Didaquê do século II).
O que estas pessoas não percebem é que a Igreja Católica Romana é uma corporação religiosa que se baseia na tradição. Ela não cria repentinamente algo em Concílios, mas formaliza e regula práticas consuetudinárias anteriormente existentes (ainda que não sejam universalmente consensuais). O fato de um concílio regular juridicamente o dízimo não quer dizer que ele não existia antes como prática. A questão é saber se a prática é bíblica ou não.
Não podemos encurtar caminho para argumentação, dizendo que algo veio da Igreja Romana e começou em certa data por decisão de um Concílio. Esse argumento é uma falácia genética. Tudo que é decidido em Concílio na Igreja Romana tem precedente de crença e de uso (o que não significa que seja existente desde os dias dos apóstolos).
Não podemos também dizer que somos contra o dízimo por causa do abuso que dele se faz na Teologia da Prosperidade. “Abusus non tollit  usum” (“O abuso não tolhe o uso”). Precisamos encarar a responsabilidade de examinar as Escrituras acerca do assunto.
Segue uma pregação sobre o dízimo à luz da Bíblia e um link para um artigo que analisa a posição dos Pais da Igreja corretamente sobre o assunto:



Link para artigo sobre os Pais da Igreja: http://anabatistasemfortaleza.blogspot.com.br/2016/12/o-dizimo-e-os-pais-da-igreja-rev-glauco.html?showComment=1481735799393

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