A
precipitação de opiniões e as desinformações na internet dão promoção a vários
pensamentos heréticos e infundados do ponto de vista histórico e bíblico. Os
sabatistas, por exemplo, dizem que Constantino criou a guarda do domingo
(apesar de muitos pais da igreja já se referirem a consagração do domingo desde
o século II), os unicistas e arianos dizem que a doutrina da Trindade foi
criada pelo Concílio de Nicéia (apesar de Teófilo e Tertuliano terem escrito
sobre a Trindade já no século II). Os “judaizantes” de hoje dizem que os pais
da igreja helenizaram o cristianismo e o afastaram de suas raízes judaicas após
os apóstolos (apesar de o Novo testamento ter sido escrito em grego e Paulo e o
Concílio de Jerusalém terem repudiado o movimento judaizante). Há quem diga que
os livros do Novo Testamento só foram selecionados no Concílio de Nicéia
(apesar de o Código Muratoriano do século II já definir os livros do Novo
Testamento).
Agora têm
aparecido aqueles que dizem que o dízimo foi criado pela Igreja Romana em um
Concílio da primeira fase da Idade Média (apesar de já mencionada sua prática
no Didaquê do século II).
O que estas
pessoas não percebem é que a Igreja Católica Romana é uma corporação religiosa
que se baseia na tradição. Ela não cria repentinamente algo em Concílios, mas
formaliza e regula práticas consuetudinárias anteriormente existentes (ainda que não sejam universalmente consensuais). O fato
de um concílio regular juridicamente o dízimo não quer dizer que ele não
existia antes como prática. A questão é saber se a prática é bíblica ou não.
Não podemos
encurtar caminho para argumentação, dizendo que algo veio da Igreja Romana e
começou em certa data por decisão de um Concílio. Esse argumento é uma falácia
genética. Tudo que é decidido em Concílio na Igreja Romana tem precedente de
crença e de uso (o que não significa que seja existente desde os dias dos apóstolos).
Não podemos
também dizer que somos contra o dízimo por causa do abuso que dele se faz na
Teologia da Prosperidade. “Abusus non tollit usum” (“O abuso não tolhe o uso”). Precisamos
encarar a responsabilidade de examinar as Escrituras acerca do assunto.
Segue uma
pregação sobre o dízimo à luz da Bíblia e um link para um artigo que analisa a
posição dos Pais da Igreja corretamente sobre o assunto:
Link para artigo sobre os Pais da Igreja: http://anabatistasemfortaleza.blogspot.com.br/2016/12/o-dizimo-e-os-pais-da-igreja-rev-glauco.html?showComment=1481735799393
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