Ao receber a notícia de que o Conselho Federal de Medicina
se manifestou a favor do aborto até o terceiro mês de gravidez, eu fiquei
revoltado. A minha indignação vinha por eu assistir uma profissão que cuida da
vida e faz juramento de preservá-la sendo instrumentalizada por movimentos
políticos aliados do partido governista. É a típica vassalagem dos intelectuais
ou profissionais ao poder, algo próprio dos regimes autoritários.
Do
ponto de vista prático, isso é uma desproporcionalidade. Depois que o mundo inventou
tantos métodos para evitar filhos, voltamos a discutir o assassinato depois da
concepção. A cultura da morte é também a cultura do materialismo e do
hedonismo. Filhos podem ser sacrificados para não serem um fardo no orçamento dos pais.O aborto torna-se a saída mais rápida para quem não quer ter um “déficit” de prazer na
relação sexual pelo uso de preservativos, ou, ainda, sendo mulher, quer evitar os desconfortos decorrentes do uso de pílulas
anticoncepcionais.
A
legalização do aborto é o retorno da barbárie.O próximo passo é aceitar o
canibalismo. E para quem acha que estou exagerando, recomendo que ouça as
palavras do famoso abortista Peter Singer:
“Os mentalmente defeituosos não têm direito
à vida, podendo, portanto, ser mortos para servir de alimento – se nós
viéssemos a desenvolver um gosto pela carne humana – ou para o fim de
experimentação científica”.[1]
Peter
Singer também disse que “bebês débeis mentais não possuem direitos maiores do
que os de certos animais” (Independent Extra – 13 de setembro de 2006).
Bill
Hamilton, renomado biólogo darwinista e defensor do aborto, disse que tinha
mais simpatia por uma samambaia do que por uma criança chorando. David
Robertson disse o seguinte sobre Hamilton:
“Ele
argumentava que os machos estavam grandemente fadados a competirem e que a
finalidade do sexo era limpar o conjunto genético da população filtrando os
inúteis e os fracos. O macho de condição baixa é melhor morto. Tudo na
natureza, de acordo com Hamilton, podia ser explicado como resultado da
competição de genes. Ele defendia um radical programa de infanticídio, eugenia
e eutanásia a fim de salvar o mundo. Acreditava que a medicina moderna estava
causando dano ao permitir que os fracos sobrevivessem, preservando assim os
genes deles”.[2]
Para
concluir, cito as palavras de William Brennan:
“Embora
cada holocausto uma vez praticado seja um evento sem precedentes por si só,
isso não deveria diminuir o que todos os holocaustos têm em comum... a
destruição sistemática e generalizada de milhões vistos como massas
indiscriminadas de subumanos sacrificáveis.
“O ambiente cultural para um holocausto humano está
presente sempre que qualquer sociedade é desencaminhada e passa a definir indivíduos
como menos que humanos e, portanto, destituídos de valor e respeito.”[3]
É preciso que toda a sociedade proteste!
Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Mestre em Direito
Doutor em Sociologia
Livre Docente em Filosofia do Direito
Professor de Hermenêutica Jurídica e Estudos do Imaginário
Jurídico da UFC
[1]
Citado em ANKERBERG, John. WELDON, John. Os Fatos sobre o Aborto. Trad.
Eros Pasquini Jr. Porto Alegre: Chamada, 1999, p. 7
[2]
ROBERTSON, David.As cartas para Dawkins. Trad.Vanderson Moura da Silva.
Brasília: Monergismo, 2009, p. 116
[3] BRENNAN, William. Medical
Holocausts: Exterminative Medicine in Nazi Germany and Contemporary America.
Boston, MA: Nordland Pub. International, Inc. 1980, vol. 1, p. 68
Nenhum comentário:
Postar um comentário