Acerca da situação de Marco Feliciano, gostaria de
registrar a minha opinião. Em primeiro lugar, sustento que Feliciano não
representa os evangélicos históricos. Para falar a verdade, não existe
representação para o povo verdadeiramente evangélico. Não “somos do mundo”, mas
“somos peregrinos”, somos como “ovelhas no meio de lobos”. A igreja de Jesus
não busca defender seus interesses com armas carnais, como a política, mas
proclama a Palavra divina e resiste profeticamente ao mal. Ela não deve ser
passiva, mas não milita segundo o mundo. Cabe ao povo de Deus “tocar a trombeta
em Sião” e “perturbar os moradores da terra”, sendo a consciência para um mundo
sem consciência. Como disse Dietrich Bonhoeffer para a Igreja Confessante (que
resistiu ao nazismo alemão): “Confessa, igreja, confessa!”.
Em segundo lugar, eu
não simpatizo com Feliciano como “pastor”. Não aprovo muitos de seus ensinos e
práticas, assim como lamento algumas de suas ações sobre as quais não me
interessa falar.
Apesar de
todas as observações acima, entretanto, coloco-me contra os seus opositores
nessa questão da presidência da Comissão de Direitos Humanos. Sou contra os
seus motivos e suas manifestações de intolerância. O movimento homossexual
organizado (não necessariamente o indivíduo homossexual) é marcado pela tirania
ideológica. Muitos de seus líderes são megalomaníacos, acreditando que o
homossexualismo tem alguma coisa a ver com algum tipo de superioridade
intelectual. Esse movimento quer subverter as instituições, degradar a família
e remover os elementos cristãos da sociedade.
O triunfo
do Movimento Homossexual promoverá a libertinagem sexual e a exposição das
crianças a cenas públicas indecentes. O desejo desse movimento é calar a boca
dos pregadores para que não denunciem a sodomia. Já houve, inclusive, decisões
judiciais para remover a simples exibição de um texto bíblico do livro de
Gênesis que asseverava ter Deus criado a humanidade como macho e fêmea.
A
manifestação contra Feliciano revela a intolerância do movimento homossexual,
que não suporta a dialética da democracia. Os mentores desse movimento não respeitam
os procedimentos legislativos e querem inviabilizar o funcionamento da comissão
enquanto ela não estiver em acordo com a sua vontade.
Quanto a
Feliciano ser racista, isso não faz sentido. Ele pertence ao movimento pentecostal,
um movimento iniciado por negros nos EUA. Além disso, a igreja pentecostal é a
igreja mais negra do Brasil. Em muitos vídeos, pessoas afrodescendentes oram ou
“profetizam” sobre Feliciano.
Há muitas
coisas a serem alegadas contra Feliciano, mas não as que tem sido mais
mencionadas e nenhuma delas é um obstáculo formal ao exercício do seu cargo.
Não sou
um “aliado” de Feliciano e acho que os seus trabalhos legislativos devem ser
acompanhados com cautela e vigilância, como os de qualquer outro político. No
entanto, as forças mobilizadas contra ele são muito perigosas e muita gente não
reflete sobre isso.
Dr. Glauco Barreira Magalhães
Filho
Nenhum comentário:
Postar um comentário