Um amigo me escreveu hoje à tarde pedindo explicação sobre
"homossexualismo entre animais". Como biólogo, neuropsicólogo e
psicanalista, sabendo que esse assunto tem sido
objeto de muita falácia e de mentiras, e que essa dúvida é, também, de outras
pessoas, resolvi expor meu comentário a quem mais se interessar, com algumas
adaptações...
EXISTE HOMOSSEXUALISMO ANIMAL?
A reposta é NÃO.
Não existe "homossexualidade" no mundo animal.
Essa conversa é invenção ideológica de um movimento político que ganhou a
simpatia de parte do establishment acadêmico, só isso.
A homossexualidade é uma atração sexual, erótica, por
pessoas do mesmo sexo, ou seja, é essencialmente um desejo, uma conduta erótica
induzida e aprendida, embora suas causas sejam ainda objeto de muita discussão.
Por exemplo, não há homossexualidade entre crianças, pois
crianças não têm erotismo, não manifestam desejo sexual, exceto aquelas
deformadas por erotização precoce induzida por adultos - ou seja, abuso.
Meninos com gestos "afeminados" ou que gostem de brincar ou de vestir
coisas de mulher é um outro assunto, e nada tem a ver com homossexualidade - o
homossexual NÃO É um homem com "alma feminina", nem mulher com
"alma masculina", como alguns acham, pois muitos homossexuais não
querem ser do outro sexo, nem mesmo os travestis querem ser do sexo oposto -
querer ser do sexo oposto é um transtorno comportamental chamado transsexualismo,
que não tem a ver com homossexualismo, sendo este um outro tipo de transtorno,
de desorientação.
Ora, se não existe homossexualidade em crianças, que são
da espécie que inventou esse tipo de conduta anômala, que dirá em animais.
Porém, pode-se observar, em cativeiro e, às vezes, na natureza, alguns
comportamentos em certos indivíduos de algumas espécies, em que dois machos ou
duas fêmeas podem se comportar como se fossem um casal, mas isso tem
explicações etológicas (etologia = ciência do comportamento animal) bem
conhecidas, geralmente ligadas à sobrevivência da espécie ou à proteção do
indivíduo em situações de risco, entre outras - nada a ver com a conduta
erótica (alguns chamam de "tara") que vemos entre humanos.
Também há casos de cópula entre animais do mesmo sexo,
sendo, no entanto, bem mais raros do que o comportamento descrito
anteriormente; mas também as explicações etológicas são bem diferentes do que
chamamos de homossexualdade no caso dos humanos.
Por exemplo, se conhece comportamento imitativo de fêmea
em alguns animais machos quando o indivíduo tem sua sobrevivência ameaçada e
usa essa estratégia como demonstração de submissão para convencer o macho-alfa
a aceitá-lo no grupo, podendo até chegar ao ponto de haver cópula (o que é bem
raro, e em geral não é bem sucedida, pois a ausência de genitálias opostas que
se encaixem resulta em impossibilidade do ato, mas fica valendo como símbolo de
submissão - ao mesmo tempo, quase não se tem registro de cópula em que um macho
penetre o ânus do outro, que é o que caracteriza a conduta homossexual humana -
e entre fêmeas, evidentemente, inexiste a ideia de ato "homossexual"
no reino animal, restringindo-se a humanos).
Os ideólogos que constroem falácias na tentativa de forçar
uma naturalização daquilo que não é natural costumam apelar para exemplos
extremos como os dos macacos bonobos. Entretanto, o tiro sai pela culatra, pois
os bonobos são uma exceção, um exemplo raro de primatas cuja vida em
comunidade, por razões ainda pouco conhecidas, é pautada num comportamento
sexual extremamente promíscuo, tanto entre indivíduos de sexos distintos, como,
às vezes, entre os do mesmo sexo, e até em sexo grupal. Se os tais ideólogos
consideram esse um modelo de conduta sexual que justificaria a homossexualidade
humana, estarão confirmando uma acusação de que muitos homossexuais desejam
livrar-se, isto é, a de que o homossexualismo seria um comportamento anormal e
de vínculo promíscuo.
Lamentavelmente a opinião pública e até muitos acadêmicos
se deixam enganar por uma apologia sem fundamento, em que são usadas falácias e
sofismas se passando por fatos e verdade, tudo em nome da legitimação de uma
perversão que se tornou uma ideologia.
Dr. Ricardo Marques
Mt bom!
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