CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

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sábado, 22 de junho de 2013

A Igreja e os homossexuais: da omissão à compaixão (João Luiz Santolin)

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus. Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.” (Apóstolo Paulo em 1 Co 6.9 a 11) 



Programas de entrevistas, novelas, filmes, jornais e revistas mostram o homossexualismo masculino e feminino como normal. Alguns desses veículos da mídia chegam ao cúmulo de afirmar que as pessoas que não vêem o homossexualismo como opção sexual natural são preconceituosas e homofóbicas (os que têm aversão aos homossexuais). Por outro lado cresce o número de homossexuais que se convertem a Cristo e buscam ajuda nas igrejas. Nesse momento algumas questões são pertinentes: Como receber os homossexuais que se convertem? Como abordar os casos de homossexualismo na igreja? Namoro e casamento curam o homossexual? Existem provas bíblicas e científicas que refutam o homossexualismo? 



O reverendo Elben Lenz Cesar, 68 anos, diretor da revista Ultimato, conta que há cerca de 20 anos não gostava nem mesmo de pronunciar a palavra homossexualismo, tamanha era a aversão que sentia. “Um dia o Senhor me falou que ao invés de sentir aversão pelos homossexuais eu deveria sentir compaixão por eles, pois foi exatamente isso que Jesus sentiu pelos meus pecados”, conta o reverendo Elben. Depois dessa experiência, ele se tornou um dos maiores incentivadores dos grupos que trabalham com aconselhamento e evangelização de homossexuais. 



O que o reverendo Elben sentia é exatamente o que acontece hoje com muitos líderes evangélicos: por nunca terem vivido o homossexualismo ou por não ter um caso na família, sentem-se incapazes de aconselhar os que sofrem e, por isso, se omitem. Em casos extremos, a discriminação e rejeição de alguns líderes fecham a porta a qualquer possibilidade de diálogo com homossexuais que buscam ajuda. O caso do adolescente evangélico Geraldo, 17 anos, ilustra muito bem esse fato. “Eu estava tentando sozinho me livrar da atração que sentia por outros homens. Quando não suportei mais, pedi ajuda ao meu pastor e foi terrível”, conta Geraldo. “Não esperava isso de você! Sem mãe, sem pai, preto, feio e pobre, e ainda quer ser gay?”, bradou o pastor. A providência seguinte foi excluir Geraldo da igreja. 



O caso do jovem Geraldo aponta para um erro gravíssimo condenado veementemente na Bíblia: a omissão. Deus pedirá contas aos pastores que não querem sarar suas ovelhas. O profeta Jeremias registra um desses momentos da ira do Senhor: “Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!” (Jr 23.1) Para corroborar o caso de Geraldo, a maior reclamação dos grupos que trabalham com homossexuais no Brasil e em outros países é exatamente a indiferença dos pastores e igrejas. 



Sempre foi um grande tabu falar sobre homossexualidade nas igrejas evangélicas. Algumas delas, contudo, enfrentam a questão atualmente com muita originalidade convidando crentes libertos do homossexualismo para testemunhar e instruir seus fiéis nessa questão. Apesar da omissão já mencionada de alguns, a igreja evangélica brasileira começa a perceber que precisa mudar quando o assunto é homossexualidade. Ela descobriu que corre o risco de repetir o erro de muitas igrejas americanas e européias que, ao invés de buscarem respostas concretas na Bíblia para os dramas dos homossexuais, fecharam seus olhos e hoje têm em suas fileiras homossexuais assumidos que consideram o estilo de vida gay normal - e até bíblico! 



Um dos sinais que a igreja evangélica brasileira deve considerar perigoso é a ordenação de dois pastores gays em São Paulo, celebrada em junho de 1998 por Neemias Marien. Ele foi um dos primeiros pastores do Brasil a abraçar a teologia gay. Essa teologia é espúria e nociva, pois diz que Deus apóia o homossexualismo e que vários personagens bíblicos tinham relacionamentos homossexuais, como Davi e Jônatas e Rute e Noemi. Quando questionado pela mídia sobre a originalidade do amor afetivo e sexual entre iguais, o “pastor” Neemias disse que “pecado é não amar”. Não satisfeito com o cheiro de enxofre de suas declarações apóstatas e desafiando a Bíblia que afirma que os que praticam o homossexualismo não herdarão o reino de Deus (1 Co 6.9-11), declarou, ainda - e pasmem! -, que há a possibilidade de sermos recebidos no céu por um homossexual. 



Outro sinal perigoso que a igreja deve observar e ao qual deve reagir firmemente é a proposta de união civil entre homossexuais da deputada Marta Suplicy. Apesar de evitar as palavras “matrimônio” e “casamento” seu projeto reivindica que “todas as provisões aplicáveis aos casais casados também devem ser direito das parcerias homossexuais permanentes”. O consultor legislativo do Senado Federal e escritor Rubem Martins Amorese, ao refutar os argumentos da deputada, traz um argumento muito convincente: “Marta Suplicy busca a normalização do anormal. Quer, mesmo, tirar o fenômeno da opção gay do campo da ‘preferência’ para colocá-lo no campo do ‘inelutável’. De opção, vira fato. De escolha, vira realidade de vida. De desvio, vira espécie. De pecado, vira genético”. E continua, apontando para as nefastas conseqüências: “Com isso vai-se a esperança daqueles que sofrem com seu estado, pois percebem que lhes é inútil lutar contra a natureza. E ao invés de buscarem ajuda, tentam impor sua condição.” 



Diante dessas prerrogativas, a “cultura” gay tem levantado sua bandeira sem nenhum escrúpulo. Foi criado em São Paulo o selo literário edições GLS, cuja proposta é lançar livros de informações e entretenimento com temas gays e lésbicos - inclusive para adolescentes! Nada menos chocante aconteceu no Rio de Janeiro, no último dia 18 de setembro de 1998: a lésbica Sarandah Vilas-Boas, de 48 anos, que na época já vivia seu terceiro “casamento” com outra mulher, foi homenageada na Câmara dos Vereadores e recebeu o título de Lésbica do Século no Brasil. A iniciativa partiu da vereadora Jurema Batista e o motivo da homenagem é, no mínimo, inusitado: sua “luta” em prol das relações homossexuais no país. 



A despeito do crescimento da comunidade gay e de suas insólitas reivindicações, Deus tem levantado grupos e pessoas para refutar a teologia gay na mídia e evangelizar os homossexuais com amor e firmeza bíblica. Um desses grupos é o MOSES, que realiza evangelismos estratégicos para alcançar os GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). Estreamos nosso trabalho no Dia do Orgulho Gay de 1997, em Copacabana. Naquela ocasião, com somente três pessoas, distribuímos milhares de folhetos com o testemunho de um jovem ex-homossexual e a tradicional passagem bíblica em que Paulo fala da transformação de homossexuais em cristãos cheios do Espírito Santo (1 Co 6:9-11). O resultado foram vários telefonemas e inúmeras oportunidades na mídia secular (O GLOBO, ISTOÉ, FOLHA DE SÃO PAULO, EXTRA, JORNAL DO BRASIL, TV MANCHETE, CNT, BAND etc) e evangélica (revistas VINDE e SEARA, FOLHA UNIVERSAL, MENSAGEIRO DA PAZ, VINDE TV AO VIVO, PALAVRA PLENA, RÁDIO EL SHADAI etc) para testemunhar a transformação de nossas próprias vidas e debater sobre o binômio homossexualismo e cristianismo. A partir de então temos participado de vários eventos gays (Marcha do Orgulho Gay do Rio e de São Paulo, Miss Brasil Gay, Miss Internacional Gay, boates e points etc) levando a mensagem do evangelho que regenera e transforma o homem. 



Como resultado do evangelismo em eventos gays temos colhido frutos e destacamos dois deles que têm tocado nosso coração e servido de estímulo para seguirmos avante: o caso do ativista (ex-evangélico) de um dos grupos gays mais conhecidos do Brasil e o caso de uma drag-queen. O ativista recebeu nosso folheto no Dia do Orgulho Gay do ano passado e, desde então, se corresponde conosco para dizer que homossexualismo é normal diante de Deus e da sociedade. Durante um ano demos respostas que ele aparentemente odiava - pois continham misericórdia sem perder a firmeza bíblica. Depois de sofrer várias frustrações, ele reconheceu que homossexualismo é pecado, não traz felicidade plena e que precisa da ajuda de cristãos sinceros para libertar-se e viver uma nova vida em Cristo. Um dos fatores que contribuíram para esse quebrantamento é o preconceito que sofre nas reuniões do grupo gay todas as vezes que diz que crê na Bíblia e que Jesus vai voltar. 



O outro caso é o de uma drag-queen (homossexual fantasiado carnavalescamente para shows, passeatas etc) que recebeu nosso folheto e, após alguns dias meditando, nos ligou e declarou com todas as letras que “... estava na passeata do Dia do Orgulho Gay, mas não sentia tanto orgulho assim de ser gay”. Após ouvir sobre a salvação em Cristo ele fez outra afirmação extraordinária: “Deus deve ter uma vida melhor para mim.” Naquele instante, mesmo falando de um telefone público, ele decidiu-se por Cristo e orou conosco. Poucos dias depois estava em um culto evangélico chorando sob o impacto da graça de Deus. 



Jesus disse que aqueles que fizessem tropeçar uma criança deveriam ser jogados no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. Isso é muito forte, mas pode indicar também o que ele quer que façamos: livrar as crianças desses tropeços e desvios aos quais a pornografia conduz. Elas têm sido o principal alvo - mesmo à luz do dia - na TV, nas bancas de jornal, na Internet (onde já existe uma página gay para crianças, criada por pedófilos) etc. 



A maior demanda no Brasil é de homens e mulheres que tenham coragem de pagar o preço estipulado por Deus para a transformação da sociedade. Não devemos achar que vamos fazer grandes milagres por nós mesmos. Devemos crer que Ele é poderoso para nos usar e realizar feitos extraordinários em nossa geração. Cremos que o Senhor dos exércitos nos convocou para essa batalha e não podemos nos omitir, pois Ele nos pedirá contas, assim como fazia com os profetas que se acovardavam e não denunciavam corajosamente os erros da nação de Israel. Cremos, ainda, que a igreja do Senhor Jesus Cristo no Brasil foi chamada para, com intrepidez, ousadia e amor, sarar esta terra. Que tal você se juntar a nós nessa batalha? 



*João Luiz Santolin (Membro da Igreja Presbiteriana da Barra, RJ, Bacharel em Teologia e Pós-Graduando em Terapia de Família na Universidade Candido Mendes, RJ)

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