CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

COMUNIE - CAPELANIA UNIVERSITÁRIA EM FORTALEZA - CULTO NA FA7


Os grandes eventos do mundo evangélico aconteceram em contexto universitário. A Reforma Luterana foi desenvolvida em grande parte entre professores e alunos da Universidade de Wittenberg. Como resultado da Reforma Suíça e da influência de João Calvino, surgiu a Academia de Genebra. A Universidade de Halle tornou-se o centro de difusão do pietismo alemão, com sua ênfase missionária e trabalho social. O puritanismo inglês surgiu na Universidade de Cambridge, enquanto metodismo surgiu do “Clube Santo” na Universidade de Oxford.
            Chegou a hora de nós, evangélicos, mostrarmos a fertilidade da cosmovisão cristã para todas as áreas do conhecimento, bem como estarmos preparados para mostrar a razão da esperança que há em nós. Isso, porém, deve ser feito num clima devocional, marcado pela comunhão e pela piedade, pois a nossa cabeça só está pronta quando os nossos joelhos estão curvos e nossos olhos estão úmidos na presença de Deus.
            Para alcançar os objetivos aqui propostos, estamos iniciando um novo projeto de ação: “COMUNHÃO UNIVERSITÁRIA EVANGÉLICA” (COMUNIE). Trata-se de um trabalho amplo de capelania universitária.
            Pretendemos realizar dois cultos durante cada semestre letivo com alunos e professores de todas as Faculdades e Universidades de Fortaleza. Nesses cultos, as mensagens focarão o equilíbrio bíblico entre vida cristã e vida acadêmica. Falaremos também  sobre temas apologéticos, bem como procuraremos estimular os cristãos a enfrentar com confiança os desafios do mundo intelectual. O objetivo é pastorear o crente dentro da universidade, contribuindo não apenas para a preservação de sua fé em si, mas também para que ela ganhe ainda mais vitalidade.
            Esse trabalho, portanto, será um apoio para as igrejas, pois os pastores saberão que os membros de suas comunidades não estarão desasistidos frente às ideologias anticristãs. Rogamos, assim, as orações, bem como o incentivo dos ministros eclesiásticos, para que os membros universitários de suas igrejas participem.
            Além dos dois cultos realizados no início e no fim de cada semestre letivo, pretendemos organizar um Encontro Anual de Estudantes e Professores Evangélicos, com várias palestras sobre temas relacionados.
            Os cultos se realizarão no Auditório da Faculdade 7 de Setembro, mas se destinam aos universitários e professores evangélicos de todas as Faculdades e Cursos.
            O primeiro culto será no dia 20 de fevereiro de 2016, às 19: 30h. Convidamos a todos os evangélicos que estão em Instituições de Ensino Superior (alunos e professores) bem como aos pastores, a fim de que possam conhecer a importância desse trabalho.
                 De igual modo, estendemos o convite aos estudantes e professores que não professem a fé evangélica, mas desejem participar da celebração e ouvir a Palavra de Deus! 

Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
Graduado em Direito (UFC) e Teologia (UMESP)
Mestre em Direito (UFC) e Doutor em Sociologia (UFC)
Livre Docente em Filosofia do Direito (UVA) e Doutor em Ministério (FTML)
Doutor em Teologia (Faculdade Etnia) e Pós-Graduado em Teologia Histórica e Dogmática (FAERPI)

            

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Liberdade Civil e Continência Moral - Edmund Burke





A sodomização e liberalização sexual na sociedade são a destruição da própria liberdade. A liberdade civil e política só são protegidas em uma sociedade guardada pela moralidade. Edmund Burke (1727-1797) disse:

            “Qual a conseqüência da liberdade quando as pessoas não têm bom senso e integridade? Os maiores males possíveis, tais como falta de juízo, pecados sexuais e loucura, sem limites.
            “As pessoas têm direito legal à liberdade civil na proporção exata de sua disposição em colocar limitações nos próprios desejos sensuais...
            “A sociedade não tem condições de existir sem que haja algum tipo de autoridade que controle a vontade e os apetites sensuais das pessoas. Quanto menos responsabilidade as pessoas têm em sua vida particular, mais controle deve existir na sociedade.
            “Está ordenado na eterna constituição das coisas que as pessoas que não controlam seus desejos e apetites sensuais não sejam livres. Suas paixões fazem suas algemas”


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Jonathan Edwards (1703–1758): Cristo Morreu pelos que não o aceitarão

“Mas então é assim: multidões não vão aceitar um dom gratuito das mãos do Rei do Mundo. Eles têm a ousadia, a horrível presunção de recusar uma gentileza oferecida pelo próprio Deus, e de não aceitar um presente das mãos do Senhor, nem de seu próprio Filho, seu próprio Filho igual com Ele.

Sim, eles não aceitarão dele, apesar dele morrer por eles; sim, embora ele tenha morrido uma mais atormentadora morte, embora ele tenha morrido para que eles pudessem ser livres do inferno, e para que pudessem ter o Céu, eles não aceitarão esse dom, embora eles tenham necessidade dele, porque eles seriam miseráveis para sempre sem ele.
Sim, embora Deus o Pai os convide e importune, eles não aceitam Dele, embora o próprio Filho de Deus bata e chame à sua porta até que sua cabeça fique molhada com o orvalho, e os seus cabelos das gotas da noite, argumentando e suplicando-lhes a aceitar dele para seu próprio bem, embora ele faça tantas promessas gloriosas, embora ele apresente tantos benefícios preciosos para tentá-los para a felicidade, talvez por muitos anos juntos, mas eles obstinadamente recusam todos. Tal ingratidão já foi ouvida ou algo pior pode ser concebido?”
Jonathan Edwards [1720], Sermons and Discourses 1720-1723 (WJE Online Vol. 10), Ed. Wilson H. Kimnach, pp. 397-398

O que C. S. Lewis falou sobre Predestinação, Onisciência Divina e Responsabilidade Humana

               Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho na casa onde morou C. S. Lewis em Oxford

No livro “Cartas de um Diabo a seu aprendiz”, na carta 27, C. S. Lewis mostra a conciliação da onisciência de Deus com o livre-arbítrio humano, rejeitando a doutrina determinista (calvinista) da predestinação.
            O Diabo fala a seu aprendiz da dificuldade que têm seres humanos de entenderem que Deus está fora do tempo, ou seja, em um eterno presente que compreende e excede o nosso presente, passado e futuro. Desse modo, o homem, persistindo em ver erroneamente Deus no tempo (sucessão), imagina a presciência como previsão e predestinação. Ao levar a sério essa errada crença, ele desanima de orar com fervor.
Diz o Diabo a seu aluno:

“Mas lembre-se de que ele (o homem) dá como certo que o Tempo é a realidade suprema. Ele supõe que o Inimigo (Deus) , assim como ele próprio, vê certas coisas como o presente, lembra-se de outras como o passado e antecipa outras mais como futuro”.

            O Diabo, então, mostra que não adiantaria alguém explicar a esse homem que a onisciência é conciliável com o livre-arbítrio, pois ele só compreende a presciência como predestinação:

            “... Ele (o homem) não acredita realmente (embora talvez diga que sim) que as coisas são como o Inimigo as vê! Se você tentasse explicar para ele que as preces dos homens no dia de hoje são uma das inúmeras coordenadas utilizadas pelo Inimigo (Deus) para harmonizar o dia de amanhã, ele replicaria que, de qualquer modo, o Inimigo (Deus) sempre soube que os homens iriam fazer essas preces e, sendo assim, eles não oraram livremente, mas estavam predestinados a orar.”

            O Diabo é, então, obrigado a confessar que o amor divino reservou espaço para o livre-arbítrio humano:

            “Por que esse ato criador deixa espaço para o livre-arbítrio deles é o maior de todos os problemas, o segredo que está por trás de toda essa lengalenga do Inimigo em relação ao Amor... pois o Inimigo (Deus) não PREVÊ como os humanos irão contribuir para o futuro com o seu livre-arbítrio, mas OBSERVA os atos deles no Presente Totalmente Livre de que dispõem. E, claro, observar um homem fazendo algo não significa forçá-lo a fazer tal coisa”.

            Para Lewis a ignorância dos escritos de autores cristãos antigos produziu os erros modernos quanto a esse assunto. Diz o Diabo:

            “Poderíamos dizer que alguns escritores humanos bastante intrometidos, principalmente Boécio, acabaram revelando esse segredo. Mas, devido ao clima intelectual que finalmente conseguimos produzir em toda a Europa ocidental, você não precisa se preocupar com isso. Só os eruditos lêem livros antigos, e nós já demos tal jeito neles que, de todos os homens, eles são os menos capazes de adquirir sabedoria ao ler tais livros”.

            Voltemos, portanto, ao bom senso e abandonemos o determinismo antibíblico! Deus sabe o que farei amanhã, não porque determinou, mas porque já me observou praticando desde o seu eterno presente. As minhas orações de hoje influenciam a ação de Deus no amanhã, mas o meu hoje e o meu amanhã são para Ele sempre um presente consumado. Não confundamos atributos naturais de Deus (Atemporalidade, Onisciência) com o determinismo.

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho
Doutor em Sociologia da Religião
Doutor em Teologia
Doutor em Ministério

Livre Docente em Filosofia

domingo, 6 de dezembro de 2015

O QUE O DR. MARTIN LLOYD-JONES FALOU SOBRE O MUNDANISMO E A MASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS

                              Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho na Capela de Westminster

O Dr. Martin Lloyd-Jones, pastor da Capela de Westminster, explicou como eram as pessoas mundanas em seu sermão “O HOMEM EM PECADO”:


“Pois a pequena vida delas é inteiramente governada pela organização do mundo. Elas pensam como o mundo. Aceitam opiniões pré-fabricadas do seu jornal favorito. Até a sua aparência é controlada pelo mundo e suas modas, que sempre mudam. Todas elas se conformam, isso tem que ser feito; não se atrevem a desobedecer: têm medo das conseqüências. Isso é tirania, é controle absoluto – roupa, estilo de penteado, tudo completamente controlado. A mente do mundo! Não há tempo para desenvolver a questão sobre a sutil, quase diabólica influência muitas vezes demonstrada em suas modas sensuais. Esta era é dominada pelo sexo. [...] Quando as pessoas falam tão levianamente sobre a sua emancipação, dão uma clara prova do fato de que elas são governadas, dominadas e controladas por este mundo, pela mente do mundo, pela era da propaganda, pela era da publicidade, pela opinião das massas, pelo indivíduo massificado sem saber. Não é trágico? Mas o homem em pecado é isso. Está espiritualmente morto porque é controlado pela mente do mundo.”