CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

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domingo, 27 de janeiro de 2019

CHARLES SPURGEON, OS BATISTAS E A ORDEM DA SALVAÇÃO





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Uma das distinções entre batistas e presbiterianos está no fato de os batistas batizarem adultos sob a profissão de fé e os presbiterianos ainda manterem o batismo infantil. A razão disso é que os calvinistas, por crerem que a regeneração antecede a fé, não encontram razão para não batizar um infante antes de ele crer. Os batistas, porém, não podem deixar de acreditar que a fé é anterior a regeneração, pois é isso que representam no batismo adulto: Uma pessoa professando a fé publicamente para depois ser imersa em água (símbolo da regeneração).
C. H. Spurgeon é apontado como um batista calvinista, mas é perceptível um afastamento cada vez maior do calvinismo em seus últimos anos de ministério. Ainda, porém, em seus dias mais “calvinistas” acreditou na ordem da salvação como compreendida pelos batistas. Vejamos um trecho de uma mensagem sua sobre a regeneração:

“Por que criaríamos uma dificuldade onde não há nenhuma? Se uma declaração nos assegura da necessidade da salvação de alguma coisa, que só Deus pode dar, e se outra nos assegura de que o Senhor nos salvará quando crermos em Jesus, então, podemos concluir seguramente que o senhor dará aos que creem tudo aquilo que se declara ser necessário à salvação. De fato, o Senhor produz o novo nascimento em todos aqueles que creem em Jesus; e a fé deles é a mais segura evidência de que eles nasceram de novo.
Confiamos em Jesus por aquilo que não podemos fazer por nós mesmos. Se estivesse em nosso próprio poder, que necessidade haveria de olharmos para ele? A nós compete crer; ao Senhor compete nos criar de novo. Ele não vai crer por nós; e não compete a nós fazermos a obra da regeneração por Ele. Basta obedecermos ao gracioso mandamento; compete ao Senhor operar em nós o novo nascimento [...] Se um homem fosse chamado para semear um campo, ele não poderia desculpar a sua negligência, dizendo que seria inútil semeá-lo a menos que Deus fizesse crescer as sementes. Ele não seria justificado pela sua negligência de arar porque só as secretas energias de Deus podem criar uma seara.” (C. H. SPURGEON. Tudo pela Graça. Trad. José de Miranda Pinto. São Paulo: PES, 2015, p. 94-95).

Não pretendemos aqui discutir quem está certo (batistas ou presbiterianos) nem o quanto Spurgeon foi calvinista. O fato é que, apesar de dizer que ninguém podia se arrepender e crer sem ser capacitado pelo Espírito Santo (até os arminianos acreditam nisso), o pregador de Londres não chegava a confundir essa capacitação com a regeneração.
Para ser um batista coerente, portanto, algumas convicções são inafastáveis!


Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho