CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 30 de outubro de 2015

C. S. LEWIS E A GRAÇA IRRESISTÍVEL







C. S. Lewis rejeitava a doutrina calvinista da graça irresistível. Por essa doutrina, afirma-se que há um grupo eleito incondicionalmente para a salvação. Jesus teria morrido só por eles e eles seriam conduzidos à conversão em dado momento de suas vidas por uma ação irresistível de Deus. Lewis acreditava que essa concepção tinha um parentesco com o panteísmo, pois a pessoa teria sua vontade anulada, sendo, de certo modo, absorvida em Deus. O amor de Deus, por outro lado, aparecendo em uma relação EU-TU, não poderia deixar de contar com a livre reciprocidade.
Em sua obra "Cartaz de um Diabo a seu aprendiz", o diabo fala o seguinte ao seu aluno contra o seu Inimigo (Deus):

"Certamente você já se perguntou várias vezes por que o inimigo não utiliza os Seus poderes para estar presente de modo perceptível para as almas humanas, com a intensidade que Ele escolher e sempre que desejar. Mas agora você percebe que o Irresistível e o Indisputável são duas armas que a própria natureza do Seu desígnio O impede de usar. Para Ele, de nada valeria simplesmente neutralizar a vontade humana... Ele não pode violentá-los; pode apenas cortejá-los... as criaturas devem ser Um com Ele, e ainda distintas. De nada Lhe serve simplesmente anulá-las ou assimilá-las." 

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

sábado, 24 de outubro de 2015

BATISTA OU REFORMADO?

A doutrina calvinista da predestinação foi associada por João Calvino e pelo seu antecessor, Santo Agostinho (século IV), ao batismo infantil. A chamada “teologia pactual” do calvinismo punha os filhos dos crentes sob a proteção salvadora através do batismo infantil. Em Santo Agostinho, o batismo dos filhos dos crentes lhes cancelava o pecado original. A anterioridade do batismo infantil à fé não era vista como algo esquisito, pois a salvação dependia mais da eleição do que da fé. Os eleitos estavam salvos pelo mesmo decreto de Deus que lhes determinava ter fé. Por esse motivo, o homem não era salvo pela fé, mas tinha fé porque era salvo (eleito). A regeneração, por sua vez, antecedia à fé e ao arrependimento.
            A doutrina batista, por outro lado, estabelecia o batismo adulto, que era administrado sob arrependimento e profissão de fé. Tertuliano (séculos II e III), em quem os batistas sempre viram os alicerces mais desenvolvidos de sua doutrina, deixou claro qual era o ensino apostólico. Em seus escritos, o livre arbítrio sob a graça é reconhecido a todos os homens, sendo universal a expiação provisional de Cristo.
Santo Agostinho perseguiu os grupos batistas de sua época (donatistas, etc.), enquanto os calvinistas mais antigos fizeram o mesmo com os batistas (anabatistas). A razão da rejeição dos batistas pelos antigos calvinistas derivava do fato de eles perceberem a incompatibilidade de sua doutrina da predestinação com a concepção de batismo dos batistas. Embora não concorde com a visão calvinista da predestinação, eu tenho que admitir que os calvinistas antigos estavam certos em sua conclusão: NÃO HÁ COMO SER CALVINISTA E BATISTA AO MESMO TEMPO e NÃO HÁ COMO SER BATISTA COERENTE E CALVINISTA CONJUNTAMENTE. Só a superficialidade teológica pode gerar uma incoerência como um batista-calvinista.
            C. H. Spurgeon foi um batista-calvinista e não posso negar a admiração que tenho por muitos aspectos de sua vida e mensagem. Noto, porém, uma variação enorme em seus sermões. Quando ele estava em uma época mais calvinista, parecia esquecer-se do batismo adulto. Quando, porém, estava pregando sobre ênfases batistas parecia negligenciar as doutrinas calvinistas. Há sermões de Spurgeon em que ele defende a expiação limitada, mas também há sermões em que ele defende a expiação universal com outras palavras. Quando entrou em confronto com os hipercalvinistas, bem como ao final de sua vida, pregou mensagens que inspirariam qualquer arminiano. Ele sentia essa tensão, mas disse que cabia a Deus conciliá-la.
            Não pretendo alongar-me nesse artigo, mas observo duas verdades batistas que são incompatíveis com o calvinismo:

(1)   Os batistas crêem que as crianças que morrem antes da idade da razão, sejam filhas de crentes ou não, estão salvas. Ora, não há nenhuma passagem da Bíblia que diga que crianças que morrem na infância são sempre eleitas. Os batistas, porém, costumam citar o versículo onde Jesus disse que “das crianças é o Reino dos céus”. Como isso vale para todas as crianças indistintamente e nós sabemos que todos nós nascemos “em pecado”, as afirmações só se harmonizarão se houver uma graça preveniente universal que garante salvação para as crianças até que se façam culpadas pelo seu pecado pessoal.
(2)   O batismo é um símbolo de regeneração e deve ser administrado sob profissão de fé, do que se deduz que a regeneração segue-se a fé, enquanto a ordem calvinista é inversa. No símbolo batismal, a profissão de fé é uma demonstração pública da fé interior, enquanto o batismo que SE LHE SEGUE é uma demonstração pública da regeneração interior.

            Não sou calvinista, porque sou batista. Não sou reformado, porque os batistas vêm de grupos anteriores à Reforma. Até C. H. Spurgeon reconheceu isso em um sermão:

            “Reflitam primeiro no fato de que a Igreja existe... Quando Roma papal descarregou sua astúcia maligna ainda mais furiosa e engenhosamente;quando assassinos cruéis caçavam os santos por entre os Alpes, ou os atormentavam nas terras baixas; quando os albigenses e os waldenses derramavam seu sangue nos rios e tingiam de carmesim a neve, ela continuava viva, e nunca esteve em estado mais sadio do que quando foi imersa em seu próprio sangue... A nossa sucessão apostólica percorre linha ininterrupta; não por meio da igreja de Roma; não vinda das mãos supersticiosas de papas feitos por sacerdotes, nem de bispos criados por reis (que envernizada mentira é a sucessão apostólica daqueles que tão orgulhosamente se gabam dela!), mas sim, por meio do sangue de homens bons e fiéis que jamais abandonaram o testemunho de Jesus; por meio dos lombos dos verdadeiros pastores, dos laboriosos evangelistas, dos mártires fiéis e de honoráveis homens de Deus, traçamos a nossa linha de ascendência até aos pescadores da Galiléia, e nossa glória é que, pela graça de Deus, perpetuamos a verdadeira e fiel Igreja do Deus vivo...”
           
            É também incompatível com as convicções batistas a doutrina calvinista da graça irresistível. Os batistas foram grandes defensores da responsabilidade pessoal e da tolerância religiosa, crendo que Deus nunca força ninguém a conversão. O batismo adulto era signo da fé que resulta da livre vontade sob a graça de Deus.
            Como Batista, creio na clareza das Escrituras, e, logo, tenho que aceitar as declarações explícitas da Bíblia de que Jesus morreu de modo provisional por todos e cada um dos homens.
            Como creio na integridade do caráter divino, acredito que a palavra que Deus nos mandou pregar a todos os homens, chamando-os ao arrependimento, não é marcada por cinismo. Por isso, defendo que a mensagem do evangelho é sempre acompanhada pela graça que possibilita o arrependimento.
            Como a graça é uma só, não posso aceitar que a graça opera irresistivelmente para conversão dos eleitos e resistivelmente na santificação do que já é crente. Acredito que os que se arrependem devem atribuir isso a Deus, pois não poderiam arrepender-se sem a graça divina, enquanto os que não se arrependem são disso culpados exatamente porque rejeitaram a graça que os poderia conduzir ao arrependimento.
            Como Deus nos oferece uma “grande salvação”, acredito na segurança eterna dos salvos e no dom da perseverança final.

           

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

ADVERTÊNCIA DE JOHN BUNYAN AOS QUE RESISTEM E MENOSPREZAM O ESPÍRITO SANTO




“Não basta condená-los por vossos pecados contra a lei, senão que também tereis que pecar contra o Espírito Santo? Acaso, o Espírito da GRAÇA, santo, inofensivo e puro, promessa de Cristo, Consolador de seus filhos, sem o qual nada pode servir aceitavelmente ao Pai; acaso, digo, há de ser esta a carga de vossa canção: vituperar, escarnecer e enfadar-se dEle? Se Deus mandou Coré e seus companheiros diretamente para o inferno por falar contra Moisés e Arão (Números 16), credes que os que burlam o Espírito de Cristo escaparão impunes (Hebreus 10: 29)? Não lestes jamais o que Deus disse a Ananias e Safira, por dizer uma só mentira contra o Espírito Santo (Atos 5: 1-9), e a Simão, o Mago,por menosprezá-lo (Atos 8: 18-22)? E credes que vosso pecado será virtude, ou passará sem ser castigado, até o ponto que vos ocupais em vociferar contra Seu ofício, Seu serviço e Sua ajuda, que Ele dá aos filhos de Deus? Horrível coisa é menosprezar o Espírito da graça (Marcos 12: 31; Marcos 3: 29).”("A oração” - 1660)

terça-feira, 20 de outubro de 2015

AS CAUSAS DO FRACASSO ESPIRITUAL (NÃO NUMÉRICO) DAS GRANDES CRUZADAS EVANGELÍSTICAS

Durante os grandes avivamentos espirituais da história, aconteceram grandes cultos públicos, com multidões de pessoas afetadas por pregações intrépidas, passando da agonia da contrição ao júbilo do perdão. A partir daí, começou o nobre costume evangélico de realizar cruzadas evangelísticas para as massas, tanto em tendas como ao ar livre. Eventos preparados com evangelismo e muita oração possibilitaram muitas conversões legítimas e transformadoras.  
            Ao surgirem grandes organizações evangelísticas, porém, a vigilância e o discernimento deveriam ter aumentado. O aumento da distribuição de tarefas criou um quadro pessoal maior, não havendo uma seleção dos participantes por um critério adequadamente espiritual. O resultado foi o mundanismo e o declínio das grandes cruzadas evangelísticas. Não queremos, porém, aqui, sugerir a abolição, mas a cura, ou ainda, o surgimento de novas cruzadas orientadas por valores espirituais.
            Vejamos as três causas do declínio das cruzadas evangelísticas, a fim de que não caiamos nos mesmos erros nem os apoiemos:
                                                
(1) MUITAS CRUZADAS, PRETENDENDO TRANSFORMAR SEUS EVENTOS NUM GRANDE SHOW (COM MUITO GASTO FINANCEIRO), ABANDONARAM A SIMPLICIDADE E BUSCARAM NEGOCIATAS COM GRANDES EMPRESÁRIOS, MUITOS DOS QUAIS, SEM TESTEMUNHO LEGÍTIMO DE CONVERSÃO, SUBSTITUÍRAM O ARREPENDIMENTO PESSOAL DE QUE PRECISAVAM PELO PATROCÍNIO ECONÔMICO QUE LHES AQUIETAVA A CONSCIÊNCIA CULPADA:

            Leonard Ravenhill disse: “Joel fala uma linguagem que não conhecemos. Seu ministério não comercial, não financeiro, nos assusta. Nossas corporações do evangelho e nossas dívidas evangelísticas negociadas em banco o chocariam. Meu Deus, tantos empreendimentos evangelísticos que começaram no Espírito estão agora terminando na carne. Por que nós ‘descemos ao Egito’ para pedir socorro?”.
            Não me oponho ao patrocínio em si, mas é preferível o patrocínio do incrédulo ao do “crente” desmantelado que quer apaziguar a sua consciência. Por outro lado, o patrocínio deve ser para algo paralelo e acessório, não para a cruzada em si ou para custear pregadores e cantores, pondo-os nas mãos do poder econômico. Também a cruzada não pode ser descaracterizada como um culto para tornar-se num grande show, onde a pregação ocupa tempo e papel diminuto.
            Diferencio patrocínio de oferta. A última caracteriza-se pelo anonimato, enquanto o patrocínio tem reciprocidade, normalmente em forma de propaganda. Nunca a igreja deveria aceitar patrocínio de políticos ou partidos.

(2) APARECIMENTO DE CANTORES “ESTRELAS”, FAZENDO DAS CRUZADAS O SEU PALCO DE EXIBIÇÃO, MUNDANISMO E LUCRATIVIDADE:

            Vejamos mais uma vez a voz profética de Leonard Ravenhill: “Um crítico escritor esportivo diz deplorar o fato de que os esportes profissionais tornaram-se uma produção comercial. Alguém poderia lamentar o fato de que o poderoso evangelho de nosso Redentor tornou-se um negócio comercial também – cantores vestidos de forma extravagante, imitando estrelas do rock, elaboram vestimentas de palco para tentar cativar a atenção de um mundo agonizante. Toda essa vestimenta a rigor na tentativa de esconder o fato de que não há fogo no altar, a pregação não tem poder, o Santo não está presente.”

(3) A TENTATIVA DE ATRAIR O MUNDO COM O MUNDO DOS ESPORTES:

            Vivemos numa sociedade dominada pelo mundanismo nos esportes. Jogadores com salários astronômicos (um desprezo ao verdadeiro trabalhador), criando modas vulgares através de seus cortes extravagantes de cabelos e do uso de tatuagens, sendo desejados pela cobiça sexual das mulheres, apresentam-se como ícones da juventude. No passado, quando algum deles se convertia a Cristo, logo deixava a vida esportiva em razão de sua poluição moral. Muitos se tornavam missionários, trocando a glória deste século pelo anonimato em terras estranhas, deixando, muitas vezes, os altos salários por condições precárias de vida.
            Muitos organizadores de grandes cruzadas, porém, usam o testemunho de esportistas “evangélicos” bem sucedidos para atrair jovens para a “conversão”. Acontece que os incrédulos admiram a parte “bem sucedida” desses jogadores sem qualquer preocupação inicial com o fato de se confessarem evangélicos. Os organizados das cruzadas sabem disso e acham que podem criar a imagem de que é possível servir a Deus e ser famoso. Geralmente, os “esportistas” evangélicos, com exceção da linguagem e da freqüência aos cultos, apresentam-se muito pouco diferentes em hábitos e costumes dos mundanos. Estão em um ambiente que já os compromete. Se arrependimento é “mudança de mente”, eu não posso querer que alguém se arrependa da idolatria dos esportes usando a sua própria veneração esportiva.

            “Nenhum pregador saltará no púlpito com a ‘boa nova’ de que sua igreja ganhou a mais alta honra no campeonato de boliche interigrejas, se ele acabou de sair do quarto de oração com o brilho da eternidade em seus olhos.” (Leonard Ravenhill).

            Recomendo para a igreja de nosso tempo a leitura do livro “Por que tarda o Pleno Avivamento” de Leonard Ravenhill.


Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho

domingo, 4 de outubro de 2015

Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho fará palestra em Brasília


EXISTE HOMOSSEXUALISMO ANIMAL?

Um amigo me escreveu hoje à tarde pedindo explicação sobre "homossexualismo entre animais". Como biólogo, neuropsicólogo e psicanalista, sabendo que esse assunto tem sido objeto de muita falácia e de mentiras, e que essa dúvida é, também, de outras pessoas, resolvi expor meu comentário a quem mais se interessar, com algumas adaptações...
EXISTE HOMOSSEXUALISMO ANIMAL?
A reposta é NÃO.                             
Não existe "homossexualidade" no mundo animal. Essa conversa é invenção ideológica de um movimento político que ganhou a simpatia de parte do establishment acadêmico, só isso.
A homossexualidade é uma atração sexual, erótica, por pessoas do mesmo sexo, ou seja, é essencialmente um desejo, uma conduta erótica induzida e aprendida, embora suas causas sejam ainda objeto de muita discussão.
Por exemplo, não há homossexualidade entre crianças, pois crianças não têm erotismo, não manifestam desejo sexual, exceto aquelas deformadas por erotização precoce induzida por adultos - ou seja, abuso. Meninos com gestos "afeminados" ou que gostem de brincar ou de vestir coisas de mulher é um outro assunto, e nada tem a ver com homossexualidade - o homossexual NÃO É um homem com "alma feminina", nem mulher com "alma masculina", como alguns acham, pois muitos homossexuais não querem ser do outro sexo, nem mesmo os travestis querem ser do sexo oposto - querer ser do sexo oposto é um transtorno comportamental chamado transsexualismo, que não tem a ver com homossexualismo, sendo este um outro tipo de transtorno, de desorientação.
Ora, se não existe homossexualidade em crianças, que são da espécie que inventou esse tipo de conduta anômala, que dirá em animais. Porém, pode-se observar, em cativeiro e, às vezes, na natureza, alguns comportamentos em certos indivíduos de algumas espécies, em que dois machos ou duas fêmeas podem se comportar como se fossem um casal, mas isso tem explicações etológicas (etologia = ciência do comportamento animal) bem conhecidas, geralmente ligadas à sobrevivência da espécie ou à proteção do indivíduo em situações de risco, entre outras - nada a ver com a conduta erótica (alguns chamam de "tara") que vemos entre humanos.
Também há casos de cópula entre animais do mesmo sexo, sendo, no entanto, bem mais raros do que o comportamento descrito anteriormente; mas também as explicações etológicas são bem diferentes do que chamamos de homossexualdade no caso dos humanos.
Por exemplo, se conhece comportamento imitativo de fêmea em alguns animais machos quando o indivíduo tem sua sobrevivência ameaçada e usa essa estratégia como demonstração de submissão para convencer o macho-alfa a aceitá-lo no grupo, podendo até chegar ao ponto de haver cópula (o que é bem raro, e em geral não é bem sucedida, pois a ausência de genitálias opostas que se encaixem resulta em impossibilidade do ato, mas fica valendo como símbolo de submissão - ao mesmo tempo, quase não se tem registro de cópula em que um macho penetre o ânus do outro, que é o que caracteriza a conduta homossexual humana - e entre fêmeas, evidentemente, inexiste a ideia de ato "homossexual" no reino animal, restringindo-se a humanos).
Os ideólogos que constroem falácias na tentativa de forçar uma naturalização daquilo que não é natural costumam apelar para exemplos extremos como os dos macacos bonobos. Entretanto, o tiro sai pela culatra, pois os bonobos são uma exceção, um exemplo raro de primatas cuja vida em comunidade, por razões ainda pouco conhecidas, é pautada num comportamento sexual extremamente promíscuo, tanto entre indivíduos de sexos distintos, como, às vezes, entre os do mesmo sexo, e até em sexo grupal. Se os tais ideólogos consideram esse um modelo de conduta sexual que justificaria a homossexualidade humana, estarão confirmando uma acusação de que muitos homossexuais desejam livrar-se, isto é, a de que o homossexualismo seria um comportamento anormal e de vínculo promíscuo.
Lamentavelmente a opinião pública e até muitos acadêmicos se deixam enganar por uma apologia sem fundamento, em que são usadas falácias e sofismas se passando por fatos e verdade, tudo em nome da legitimação de uma perversão que se tornou uma ideologia.
         Dr. Ricardo Marques

sábado, 3 de outubro de 2015

NOVO ENCONTRO DA SOCIEDADE DE DIREITO NATURAL - PALESTRA DO DR. GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES FILHO SOBRE "DIREITO NATURAL E NOVOS DIREITOS"







TRANSTORNO DE IDENTIDADE DE GÊNERO AGORA TEM COMPANHIA

Quem defende os "direitos" do transexual (Transtorno de Identidade de Gênero) vai ter que defender o direito de pessoas se cegarem a si mesmas e fazerem coisas piores, tudo em nome da "felicidade", ficando os encargos para a família e o Estado. Quem não acredita, leia:

http://www.jornalciencia.com/saude/corpo/5403-mulher-que-sonhava-em-ser-cega-tem-produto-de-limpeza-derramado-em-seus-olhos-por-seu-psicologo-hoje-cega-se-diz-feliz

DEFENDO O DIREITO DESSAS PESSOAS, MAS O DIREITO DE TEREM ASSISTÊNCIA PARA QUE SEJAM REORIENTADAS À NORMALIDADE!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ROGER SCRUTON E A REFORMA PROTESTANTE

No prefácio de seu livro “Como ser um conservador”, Roger Scruton diz:

         “Pois, na sua manifestação empírica, o conservadorismo é um fenômeno mais especificamente moderno, uma reação às vastas mudanças desencadeadas pela Reforma e pelo Iluminismo”.
            Roger Scruton diz defender a democracia parlamentar e as liberdades civis, mas assevera que o seu conservadorismo é uma reação às vastas “mudanças desencadeadas pela Reforma”. Como Scruton pode esquecer que o sistema democrático-parlamentar inglês foi resultado da ação dos puritanos e uma conseqüência da Revolução Gloriosa? Não sabe ele que ambas as ações foram protestantes?
            As liberdades civis só foram definitivamente reconhecidas no Bill of Rights da Revolução Gloriosa. O lema da Revolução Gloriosa, por outro lado, foi “Pela Liberdade, Pelo Parlamento e Pelo Protestantismo”.
         Como Roger Scruton pode juntar a Reforma com o Iluminismo, fechando os olhos para as grandes diferenças entre um e outro? Não leu ele as obras de Francis Schaeffer, que tão fundamentadamente distinguiu um e outro?
          Lamento que a falta de referenciais tenha levado alguns protestantes no Brasil a fazer de Roger Scruton o seu ídolo. É claro que ele diz algumas verdades importantes, mas a sua fundamentação última não é condizente com a fé protestante.


Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho