CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





domingo, 1 de setembro de 2013

IMAGINAÇÃO


A imaginação é a faculdade de reconfigurar o real. Por ela, o real pode ser inserido num escopo que o transcende ou pode ser deformado para ser reformado a partir de uma perspectiva utópica. Desse modo, há tanto uma imanência como uma transcendência, um trajeto contínuo do real ao imaginário.
A imaginação se coloca em tensão com a percepção, pois a primeira implica em ausência e a segunda implica em presença. Imaginar, portanto, é ausentar-se, lançando-se ao infinito. Nela, somos libertos das imagens primeiras. A imaginação também está em tensão com o hábito que, representando a inércia do devir psíquico, é a antítese da imaginação criadora.
Um ser humano privado da função do irreal transforma-se em um neurótico. A perturbação na função do irreal repercute no real, pois há uma filiação do real ao imaginário.
        Destacamos com especificidade a importância da imaginação ascensional, a qual se serve das metáforas ligadas ao processo de ascensão em direção às alturas. Nela, encontramos o poder de sublimação, o impulso vital e hominizante. As metáforas aéreas controlam a dialética do entusiasmo e da angústia. O homem, enquanto homem, não pode limitar-se a viver horizontalmente, pois quem não sobe cai (queda moral). Toda valorização é verticalização.
As imagens são realidades psíquicas e dinâmicas que se pensam. No mundo do sonho acordado não se voa porque se têm asas, mas acredita-se ter asas porque se voa. Da mesma forma, ocorre com o “abismo insondável”: a minha queda é que cria o abismo, não o abismo que cria a queda. Desse modo, a imaginação é o princípio da liberdade.
O movimento da imaginação implica em mudança, mas não em morte. Há, portanto, um primado da imaginação dinâmica sobre a imaginação de formas. Por esse motivo, a imaginação é também o princípio da eterna juventude.
            Há ainda o princípio responsabilidade envolvido na imaginação. Imaginar um mundo é tornar-se responsável por ele.

DR. GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES FILHO
Autor de "O Imaginário em As Crônicas de Nárnia" (Mundo Cristão) e "Teologia e Imaginário" (Editora Reflexão)

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