O pastor Silas Malafaia, presidente
da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), recentemente convocou o
povo brasileiro para um boicote à NATURA, empresa de cosméticos, por fazer
propaganda do dia dos pais, usando uma pessoa que, sendo biologicamente do sexo
feminino, agora se identifica pelo “gênero” masculino. Pelo fato de o pastor
Silas Malafaia ter dito que nada poderia mudar o sexo biológico e dito que a
pessoa contratada para a propaganda era uma mulher, Aliança Nacional LGBTI+
moveu a ação contra o pastor.
Observamos
que, do ponto de vista biológico, o pastor não falou nada mais que a verdade cientificamente
reconhecida. O “gênero”, mesmo para os que defendem o uso dessa categoria imprecisa,
é chamado de sexo social ou identidade sexual, mas é incapaz de mudar o sexo
biológico, que precisará ser identificado para inúmeras coisas, inclusive para
intervenções cirúrgicas no caso de enfermidades.
Salientamos
ainda que a pessoa portadora da “Disforia de Gênero” até não muito tempo se
identificava com o seu sexo biológico, sendo modelo, dançarina, vestindo-se de
forma feminina e falando em homens como os adequados parceiros para as relações.
Se deveríamos chamar de “ele”, poderíamos nos referir como o “ele” que foi “ela”,
já que no passado, a pessoa estava identificada com a sua feminilidade?
Poderíamos dizer que essa pessoa era “ela” até o ano...? Ainda, considerando o
presente, não poderíamos chamar de “ela” do ponto de vista biológico? Algo
mudou biologicamente ou cromossomicamente? O médico não pode saber que o “ele”
é “ela” para um tratamento? Um pretendente de casamento que HIPOTETICAMENTE
desconhecesse uma cirurgia de alteração do fenótipo sexual do parceiro/parceira
não teria direito de saber que houve essa intervenção cirúrgica? Se cassasse
enganado, o casamento não seria anulável por erro essencial?
A postura dos
que tomaram a iniciativa para ação contra o Pastor Silas Malafaia é a de quem quer
criminalizar as três grandes religiões (judaísmo, cristianismo e islamismo) em
sua forma histórica e ortodoxa. Lembramos que o papa Bento XVI disse
recentemente que o “casamento gay” é a manifestação do Anticristo (https://veja.abril.com.br/mundo/bento-xvi-diz-que-casamento-de-pessoas-do-mesmo-sexo-e-obra-do-anticristo/).
O movimento
contra o Pr. Silas Malafaia não quer criminalizar só a religião, mas também a
biologia. Como haverá na escola e no curso superior específico, aulas de
biologia, vão querer criminalizar a educação.
Por tudo
isso, nós evangélicos reivindicamos o direito de liberdade de expressão para
nós, para os biólogos, educadores e para toda a população, assim como o direito
de liberdade religiosa.
A Bíblia diz
que “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele
que nos fez, e não nós a nós mesmos” (Salmos 100: 3). Também diz que “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1: 27). A Bíblia reprova
agir contra a própria natureza: “Porque
até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E,
semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se
inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens,
cometendo torpeza” (Romanos 1: 26, 27). Não impomos nossas crenças a
ninguém, mas queremos a liberdade de pregar o evangelho, o que não pode
acontecer sem a mensagem central de arrependimento, que presume a definição do
que é pecado.
Na situação
em questão, porém, o Pr. Silas não estava nem mesmo entrando na questão moral do
arrependimento, mas do problema da desfiguração da imagem reconhecida de pai
pela maioria da sociedade e pelo processo natural. O seu alvo não foi a pessoa
com disforia de “gênero”, mas a empresa de cosméticos, em seu oportunismo e
desdém para com o sentimento e a sensibilidade da maioria do povo brasileiro.
Fomos agredidos como pais, como famílias, na medida em que fomos confrontados,
em relação a uma dada emblemática, com uma confusão de papéis que não apenas
não reconhecemos, mas que confunde os nossos filhos.
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
Parabéns pelo discernimento
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