CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 25 de abril de 2014

PALAVRAS DE A. W. TOZER CONTRA O ESPÍRITO MUNDANO E CLUBESCO NAS IGREJAS

“Nunca antes, na história cristã, a igreja foi tão assolada por celebridades como hoje, principalmente na área do louvor.”

             “Reitero que, ao sentirmos a verdadeira presença divina, perderemos todo interesse no cristianismo barato, que, com seus shows e suas estratégias, tenta em vão competir com o mundo.”

             “Para mim, depois da Bíblia, o livro mais valioso que existe é o hinário. Mas não compre nenhum que tenha menos de cem anos!”

          “Pessoas religiosas costumam ser muito barulhentas, falantes e agitadas. Mas Deus não aprova nenhuma atividade cuja finalidade esteja voltada para si mesma, e não para Ele. A igreja não é um clube social; ela até precisa ter certos compromissos sociais e relacionamentos, mas não somos um clube nem uma constante feira de eventos. Geralmente, tendemos a ler algum material evangélico com idéias de programações e, na mesma hora, sair correndo para pôr em prática em nossa congregação o que acabamos de ler. No entanto, não somos uma constante feira de eventos, muito menos um teatro religioso cujo objetivo é dar oportunidade a apresentadores amadores mostrarem seus talentos.”


               “... A geração atual sucumbe ante o liberalismo, deixando de pregar a Palavra de Deus. Como não há atuação do Espírito Santo entre essas pessoas – muito menos líderes batizados com fogo -, elas precisam compensar essa ausência de algum modo. Por essa razão, a igreja mantém atividades sociais e procura ficar conectada a tudo o que está acontecendo no mundo. No entanto, ela falha como casa de Deus, pois nem mesmo uma igreja é mais. A glória já não está mais entre eles.”

terça-feira, 22 de abril de 2014

Missionário Manoel de Mello - A Simplicidade de um Grande Pregador Brasileiro

Manoel de Mello e Silva passou a infância e juventude em sua cidade natal, até se mudar em 1947 para São Paulo. Tornou-se membro da Assembléia de Deus e foi consagrado diácono. Casou-se em 1951 com Ruth Lopes, e teve dois filhos, Boaz de Mello e Paulo Lutero de Mello.
Durante o dia, trabalhava como mestre-de-obras e, à noite, atendendo a convites, pregava em igrejas das Assembleias de Deus. Depois, une-se à Cruzada Nacional de Evangelização. Em 1952 contraiu uma paralisia intestinal e foi milagrosamente curado. Deixa então o trabalho de mestre-de-obras para dedicar-se totalmente à pregação do Evangelho e ao ministério. Em 1955, nos Estados Unidos, foi ordenado ministro pela International Church of the Foursquare Gospel. Neste mesmo ano, relata que teve uma visão de Deus, que o comissiona a começar a obra que ficou conhecida como “O Brasil para Cristo”, fundada em 1956, depois de voltar para o Brasil. 
Manoel de Mello torna-se então um dos maiores líderes do pentecostalismo brasileiro, chegando a reunir, em suas campanhas, até duzentas mil pessoas.
Foi preso 27 vezes por denúncias ao regime militar, e no tempo em que desbravou o interior brasileiro fortemente católico ainda viu seus tabernáculos e tendas serem queimados, até construir o templo sede na Vila Pompéia, por muitos anos considerado o maior do mundo.
Manoel de Mello foi o primeiro evangélico a ser capa da Revista Veja em 1981.  Era procurado por diversas autoridades e mantinha relações de amizade com muitos deles, como o Presidente Juscelino Kubitschek. Foi recebido por diversas autoridades, como o Presidente americano Jimmy Carter. Pregou em dezenas de países e teve seu nome e seu ministério no Brasil noticiado por redes de televisão americanas, inglesas, suecas e alemãs, pelo jornal americano The New York Times e pelo francês Le Monde, entre outros, e pela Veja. Seu nome e sua obra foram citados em várias obras literárias, inclusive na conceituada Enciclopédia Delta Larousse. Recebeu o prêmio de religião como o pregador que mais se destacou em 1972, pela Fundação Edward Browning. Em 1978, recebeu o título de O Bandeirante do Brasil Presente, concedido pelo Instituto Nacional de Expansão Cultural (INEC).
Em 1986,  Missionário Manoel de Mello deixou a direção da denominação. Em 3 de maio de 1990, foi acometido de um mal súbito, quando estava a caminho dos estúdios de uma emissora de televisão, para gravar programa que estaria em cadeia nacional em poucos dias. Dois dias depois, faleceu.




sábado, 19 de abril de 2014

OS PURITANOS INGLESES E A SIMPLICIDADE

         



A principal característica dos puritanos ingleses do século XVII era a simplicidade. O orgulho era associado ao crime de Satanás, enquanto a humildade era a condição indispensável para ter a presença e a assistência de Deus. Correlata a essa humildade estava a paixão pela glória divina.
            A simplicidade dos puritanos era expressa tanto na forma de culto como numa devoção singela baseada na Bíblia, na oração e na ceia do Senhor. Eles também eram simples no seu modo de vestir e de se apresentar. Com certeza, não veríamos entre eles um pregador de cabelos tingidos, nem uma mulher escondida atrás de uma máscara de maquiagem e jóias. Havia, portanto, coerência na relação entre a vida e os princípios.
            O jurista Ronald Dworkin inspirou-se na integridade protestante para defender a sua teoria do “Direito como Integridade”:

            “Torna-se uma idéia mais impregnada da noção protestante de fidelidade a um sistema de princípios que cada cidadão tem a responsabilidade de identificar, em última instância para si mesmo, como o sistema da comunidade à qual pertence”. (O Império do Direito,SP: Martins Fontes, 1999, p.231).

            Thomas Watson, notável ministro puritano, disse em um livro intitulado “A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO”, publicado em 1668:

            “Arrependam-se de suas vãs modas. É estranho que as vestes que Deus dá para cobrir a vergonha desvendem o orgulho. Os piedosos não estão obrigados a conformar-se a este mundo (Rom. 12: 2). As pessoas do mundo geralmente são pomposas e levianas em sua maneira de vestir-se. Hoje em dia é moda ir para o inferno. Mas, seja o que for que outros façam, contudo, ‘ó Judá, não se faça culpado’(Oséias 4: 15). O apóstolo estabeleceu que tipo de veste exterior os cristãos devem usar: ‘traje honesto, com pudor e modéstia’ (I Tim. 2: 9); e que tipo de roupa interior: ‘revesti-vos de humildade’ (I Pedro 5: 5)”.

Hoje, vejo pregadores que se dizem admiradores dos puritanos, mas, em seus sermões triunfa a forte projeção de suas personalidades. Falam de forma esnobe, exibindo conhecimentos de teologia acadêmica sem o calor de uma vida de oração, enquanto as mulheres se preparam para ir à igreja com o mesmo espírito que uma “madame” se apronta para um evento social mundano. Mais adiante, no livro já citado, Thomas Watson disse:

            “As mulheres israelitas que passavam uma hora vestindo-se diante do espelho com orgulho, depois ofereceram os seus espelhos para uso e serviço do tabernáculo de Deus, como uma forma de vingança por seu pecado (Êxodo 38: 8)”.


            No ambiente jurídico, a ostentação é institucionalizada. Passam a idéia de que sem ela não haverá oportunidades profissionais. A vaidade e a soberba corrompem esse ambiente social. As pessoas precisam ter “carrões” (ainda que tenham que alugar) e de ternos da melhor marca para parecerem “alguma coisa”. Os cristãos, porém, não podem cair nesta cilada do diabo, confundindo o mundo das aparências com o mundo real.
            Richard Baxter, pastor puritano que viveu de 1615 a 1691, disse em seu livro “Directions and Persuasions to a Sound Conversation”:


            “A humilhação também deve ser expressa através de todos aqueles meios e sinais externos, aos quais Deus nos conclama, seja por meio das Escrituras ou da nossa própria natureza. Por exemplo: lágrimas e gemidos, tanto quanto oportunamente nos ocorra; o jejum e a atitude de prostrar-nos em virtude de nossa pompa e frivolidades mundanas; pelo uso de roupas simples, porém decentes; condescendendo com os menos favorecidos e se sujeitando aos mais humildes”.

            Talvez eu perca a simpatia de alguns cristãos professos pelo que escrevo, mas não podemos perder mais tempo, pois saímos demais do rumo. Não uso a minha própria autoridade no falar, mas, sim, a autoridade das Escrituras, apelando para interpretação coincidente de homens santos do passado, os quais dizemos admirar em nossas igrejas.

            Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho


quinta-feira, 3 de abril de 2014

A CULPA DA IGREJA PROFESSA NA SITUAÇÃO ATUAL

Hoje, nós vemos com pesar a destruição de todos os postulados morais que elevaram a civilização e marcaram o pensamento e o caráter de grandes homens. O relativismo, o ceticismo e o cinismo estão corroendo os fundamentos da decência, enquanto o sujeito vira objeto, o cidadão vira consumidor e o homem é reduzido a um mero animal dotado de um cérebro mais complexo.
                Nesse contexto, a família, célula natural e moral da sociedade é o principal alvo das investidas malignas. Defende-se uma falsa família composta por união entre pessoas do mesmo sexo, poligamia, incesto, pedofilia, iniciação sexual precoce, ideologia de gênero, aborto, legalização de drogas, etc.
                Um dos problemas morais atuais é a difusão da sodomia, bem como a sua promoção midiática e o crescimento de sua armadura legal, impedindo que psicólogos ofereçam ajuda aos que querem deixar o pecado, bem como tentando criminalizar a mensagem que convoca os sodomitas ao arrependimento.
                A “abertura” mental para esse pecado começou com transformações culturais advindas da “Revolução Sexual” e do “Movimento Feminista”. A aceitação de modelos unissex de vestimenta e aparência enfraqueceu a distinção dos sexos, enquanto o poder tecnológico alimentou a “vontade potência” de míseros homens que queriam desafiar os padrões da criação divina. Temos agora silicone para fazer seios, cirurgias para amputar órgão sexual, inseminação artificial anônima, etc.
                No princípio, as igrejas evangélicas protestaram com voz uníssona contra os modelos unissex, mas, depois, a grande maioria cedeu ao mundo. Como, agora, essas igrejas mundanizadas podem combater com coerência as novas aberrações, mantendo padrões culturais de vestimentas e aparência que criam na mente os condicionantes de aceitação de todas essas anormalidades?
                Arno Froese, diretor-executivo da Obra Missionária Chamada da Meia-Noite nos EUA, disse:

                “A diferença marcante entre homem e mulher, conforme documentada na Escritura, praticamente deixou de existir, até mesmo nas nossas igrejas... Não é de surpreender que o casamento agora esteja em risco. Os sodomitas querem ser tratados com igualdade.” (APOCALIPSE 13: A ÚLTIMA VITÓRIA DE SATANÁS. Porto Alegre: Actual Edições, p. 85).

                Thomas Watson, ilustre PURITANO do século XVII, disse:

                “Alguns estão tão longe deste santo envergonhar-se que até se orgulham dos seus pecados. Orgulham-se do seu cabelo comprido. Estes são nazireus do diabo. ‘Não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?’ (I Cor. 11:14). Isso confunde a distinção dos sexos” (A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTO. São Paulo: PES, p. 56).

                  Lloyd Hartzler observa:

                 "... Butler, um comentarista bíblico, diz: 'Tudo o que tende a manchar a distinção entre os sexos se dirige ao desenfreamento... Por que mandou Deus (Deuteronômio 22: 5) que a mulher não devia levar o que pertencia ao homem e vice-versa?  O tipo de vestimenta que cobre e esconde propriamente um sexo pode revelar-se imodestamente na forma corporal do sexo oposto [...] Quando o Novo Testamento fala a mulher cristã acerca de sua aparência, põe isso em correlação com a distinção dos sexos. Veja I Timóteo 2:9, 10 e então note os versículos seguintes [...] Por isso, não é uma surpresa que a prática abominável (Dt. 22:5) do homem e da mulher aparecendo quase iguais vá junto com a libertinagem da mulher... o aumento da homossexualidade e uma atitude destruidora da santidade do matrimônio." (Apariencia Personal en la Luz de la Palabra de Dios. Trad. Wendell Heatwole, p. 11-12)

                A Bíblia mostra que a sodomia prevalece onde certos conceitos são abandonados:
                “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos... Pelo que Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si... Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (Romanos 1: 22, 24, 26, 27).
                A mesma Bíblia diz:
                “Não haverá traje de homem na mulher, e não vestirá o homem vestido de mulher; porque qualquer que faz isto é abominação ao Senhor, teu Deus” (Deuteronômio 22: 5).
                “Ou não vos ensina a MESMA NATUREZA que é desonra para o varão ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo comprido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu” (I Cor. 11: 14-15).
                Os demônios que perturbarão a humanidade no fim dos tempos são descritos como tendo “rosto de homem e cabelos como de mulheres” (Apoc. 9: 7-8).
                   J. I. Packer lembra que nossa sociedade chama uma mulher com modos masculinos de mulher com calças:
                    "...Ou um casamento em que a mulher (como nós dizemos) veste calças, trará mais dificuldades sobre a humanidade, para ambos os lados, que se fosse o contrário." ("Understanding the Differences" em "Women, Authority and the Bible", editado por Alvera Mickelsen - Downers Grove: Intervarsity Press, 1986, p. 298s.).

                      O Dr. James Dobson disse:

                      "A tendência de misturar os papeis masculinos e femininos está em moda na sociedade atual. As mulheres jogam futebol e usam calças. Os homens assistem novelas e usam brincos. Vê-se pouca identidade sexual no comprimento dos cabelos, em suas maneiras, interesses ou ocupações, e a tendência é se igualar ainda mais. Tal falta de distinção entre os homens e as mulheres causa muita confusão na mente das crianças com relação à sua própria identidade de papel sexual. Elas ficam sem um modelo claro para imitar e acabam tendo de andar sozinhas como que cegas, à procura da conduta e atitudes apropriadas para elas [...] A História mostra que as atitudes unissex sempre apareceram antes da deterioração e destruição das sociedades que se deixaram levar por essa tendência." (Dr. James Dobson. Hide or Seek. Fleming H. Revell Company, 1979, p. 139).

                A situação presente não apenas conclama a igreja para pregar contra o pecado e contra a desordem natural e moral do mundo, mas também a convoca para se arrepender de seus próprios pecados. 
                O nosso tempo revela um mundo que necessita de uma igreja profética e de uma igreja que necessita de arrependimento para ser profética. É hora de a igreja libertar-se completamente dos costumes mundanos para que cumpra a sua missão. Façamos, portanto, a oração de Esdras:
                “E disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a minha face, meu Deus; por que as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa tem crescido até aos céus” (Esdras 9: 6)

Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
Doutor em Sociologia (UFC)
Doutor em Ministério (FTML)
Doutor em Teologia (Faculdade Etnia)