CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CRER OU NÃO CRER? EIS A QUESTÃO

                          Foto do Prof. Glauco Filho e de Glauco Neto na Capela Wesley em Londres



O neo-ateísmo em ascensão apela para os velhos postulados do empirismo como argumento para negar a existência de Deus.  A tese empirista estabelece que o conhecimento verdadeiro somente é possível quando encontra apoio na experiência. Os defensores dessa perspectiva não percebem que ela própria se coloca além de toda verificação empírica. O que queremos dizer é que a afirmação de que toda verdade precisa de justificação é uma crença filosófica, não uma verdade que se possa constatar por testes empíricos. Também é uma crença filosófica a ideia de que a única justificação possível é a empírica. Na realidade, a experiência interna parece mostrar-nos o contrário, pois os matemáticos não recorrem à experiência sensorial para estabelecer os seus resultados. As verdades matemáticas, entretanto, se mostraram historicamente muito mais confiáveis do que as “verdades” tidas por empíricas. Santo Agostinho dizia que o fato de nossa mente ser capaz de captar verdades imutáveis não sensoriais (axiomas matemáticos) provava que existia em nós uma alma distinta do corpo, bem como evidenciava a existência de um mundo de verdades eternas e imateriais, do qual temos participação.

            Por outro lado, ninguém dispõe de tempo e vigor para submeter todas as informações a testes. Muitas crenças científicas dos cientistas são aceitas pelo testemunho de outras pessoas sem que nunca o cientista que as endossa tenha feito experimentos pessoais para comprová-las. Não adianta, portanto, acusar de irracionais os crentes evangélicos, alegando que creem sem comprovação empírica, uma vez que os cientistas acreditam em muitas coisas pelo testemunho de outros cientistas. É, desse modo, que os crentes também confiam no testemunho de encontros com Deus relatados pelos profetas, bem como na narrativa dos livros sagrados acerca dos grandes milagres de Deus na história.

            Blaise Pascal (1623-1662), um grande filósofo, cientista e inventor disse que, ao crermos no Deus de Abraão temos tudo a ganhar e nada a perder. Temos aqui a chamada Aposta de Pascal: Se acreditarmos, o pior que pode acontecer é termos perdido tempo (caso Deus não exista), mas podemos ganhar o paraíso (caso Deus exista). Se não acreditarmos, o melhor que pode acontecer é não termos perdido tempo (caso Deus não exista) e pior que pode acontecer é a danação eterna (caso Deus exista). Obviamente, Pascal não esperava que a verdadeira devoção a Deus viesse desse raciocínio calculista, mas o mantinha para zombar da soberba dos incrédulos.

            De acordo com William James (1842-1910), a fé em Deus é mais do que legítima, uma vez que resulta de uma opção viva, forçosa e momentosa.

Uma opção é viva quando é significativa para vida. Dela dependerão as nossas escolhas, hábitos, decisões e preferências. Obviamente, essas coisas não serão as mesmas para um crente e para um incrédulo.

Uma opção é forçosa quando evitá-la já implica tomar partido. Desse modo, ser agnóstico (suspender juízo sobre a questão) é aderir a um ateísmo prático.

Finalmente, a questão é momentosa quando não é banal, mas de suprema importância.

            Ser ateu é desafiar uma intuição universal e permanente na história. Recomendo a todos que leiam a Bíblia de coração aberto e Deus dará testemunho de si mesmo em Sua Palavra!



            Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

Membro do NERPO (Núcleo de Estudos de Religião, Política e Cultura) da UFC e Pesquisador do Grupo de Pesquisa "Filosofia dos Direitos Humanos" (UFC) – Ambos cadastrados no CNPQ



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