CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





quinta-feira, 24 de setembro de 2015

C. S. Lewis e o Culto aos santos







Em seu último livro, "Cartas a Malcolm", C. S. Lewis se opõe à revisão do Livro de Oração Comum da Igreja Anglicana, defendendo a sua versão tradicional. Em relação à prática romanista de culto aos santos, diz que "há muito que dizer contra a devoção aos santos".


Em The Discarded Image, Lewis disse: "... Na Idade Média, o perigo para o monoteísmo não procedeu de um culto aos anjos, mas do culto aos santos."


Em 20 de maio de 1949, escreveu uma carta a quem queria inserir a devoção a Maria na liturgia anglicana. Nela, observou: "Pois se acreditas que esse é um problema litúrgico, permita-me dizer que estás equivocado. É um problema doutrinário. Ninguém perguntaria se essa devoção piora ou melhora a beleza da cerimônia, mas se é lícita ou condenável".


Em carta de 10 de agosto de 1951, disse: "Não creio que estamos autorizados a dar por encerrado que seja necessário usar a palavra 'santíssima' quando falamos da Virgem Maria. Se fosse assim, teríamos que condenar o Credo Niceno e o Credo Apostólico por omiti-lo".

Em "Deus no banco", Lewis disse: "A Idade Média levou sua reverência por uma mulher até o ponto que se podia fazer razoavelmente a acusação de que a 'Santíssima Virgem' se converteu a seus olhos numa 'quarta pessoa da Trindade'".


Em carta de 24 de outubro de 1952, fala duramente contra a canonização de "santos", tanto porque estabelece diferenças entre os habitantes do céu como porque institui o culto aos santos. Ele, então, conclui: "Milhares de membros da Igreja da Inglaterra duvidam que o culto de 'dulia' seja legítimo. Diz alguém que é necessário para a salvação? Se não é, por que a obrigação de correr tão terríveis riscos?". 


C. S. Lewis sempre fazia questão de dizer que não era católico romano. Em uma carta escrita em 19 de janeiro de 1953 a uma senhora que se tornara romanista, ele disse:

"Embora o caminho que a senhora tomou não seja o meu, estou em condições de cumprimentá-la... acredito que estamos muito próximos um do outro, mas não porque eu esteja no extremo romanista de minha comunidade de fé".


Em uma palestra (publicada) intitulada "Por que não sou pacifista", disse: "Considerando a declaração que é minha autoridade imediata como anglicano... Os papistas talvez não aceitem isto..."

Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho

Um comentário:

  1. Excelente e oportuno artigo, Pr. Glauco! Muitos evangélicos de base intelectual rasteira estão se rendendo ao catolicismo, especialmente nestes nossos tempos de Francisco. C. S. Lewis é uma excelente testemunha de um cristianismo maduro e encarnado na cultura.

    Deus seja louvado pela tua diligência em compartilhar reflexões essenciais para a sobrevivência da fé nesta pós-modernidade.

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