CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE

Seja bem-vindo a "CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE". Aqui procuraremos apresentar artigos acerca de assuntos acadêmicos relacionados aos mais diversos saberes, mantendo sempre a premissa de que a teologia é a rainha das ciências, pois trata dos fundamentos (pressupostos) de todo pensamento, bem como de seu encerramento ou coroamento final. Inspiramo-nos em John Wesley, leitor voraz de poesia e filosofia clássica, conhecedor e professor de várias línguas, escritor de livros de medicina, teólogo, filantropo, professor de Oxford e pregador fervoroso do avivamento espiritual que incendiou a Inglaterra no século XVIII.

A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.

A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).

ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012





sábado, 26 de novembro de 2016

PREFÁCIO DO DR. RUSSELL SHEDD AO LIVRO "TEOLOGIA, ESPIRITUALIDADE E PROTESTANTISMO" DO DR. GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES FILHO








PREFÁCIO  - Teologia, Espiritualidade e Protestantismo

O que aprecio nos escritos do Prof. Glauco é o modo em que foca seus vastos conhecimentos históricos e teológicos nas áreas que o liberalismo tem provocado um desmoronamento da fé ortodoxa.
Nesta obra de verdadeira qualidade, há interesse louvável de persuadir os leitores a fincar as estacas na verdade bíblica. Todos temos importantes lições a aprender revendo a história da Igreja e da teologia nesses últimos 500 anos.

Creio que todo leitor que se orgulha de conhecer a verdade que lhe trouxe a paz com Deus e a segurança da salvação, aproveitará a leitura deste tratado ao saber algo sobre o jansenismo,o pietismo, o puritanismo e o metodismo e  várias outras raízes do evangelicalismo que os missionários anglo-saxões implantaram no Brasil.

A discussão sobre Deus ilumina muito bem o essencial no relacionamento que significa a salvação eterna. Não é a infelicidade do homem que importa, mas o relacionamento pessoal e íntimo com ele que é absolutamente prioritário. É o amor de Deus e a dor da morte que nos forçam a buscar esse relacionamento, aceitando pela fé o sacrifício de Cristo como nosso substituto, buscando a reconciliação com Deus.

Unidade e diversidade, que se encontram em todo lugar, têm sua fonte no Deus triuno que existe numa só essência. Ele se revela na infinitude essencial e nas três pessoas, Pai, Filho e Espírito. A discussão dos atributos de Deus será revelador para o leitor. Nosso autor explica seu entendimento do relacionamento entre o Calvinismo moderado com o Arminianismo de modo bastante criativo. Também haverá muito para pensar sobre sua explicação acerca do inferno e a doutrina bíblica do amor de Deus.

O ministério do Espírito para nos capacitar na comunicação do evangelho têm destaque neste livro. O autor prefere as posições de D.L. Moody, Charles Finney e Martyn Lloyd Jones para explicar esse ministério. Favorece a posição do derramamento do Espírito Santo como consciente e experimental. Ele aprecia a contribuição dos avivalistas.

A inspiração da Bíblia, bem com a inerrância das Escrituras, formam o fundamento do pensamento do Professor. Creio que ele apresenta a veracidade da revelação escrita no texto sagrado corretamente. É uma doutrina de suma importância, já que, descartando a Bíblia, como poderíamos conhecer as mais importantes verdades sobre Deus e a salvação? Sabiamente, nosso autor faz referência aos problemas na Vulgata de Jerônimo que levou a Igreja Católica há 500 anos a se opor ferrenhamente à tradução da Bíblia para o inglês por William Tyndale. Dr. Glauco mostra como é necessário interpretar dentro do contexto histórico e literário.

A justificação pela fé foi redescoberta pelo reformador, Lutero. A singular importância dessa doutrina não escapa da visão do autor. Sem dúvida, a paz com Deus é o galardão que Deus dá para todos que abraçam esse ensinamento bíblico pela fé. O alicerce da segurança da salvação depende da declaração de Deus que a morte vicária de Cristo nos absolve de todo pecado.  Incentiva efetivamente uma vida piedosa cheia de gratidão.

Concordo plenamente com a crítica aos sacramentos, às vestimentas, às relíquias e rituais que supostamente oferecem a salvação aos “fieis”.  Não é a Igreja que salva, mas o Senhor Jesus Cristo.  A simplicidade da fé evangélica remove a dependência nos objetos e atos externos e a coloca no Deus vivo.

A discussão sobre o batismo e Pedro no papel de “pedra” de fundamento  para a Igreja, ficou muito convincente. O meio público de declarar a quem pertencemos representa mais plenamente a posição de Bíblia. Achei a discussão em torno da Ceia do Senhor bastante iluminador. A esperança da vinda do Senhor não foi omitida porque ela teve importante papel no estímulo à santidade e piedade.

Em fim, não tenho a menor dúvida que todo o material neste livro será de grande proveito e esclarecimento para todos que têm o interesse em lê-lo.
Portanto recomendo-o, mesmo que haja um ou outro questionamento raro que venha à tona. O estilo atrai e o conteúdo abençoa!

                                Russell Shedd, Ph.D.
                                 A Deus toda a glória!




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