CRISTIANISMO E UNIVERSIDADE
A situação atual é avaliada dentro de seus vários aspectos modais (econômico, jurídico, político, linguístico, etc.), mas com a certeza de que esses momentos da realidade precisam encontrar um fator último e absoluto que lhes dê coerência. Esse fator último define a cosmovisão adotada. Caso não reconheçamos Deus nela, incorreremos no erro de absolutizar algum aspecto modal, que é relativo por definição.
A nossa cosmovisão não é baseada na dicotomia "forma e matéria" (pensamento greco-clássico), nem na dicotomia "natureza-graça" (catolicismo), nem na "natureza-liberdade" (humanismo), mas, sim, na tricotomia "criação-queda-redenção" (pensamento evangélico).
ESTE BLOG INICIOU EM 09 DE JANEIRO DE 2012
sábado, 12 de dezembro de 2020
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
terça-feira, 3 de novembro de 2020
AS DIFERENTES MANEIRAS COMO O MUNDO SECULAR E A IGREJA VÊEM UM "PASTOR" PROGRESSISTA
Para o mundo,
um “pastor” progressista é alguém maduro, que saiu do dogmatismo, pensou fora
da caixa e viu a realidade mais ampla, alguém que está sendo criticado pelos
seus pares por defender a liberdade.
Acontece que,
quem mais conhece um pastor e sua história é a igreja, não o mundo secular. O
mundo conhece um “pastor” que se tornou progressista pela “bomba” da notícia
nos meios de comunicação. Nós, porém, do meio evangélico é que acompanhamos a
trajetória de um “pastor” que se tornou progressista.
Para nós,
evangélicos, o pastor progressista começa como um obreiro obcecado por fama e
reconhecimento. Deseja ser superior aos demais, e, por isso, quer se posicionar
sempre de forma controversa e polêmica, até em assuntos mais banais. Ele deseja
os espaços da mídia, os holofotes dos jornais e televisão. Quer ser bem
acolhido nos meios acadêmicos, pois “pousa” de intelectual e visionário.
Inicialmente, o
“pastor” progressista é ortodoxo. Ele não tem talento ou não teve oportunidade
para se projetar como “intelectual” no meio secular. Na igreja, que tem um
espaço de “concorrência” menor e muitas pessoas ingênuas, ele faz um nome e
projeta sua personalidade. Usa de sabedoria de palavras e aproveita espaços em
que os cristãos não têm muita habilidade. É “craque” em identificar problemas
na igreja e nos cristãos (aqueles que existem em toda parte, mas dos quais ele
fala como se fossem peculiares das igrejas). Apresenta soluções superficiais
que aparentam profundidade por serem mencionadas com a elegância de um “Rolando
Lero”.
Os pastores
progressistas deixam para falar as suas maiores aberrações depois que ganham
projeção e sabem que terão visibilidade e promoção no mundo secular. Eles, para
nós, não são os defensores da liberdade nem os que venceram o dogmatismo e a
intolerância, mas são os oportunistas, caçadores de fama e manipuladores de
espaços, sendo também inchados de soberba e egocentrismo. Por possuírem uma baixa
estima (compensada pelo desejo de superioridade), costumam ser também
fortemente ressentidos e paranoicos. Escapam do “ressentimento” os que, entre
eles, são psicopatas. Esses são indiferentes a todo sentimento.
Essa é
aproximadamente a maneira como evangélicos históricos e ortodoxos terminam geralmente
vendo aquilo em que se tornou o “pastor” progressista.
Rev. Glauco
Barreira Magalhães Filho
terça-feira, 13 de outubro de 2020
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
domingo, 27 de setembro de 2020
quarta-feira, 23 de setembro de 2020
Quem é o intolerante?
Quando, nós, cristãos, defendemos que existe verdade objetiva e valores imutáveis, somos chamados de "intolerantes". A intolerância, porém, não está ligada ao conteúdo imediato de uma crença, mas a como serão tratados os que não concordam com ela. Uma pessoa pode ser relativista, cética, agnóstica, e não tolerar um crente. Enquanto um crente, sendo inabalável em suas crenças, pode tratar com respeito e cortesia o que pensa diferente.
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
PÓSFACIO AO LIVRO "NAZISMO E ESTADO DE DIREITO" FEITO PELO DR. GLAUCO BARREIRA MAGALHÃES FILHO
Adquira: https://www.amazon.com.br/dp/6500085302/?fbclid=IwAR3-NVF-2923t2hPxkyxNWygkSNth4nyu-C0IiL-S-L9jd78LWZUpaiHTvE
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
A BESTIALIZAÇÃO NA ERA DO MEDO
Relendo A
DIVINA COMÉDIA de Dante Alighieri, deparei-me com a passagem em que ele,
andando pelo submundo, sob a orientação de Virgílio, escuta o poeta falar sobre
a forma como o MEDO é capaz de BESTIALIZAR os seres humanos:
“’’Se bem entendi o que disseste’, replicou a sombra do magnânimo guia,
‘estás dominado por tremendo MEDO’. Este por tal modo DESVIA O HOMEM DA SUA
HONRA QUE O PODE NIVELAR A BESTA MAIS ESQUIVA.” (CANTO II).
Durante esses
dias, vimos como a COVID-19, por intermédio do MEDO, bestializou o ser humano.
Sem coragem, não há honra. Teremos uma geração de covardes, com síndrome de
pânico, depressão e toda sorte de fobias. Veremos jovens sem capacidade
crítica, pessoas sem reconhecimento de sua dignidade pessoal como seres
humanos, enquanto os direitos serão banalizados e os homens só conseguirão ver “salvação”
por meio do Estado e de grandes organizações internacionais. Será uma oportunidade
para forças obscuras e para a BESTA do Apocalipse estender o seu domínio sobre
os BESTIALIZADOS.
Para os cristãos,
era de olhar para o céu, de onde nos virá o verdadeiro Salavador!
Rev. Glauco
Barreira Magalhães Filho
quinta-feira, 3 de setembro de 2020
A FALÁCIA DO "QUINTAL"
Algumas pessoas que querem "capturar" a ordem jurídica para as suas ideologias particulares dizem assim: "Se você quer casar com alguém do sexo oposto, faça-o, mas deixe o homossexual ter direito ao casamento com outro homossexual. Se você não quer ser transexual, fique à vontade, mas deixe que ele use o banheiro do sexo com que se identifique, bem como faça uso do nome social. Cada um faça o que quiser no seu quintal, mas respeite o que o outro faz no seu!".
O argumento só tem aparência lógica, mas é sofístico do ponto de vista racional. Ele, na verdade, procura convencer por artíficios psicológicos (emocionais), ou seja, fazendo parecer que o opositor não respeita a liberdade. Eu o chamarei nesse breve artigo de "falácia do quintal".
A "falácia do quintal" não leva em conta que nós vivemos em sociedade e que toda institucionalização de comportamento afeta outras pessoas. Se, por exemplo, houver "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, uma criança vai poder ser adotada por esse "casal". Para ajustar os padrões conceituais de modo a englobar essa união civil, poderão querer acabar com os conceitos de pai e de mãe, enfraquecendo, inclusive a importância da paternidade e da maternidade. Os filhos das pessoas que não concordam com essa nova definição de família, por outro lado, a aprenderão na escola, como se fosse mesma coisa que a família que os seus pais defendem.
No caso da ideologia de gênero ser aceita, os padrões de educação que dizem respeito à distinção entre menino e menina, homem e mulher, serão alterados. Se um travesti puder usar o banheiro feminino, isso poderá trazer insegurança e desconforto a mulheres e crianças do sexo feminino no mesmo ambiente. Se um transexual ou travesti puder usar o nome social hoje como um "direito", quererá também obrigar juridicamente os outros a se dirigir a ele por esse nome amanhã, mesmo sendo diferente do seu nome de registro. Isso fará com que seja imposta como verdade uma filosofia desconstrutivista em detrimento da filosofia clássica de caráter ontológico.
Se uma pessoa, por razões de autodesignação no campo sexual, puder usar institucionalmente um nome social diferente do nome de registro, por que não poderia por outras razões? Se o sexo biológico é tido como um desconforto para algumas pessoas, por que outros desconfortos também não poderiam ensejar o uso de nome social?
Mudanças que parecem ser só uma ampliação de liberdade são, na verdade, a imposição de ideologias que desenharão toda a vida social. Isso levará a uma ditadura da minoria. Não caia, portanto, na falácia do quintal! São coisas muito maiores que estão em jogo!
Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho
quarta-feira, 2 de setembro de 2020
CASAMENTO ENTRE HOMEM E MULHER: O MOMENTO ÁUREO DOS DIREITOS HUMANOS
O casamento monogâmico entre um homem e uma mulher é o momento áureo e inconfundível dos direitos humanos. A monogamia assinala a igualdade entre homem e mulher, porquanto nenhum dos dois poderá ter mais de um cônjuge. A exigência de que seja entre homem e mulher homenageia a diversidade e a complementaridade. Assim, ao lado da igualdade, não se perde o brilho da diferença. Na complementaridade (que decorre da diversidade), é reconhecida a nossa sociabilidade em sua forma mais nobre: a solidariedade. Como Durkheim reconheceu num nível macrossocial de atividades, a solidariedade pela diferença (orgânica) supera a solidariedade por semelhança (mecânica).
A fecundidade própria do casamento entre homem e mulher o faz a base da sociedade, bem como de sua continuidade pela perpetuação da humanidade. Tal união é o berço da igualdade e da unidade humana, pois nela nascem pessoas de todas a etnias, opções sexuais, crenças e opiniões. Todos os que pensam ou defendem algo, seja lá o que for, precisaram de um homem e mulher para vir ao mundo.
A união entre pessoas do mesmo sexo ou sodomita (em termos bíblicos) não garante igualdade entre os sexos (masculino e feminino), nem prestigia a diversidade e a complementaridade. Sendo infecunda, não cumpre papel social amplo. Duas pessoas homossexuais numa ilha deserta não procriariam. Seria o fim da humanidade. Homossexuais não geram nem homossexuais que possam dar continuidade ao seu estilo de vida. O resultado seria a nadificação.
Por essas razões, a Declaração de Direitos da ONU e a nossa Constituição falam da importância da proteção especial do Estado para a união entre homem e mulher.
Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho
DEMOCRACIA, MAIORIA E MINORIA

Prof. Glauco Barreira Magalhães Filho
domingo, 30 de agosto de 2020
SOBRE OS ESCÂNDALOS DE FLORDELIS E DO PR. EVERALDO
Foto com dois heróis anônimos nesse formigueiro humano chamado Terra
Como
anabatista, eu poderia simplesmente dizer que eu e minha igreja não nos
envolvemos em política partidária nem temos candidatos próprios, reservando
apenas para a nossa vocação a missão profética, que inclui o protesto contra
leis ímpias e contra a degradação moral da cultura. Não digo que mencionar isso
NÃO me foi uma tentação no presente. No entanto, não é hora para abandonar o restante dos
evangélicos que tem uma visão mais envolvida de cidadania terrena para a “cova
dos leões”. Resolvi, portanto, aqui, falar como porta voz da tradição
evangélica mais ampla que a minha. Não incluo nela, porém, os defensores da “teologia
da prosperidade” nem os teólogos progressistas ou liberais. Esses se
desvincularam completamente da herança evangélica verdadeira. Eu me refiro à
tradição que inclui a Reforma Protestante do século XVI, os avivalistas
(séculos XVIII e XIX) e o movimento dos “fundamentos” nos EUA (século XX).
A tradição evangélica
tem influência de dois grandes movimentos: o puritanismo e o metodismo. O
primeiro vem do calvinismo, e o segundo, embora tenha surgido no anglicanismo,
tem a influência direta do pietismo luterano.
Pela vertente
puritana, seria difícil um cristão se enquadrar nos modos de fazer política que
predominam hoje. Os políticos de hoje galgam ascensão, sobrelevando as suas
ações e denegrindo a dos outros. A piedade puritana se baseava em reconhecer
profundamente a corrupção humana, exaltando sempre a graça de Deus. O puritano
estava sempre confessando os seus erros, buscando a contrição, fazendo
autoexame e desconfiando de suas próprias motivações. Ele não dava a si mesmo o
benefício da dúvida e, por isso, podia identificar logo as sementes do pecado,
não permitindo que brotassem. Paralelamente a isso, o princípio da caridade
cristã lhe exigia sempre pensar bem sobre o seu próximo, buscando a melhor
interpretação, a mais benevolente, sem, porém, nunca ignorar ou ficar cego para
fatos evidentes. Em outras palavras, ele era radical consigo mesmo e paciente
com o próximo.
Quando um
evangélico se envolve na FORMA de se fazer política hoje, ele se afasta de suas
raízes, do exercício da piedade, tornando-se menos evangélico, ou, então, já
foi atraído para esse jogo por ser um pseudo-evangélico.
Os metodistas
destacavam a prática de obras de piedade (santificação individual) e obras de
misericórdia (santificação social). Para eles, a última não se coadunava com
uma vida de ostentação. O lema dos metodistas incluía trabalhar duro,
economizar (interditar o gasto supérfluo) e distribuir o acumulado para missões
e ajuda aos necessitados (“Ganhe Tudo o
que Puder, Poupe Tudo o que puder, Doe Tudo o que puder”).
Eu desconfio de
filantropos que se tornam políticos, de obras sociais de iniciativa privada que
se alimentam de dinheiro público... como desconfio de figuras religiosas (como
João de Deus) que atraem simpatia de artistas da Globo. Prefiro a obra social
daquele que não muda o seu estilo de vida depois que a começa e onde a missão é
promovida, não a personalidade.
Temo que
escândalos recentes prejudiquem a imagem daqueles que fazem trabalhos sociais
sinceros e desestimulem uma lúcida assistência aos necessitados. João Wesley,
líder metodista do século XVIII, disse:
“Faça todo o bem que puder,
Por todos os meios que puder,
De todas as maneiras que você
pode,
Em todos os lugares que você
puder,
Em todas as vezes que você puder,
Para todas as pessoas que você
puder,
Enquanto você pode, sempre.”
Lamento que alguns tomem esses exemplos ruins para falar contra o
evangelho e mesmo contra Deus. O maior crime das pessoas que usam o evangelho,
porém, é contra o próprio evangelho e contra Deus. Atacar o evangelho é atacar
a esperança dos aprisionados pelo vício, pelo abandono, pela promiscuidade,
pela amargura, pelo ressentimento. Esqueça esses exemplos ruins e veja quantas
pessoas tiveram uma vida transformada pelo verdadeiro evangelho, pessoas que já
estariam mortas, num hospício, no crime, na vergonha, se não fosse a mensagem
do Cristo que, por amor de nós, foi crucificado!
Não fale contra Deus, pois é pela sua longanimidade que eu e você não
fomos consumidos ainda. A natureza humana corrompida que atua nessas pessoas
que recriminamos está dentro de nós. Estou escrevendo um livro para o próximo
ano sobre o filósofo alemão Karl Jaspers. Ele falou em uma culpa coletiva e
metafísica, uma cumplicidade da humanidade no mal que nos deveria fazer
humildes e vigilantes.
David Brainerd, que dedicou a sua vida aos índios, quando era elogiado,
sentia certa tristeza. Ele dizia que a pessoa que o elogiava não conhecia o seu
coração, não sabia quando inclinações contrárias ao bem ele teve que vencer no
íntimo em cada boa ação que praticou.
Alguns precipitados dizem: “Por
que Deus não acaba com o mal no mundo?”. A resposta é simples: Ele poderia
fazer isso agora, bastaria acabar com todos nós. O mal está na nossa natureza
caída de sua posição original. Destruir o mal seria, portanto, destruir a
humanidade. Deus, porém, quer nos libertar individualmente de nossa natureza
caída para nos enxertar em uma nova humanidade que está em Cristo. Deus não
quer destruir a humanidade agora porque quer salvar indivíduos humanos. Na sua
paciência, ele adia o julgamento da humanidade para salvar indivíduos humanos.
Deus ama mais pessoas que uma humanidade genérica. Ele ama o José, a Maria, o
João, o Glauco... Ele ama VOCÊ e quer salvar a sua vida!
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho
quinta-feira, 27 de agosto de 2020
Dr. Glauco Barreira Magalhães Filho no Documentário sobre A NOVA FAMÍLIA
"Dentre as culturas e os povos mais antigos, houve práticas homossexuais. Em alguns casos, muito difundidas. Nós podemos, por exemplo, identificar na Grécia que havia, realmente, muita homossexualidade. No entanto, jamais a instituição do casamento foi associada a esse tipo de relação entre homem e homem e mulher e mulher."
Assista nossa websérie documental no YouTube, no canal do @doisdedosdeteologia
terça-feira, 11 de agosto de 2020
sexta-feira, 31 de julho de 2020
EM DEFESA DO PR. SILAS MALAFAIA
O pastor Silas Malafaia, presidente
da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), recentemente convocou o
povo brasileiro para um boicote à NATURA, empresa de cosméticos, por fazer
propaganda do dia dos pais, usando uma pessoa que, sendo biologicamente do sexo
feminino, agora se identifica pelo “gênero” masculino. Pelo fato de o pastor
Silas Malafaia ter dito que nada poderia mudar o sexo biológico e dito que a
pessoa contratada para a propaganda era uma mulher, Aliança Nacional LGBTI+
moveu a ação contra o pastor.
Observamos
que, do ponto de vista biológico, o pastor não falou nada mais que a verdade cientificamente
reconhecida. O “gênero”, mesmo para os que defendem o uso dessa categoria imprecisa,
é chamado de sexo social ou identidade sexual, mas é incapaz de mudar o sexo
biológico, que precisará ser identificado para inúmeras coisas, inclusive para
intervenções cirúrgicas no caso de enfermidades.
Salientamos
ainda que a pessoa portadora da “Disforia de Gênero” até não muito tempo se
identificava com o seu sexo biológico, sendo modelo, dançarina, vestindo-se de
forma feminina e falando em homens como os adequados parceiros para as relações.
Se deveríamos chamar de “ele”, poderíamos nos referir como o “ele” que foi “ela”,
já que no passado, a pessoa estava identificada com a sua feminilidade?
Poderíamos dizer que essa pessoa era “ela” até o ano...? Ainda, considerando o
presente, não poderíamos chamar de “ela” do ponto de vista biológico? Algo
mudou biologicamente ou cromossomicamente? O médico não pode saber que o “ele”
é “ela” para um tratamento? Um pretendente de casamento que HIPOTETICAMENTE
desconhecesse uma cirurgia de alteração do fenótipo sexual do parceiro/parceira
não teria direito de saber que houve essa intervenção cirúrgica? Se cassasse
enganado, o casamento não seria anulável por erro essencial?
A postura dos
que tomaram a iniciativa para ação contra o Pastor Silas Malafaia é a de quem quer
criminalizar as três grandes religiões (judaísmo, cristianismo e islamismo) em
sua forma histórica e ortodoxa. Lembramos que o papa Bento XVI disse
recentemente que o “casamento gay” é a manifestação do Anticristo (https://veja.abril.com.br/mundo/bento-xvi-diz-que-casamento-de-pessoas-do-mesmo-sexo-e-obra-do-anticristo/).
O movimento
contra o Pr. Silas Malafaia não quer criminalizar só a religião, mas também a
biologia. Como haverá na escola e no curso superior específico, aulas de
biologia, vão querer criminalizar a educação.
Por tudo
isso, nós evangélicos reivindicamos o direito de liberdade de expressão para
nós, para os biólogos, educadores e para toda a população, assim como o direito
de liberdade religiosa.
A Bíblia diz
que “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele
que nos fez, e não nós a nós mesmos” (Salmos 100: 3). Também diz que “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gênesis 1: 27). A Bíblia reprova
agir contra a própria natureza: “Porque
até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E,
semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se
inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens,
cometendo torpeza” (Romanos 1: 26, 27). Não impomos nossas crenças a
ninguém, mas queremos a liberdade de pregar o evangelho, o que não pode
acontecer sem a mensagem central de arrependimento, que presume a definição do
que é pecado.
Na situação
em questão, porém, o Pr. Silas não estava nem mesmo entrando na questão moral do
arrependimento, mas do problema da desfiguração da imagem reconhecida de pai
pela maioria da sociedade e pelo processo natural. O seu alvo não foi a pessoa
com disforia de “gênero”, mas a empresa de cosméticos, em seu oportunismo e
desdém para com o sentimento e a sensibilidade da maioria do povo brasileiro.
Fomos agredidos como pais, como famílias, na medida em que fomos confrontados,
em relação a uma dada emblemática, com uma confusão de papéis que não apenas
não reconhecemos, mas que confunde os nossos filhos.
Rev. Glauco Barreira Magalhães Filho